Lula chama Chávez de pacificador e elogia Severino

Será que todos os brasileiros concordam com as opiniões do presidente Lula? Ontem, no Recife, Lula disse que o colega venezuelano Hugo Chávez foi o "grande pacificador" do conflito entre Colômbia e Equador. Na ocasião, Chávez reforçou a presença das tropas venezuelanas na fronteira com a Colômbia, o que gerou um clima de tensão na região. Além disso, a imprensa mundial não cansa de divulgar os termos chulos e desrespeitosos usados por Chávez para criticar seus adversários e, até mesmo, políticos de países vizinhos, como fez quando se referiu aos senadores do Brasil que dificultam a entrada da Venezuela no Mercosul.
"Quem foi o grande pacificador do conflito Colômbia e Equador? Foi exatamente o presidente Chávez. Por isso, ao ex-guerrilheiro, hoje pacificador, meus parabéns", afirmou Lula.

Crítica a Bush

Sentindo-se que estava abafando com o seu discurso, Lula se inspirou no próprio Chávez para criticar o presidente George W.Bush e o fez com ironia. Ele disse que havia ligado para o colega americano para pedir a ele que resolvesse a crise dos Estados Unidos. "Eu, pessoalmente, liguei duas vezes para o presidente Bush. [...] Eu liguei para ele para falar: 'Bush, o problema é o seguinte, meu filho: nós ficamos 26 anos sem crescer, agora que a gente está crescendo você vem atrapalhar? Resolve a sua crise", disse o engraçado Lula.

Elogios a Severino
Empolgado com as palmas, Lula defendeu o ex-presidente da Câmara Severino Cavalcanti e culpou a oposição pela queda do ex-parlamentar pernambucano. E o pior: desta vez culpou as elites paulista e paranaense pelas denúncias contra Severino.
"O Severino foi eleito presidente da Câmara, porque a nossa oposição queria derrotar o governo, achando que o Severino iria ser contra o governo. Pois bem, elegeram o Severino. Não levou muito tempo, perceberam que o Severino não era oposição ao governo, e trataram de derrubá-lo. Aquela parte da elite paulista ou do Paraná que te convidava para fazer palestra todas as semanas para falar mal de alguns projetos hoje se o encontrarem [Severino Cavalcanti] na rua não o cumprimentam, e eu continuo tendo o mesmo respeito que eu tinha há muito tempo", afirmou o presidente.
Severino, que presidiu a Casa em 2005, renunciou para evitar uma cassação pelo envolvimento com o caso do mensalinho. Conforme a denúncia, entre 2002 e 2003, Severino cobrou R$ 137,5 mil do empresário Sebastião Buani em troca de manter autorização para explorar um restaurante na Casa.