segunda-feira, novembro 19, 2007

O menino, a Bandeira e o futuro

Passei o dia de hoje - 19 de novembro - pensando sobre o que poderia escrever a respeito da Bandeira do Brasil. Lembrei-me dos primeiros anos de escola, quando o Pavilhão Nacional era reverenciado neste dia. Assim, como no Dia da República, as crianças eram ensinadas a reverenciar o maior símbolo da nação. Chamou-me mais a atenção ainda, quando à tarde, o senador-professor Cristovan Buarque (PDT-DF), pediu "licença" aos colegas para falar de um assunto fora da pauta diária da Casa, que trata de corrupção, cassação, Bolívia, Venezuela e CPMF. "Alguém pode até pensar que vou falar de um assunto extraterrestre. Mas, não tem problema, porque vou falar sobre a Bandeira Nacional", disse o senador, que abordou, além do desrespeito ao símbolo nacional, a destruição de nossas maiores riquezas, como o ouro e as matas, tão bem representadas em nossa Bandeira.
Ao contário desse tempo de reverência e de civilidade, fatores que forjam a cultura e a personalidade de um povo, hoje, chega a nos causar espanto o desrespeito, sobretudo, das autoridades, que não se importam nem mesmo com o estado de conservação dos Pavilhões hasteados em repartições públicas. Esse descaso com os símbolos nacionais reflete com clareza o tratamento que os nossos governantes atuais dispensam ao cidadão brasileiro. Mas é evidente que quem não respeita os direitos elementares de um povo, não têm mesmo capacidade para respeitar os símbolos da Pátria.
Ao abrir a caixa de e-mail, deparei-me com um belo texto da minha colega jornalista, Gisele Pechio Dias, que reproduzo aqui, na íntegra, como homenagem maior à nossa Bandeira. A Gisele é também a autora da foto acima, que mostra as bandeiras do Brasil, de São Paulo e de Osasco tremulando sob o céu nublado de Osasco-SP. O texto pode ser lido também no blog: (http://gpecchio.blogspot.com). Veja-o, a seguir:


O menino, a Bandeira e o futuro
Crônica de Gisele Pecchio Dias

"Salve, lindo pendão da esperança,
Salve, símbolo augusto da paz!
Tua nobre presença à lembrança
A grandeza da Pátria nos traz...”

O brasileiro Lucas, 2 anos, com os braços para o alto e o sorriso emoldurando o rosto pálido, de feições angelicais, foi a mais bela homenagem prestada à Bandeira Nacional presenciada por mim, em 19 de novembro.Eu saia da repartição pública onde trabalho, por volta das 12 horas, quando encontrei o menino trazido no colo, pela mãe. Ele sorria, com os braços apontados na direção do Pavilhão Nacional. Cheguei a ouvi-lo balbuciar algo, como se estivesse se comunicando com as bandeiras, lá hasteadas.“É a primeira vez que ele vê bandeiras”, disse a mãe. “Ainda bem que elas estão em perfeito estado e correta apresentação”, pensei comigo mesma. Noutra repartição, da saúde estadual, por onde eu havia passado, pela manhã, o menino encontraria o Pavilhão Nacional em péssimas condições. Uma pena alguns gestores públicos não observarem o respeito a um dos mais importantes símbolos nacionais. É sabido que a ignorância parece estar na moda, mas, no que se refere aos símbolos nacionais, a não observância aos princípios da Lei é condenável.A chuva fina não foi impedimento para a homenagem única e solitária do menino. Em retribuição ao afeto sincero, soprado pelo vento leve o céu de puríssimo azul, a verdura sem par das nossas matas e o esplendor do Cruzeiro do Sul tremularam em saudação exclusiva. Só Lucas entendeu o significado particular daquela saudação.Eu, maravilhada com a cena, sorri para a mãe e para o menino que alheio continuava olhando firme na direção do verde lábaro estrelado, ladeado pelas bandeiras do Estado de São Paulo e do Município de Osasco.Nos olhos verdes do menino brilhavam em profusão as cores do “querido símbolo da terra, da amada terra do Brasil!”, como escreveu o poeta Olavo Bilac e compôs o músico Francisco Braga.Lá, diante da Bandeira Nacional, perto do meio do dia dedicado a Ela estavam apenas o menino, no colo da mãe, e eu, admirada com a beleza da imagem à minha frente. Sem cerimônia, sem hino. Só a chuva fina e o vento suave trazendo à memória os tempos em que não ignorar era moda.

"...Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!...”

2 Comentários:

Às novembro 19, 2007 , Blogger Unknown disse...

Na semana anterior a essa as unidades da Associação Cristã de Moços (ACM), no mundo todo, realizaram encontros em Ação de Graças tendo como lema: "As crianças em primeiro lugar".
Foi assim na unidade Osasco, da qual faço parte. Uma bonita confraternização, cuja palavra de fé em Deus foi confiada a um pastor presbiteriano, também associado.
Em palavras sábias, extraídas da Bíblia, o pastor lembrou o quanto Jesus Cristo valorizou as crianças em sua passagem pela vida terrena. Lembrou ainda o quanto os adultos têm embaraçado a cabeça dos pequenos com as suas condutas contraditórias e desrespeitosas.
Nesta data tão especial, sinto-me abençoada por ter testemunhado a figura do menino, de olhos brilhantes e puros, apontando para o símbolo maior da Nação.
As crianças em primeiro lugar.
Às crianças dedico a minha eterna gratidão pelo belo contido na forma como lêem o mundo.
Saudações da Gisele Pecchio ao amigo Renato leitores do Jogo Aberto.

 
Às novembro 20, 2007 , Blogger Renato Ferreira disse...

Não sou daqueles que acham que a esperança é a última que morre. Acredito que enquanto há vida,a esperança permanece. E, pensando assim, é que renovo as minhas esperanças nos "Lucas" de todo o Brasil,nas crianças que se encantam com a beleza da Bandeira e com as suas cores que representam as riquezas perdidas do Brasil.
Felizmente temos ainda pessos sensíveis como você, Gisele, para registras momentos como esse.

 

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial

web counter free
-- Fim do codigo Contador -->