Acredite se quiser. Mas, a bancada do PSDB no Senado resolveu nesta quinta-feira, 29, oificializar seu apoio à candidatura do petista Tião Viana (PT-AC), que disputa a presidência do Congresso Nacional com o ex-presidente da República, senador José Sarney (PMDB-AP).
Foi até certo ponto uma decisão inesperada nos meios políticos, uma vez que os senadores tucanos têm sido os maiores adversários do governo Lula no Congresso, ao lado do Democratas (antigo PFL), pelo menos nos discursos. O PSDB tem sido também o principal adversário do PT em eleições para a Presidência da República.
A decisão tucana surpreendeu ainda mais, se levarmos em conta que o senador Tião Viana já havia sido abandonado pelo próprio presidente Lula, após a entrada de Sarney na disputa. Antes, Tião se apresentava como o candidato mais forte e tinha consciência de que não seria fácil para ele disputar com Sarney, que além de ser um ex-presidente da República, há presidiu também a Casa em duas oportunidades.
Mas, mesmo depois de suas infrutíferas reuniões com o presidente Lula, o qual lhe dissera que, com Sarney na disputa, ele não iria interferir na eleição do Senado, Tião Viana, se sentiu traído e partiu, então, para buscar votos na oposição. E não se sentiu constrangido nem mesmo para se reunir com os presidenciáveis tucanos, os governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG).
Em público, os dois governadores não manisfetaram apoio ao , mas, tudo indica que Serra e Aécio podem ter influenciado nessa decisão inesperada dos tucanos.
Para quem está de fora dos bastidores da política, essa decisão mostra mais uma vez que a política no Brasil parece ser feita muito mais em cima dos intereses partidários e de suas lideranças do que em posições ideológicas, identificadas pelo próprio através do voto. Coisa parecida com essa já havia acontecido nas eleições municipais de 2008, com diversas alianças entre tucanos e petistas, com destaque para a eleição de Belo Horizonte, onde o governador Aécio Neves se aliou ao PT para eleger um candidato do PSB.
A eleição no Senado, ocorre na próxima segunda-feira, dia 2. Para se eleger presidente da Casa, no primeiro turno, o candidato tem que obter 41 votos dentre os 81 senadores. Mesmo sem o apoio dos tucanos, cuja bancada é de 13 senadores, mas contando com as bancadas do PMDB, 20, e do Democratas, com 14 senadores, José Sarney ainda leva vantagem. Seus correligionários acreditam que Sarney tem uma vantagem de 5 votos.
Por outro lado, Tião Viana, cuja candidatura foi "ressuscitada" com o apoio tucano, afirma que já tem 38 votos e pode conseguir os outros que precisa para sair vitorioso até domingo.
Na Câmara
Enquanto isso, na Câmara dos Deputados, o peemedebista Michel Temer (SP), continua como o mais forte candidato à sucessão de Arlindo Chinaglia (PT-SP). Michel tem apoio do próprio PT e, mesmo que ocorra algumas traições, em função da candidatura de Sarney no Senado, o PMDB não teme a vitória de Michel Temer, que também já presidiu a Câmara dos Deputados em duas ocasiões.
Concorrem com Temer, os deputados Aldo Rabelo (PC do B-Al), Ciro Nogueira (PP-PI) e Osvaldo Serraglio (PMDB-PR).
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