Trata-se na verdade de uma briga entre o PT de ontem e o PT de hoje. O de ontem, era um partido que brigava na oposição e que tinha, dentre outros objetivos, a luta pelos direitos dos trabalhadores e dos aposentados. Já o PT de hoje, que está no poder sob o comando de Lula, vira as costas até para os pobres aposentados.
Há 15 dias, o Senado aprovou a proposta do senador Paulo Paim (PT-RS), um eterno defensor de um salário mínimo mais justo e de uma política mais humana para os aposentades. O projeto de Paulo Paim amarra os benefícios previdenciários ao valor do salário mínimo e determina que o governo reponha, em cinco anos, a defasagem dos benefícios antigos.
Mas, para surpresa do companheiro gaúcho, o presidente Lula mandou a tropa de choque do Governo barrar o projeto na Câmara. E o Governo não quer nem que o projeto vá para o plenário. Temendo uma possível aprovação, os governistas querem engavetá-lo e contam, para isso, com a ajuda do presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP). Os aposentados que se danem.
Pela proposta do Governo, daqui a pouco, todos os aposentados vão estar ganhando um mísero salário mínimo. Pela estimativa do PT-Governo, a proposta do companheiro Paim pode significar um custo de R$ 9 bilhões e poderá estourar o caixa da Previdência. Trata-se da mesma alegação do governo de FHC e que era tão criticada pela oposição.
Só que o PT antigo, o PT de Paulo Paim, afirma com todas as letras que a Previdência nunca foi deficitária e que sempre teve dinheiro em caixa. E olha que o Paim é um especialista no assunto. Pois é, esse é o PT do Lula. Na oposição, diz que defende os trabalhadores, os aposentados e os mais pobres. Só que no Governo, nega tudo isso, mesmo sendo a proposta de autoria de um petista coerente como Paulo Paim, que sempre lutou pelos direitos dos aposentados.
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