- Além da Capital, o ônibus circulará também por diversas cidades da Grande São Paulo para atendimento de mulheres ameçadas
Na quarta-feira, 24, a cidade de São Paulo recebeu uma unidade móvel de atendimento às mulheres em situação de violência. O ônibus itinerante foi cedido pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM) à Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres e faz parte do programa “Mulher, Viver sem Violência”. Conforme destacou o prefeito Fernando Haddad PT), a unidade móvel passará a circular a partir da primeira quinzena de abril, prioritariamente nos bairros com mais ocorrências de violência, como Parelheiros e Marsilac, no extremo Sul da Capital paulista.
Várias secretarias participarão desse programa, num atendimento multidisciplinar. O atendimento feito por esse ônibus será realizado em parceria com as secretarias de Assistência Social, Transportes, Saúde e Segurança Urbana. Durante a solenidade realizada na Prefeitura, que marcou também o lançamento da nova edição da campanha “Quem ama abraça nas escolas”, o prefeito Fernando Haddad destacou a importância do papel social desse atendimento na redução da violência contra a mulher. Na ocasião, Haddad citou o caso do Rio Grande do Sul, onde o acompanhamento de lares que tiveram casos de violência reduziu em 80% a reincidência de agressões e ameaças.
- O prefeito Fernando Haddad recebe as chaves do veículo da ministra Eleonora Menicucci, ao seu lado direito
“A vantagem de ser uma unidade móvel é que você pode levar as autoridades até onde a violência ocorre. Você não fica, passivamente, em uma delegacia da mulher ou no equipamento público, aguardando que a denúncia chegue. Você vai ao encontro do problema para superá-lo. Você vai onde ele está e coloca as autoridades competentes para resolver aquela situação”, afirmou Haddad.
A ministra Eleonora Menicucci salientou que a entrega da unidade móvel faz parte de uma política de universalização de serviços e ações contra a violência. Segundo a ministra, 54 unidades já foram entregues em todo o País e outras duas serão entregues ao Governo do Estado de São Paulo para atender o interior. “Quando as mulheres sobem os degraus desses ônibus, sem dúvida elas estão deixando para trás o medo, o pacto do silêncio. Estão rompendo um dos maiores paradigmas e uma das maiores muralhas, que é o medo de denunciar o homem que ela escolheu para viver. Ela se torna um sujeito de direitos”, disse a ministra.
“A produção do ônibus é uma iniciativa inédita, que também vai valorizar as trabalhadoras da agricultura urbana e o conjunto de mulheres que residem nas regiões mais distantes do Centro e que têm mais dificuldade de acesso aos serviços disponibilizados a elas”, afirmou a secretária municipal de Políticas para Mulheres, Denise Motta Dau.
Além a Capital paulista,a unidade circulará também pelos municípios de Carapicuíba, Cotia, Diadema, Embu das Artes, Franco da Rocha, Guararema, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Jandira, Osasco, Poá, Rio Grande da Serra, Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Taboão da Serra.
Transporte Público
Ainda dentro das ações de enfrentamento à violência contra a mulher em São Paulo, principalmente, no transporte público, a secretária Denise Motta Dau anunciou ainda duas medidas que estão sendo estudadas pela Prefeitura, com o objetivo de evitar assédios, agressões e estupros dentro do sistema de transporte coletivo. São estudos no sentido de instalar câmeras internas nos veículos. Para isso, funcionários da Secretaria Municipal de Transportes (SMT) receberão treinamento para registrar ocorrências em linhas municipais.
Segundo a secretária, apesar de não ser autoridades policial, os agentes, munidos das denúncias, poderão ajudar a polícia com informações importantes para esclarecimentos das ocorrências, como horários, itinerários e características dos suspeitos de violência. Uma campanha nesse sentido já foi lançada em março do ano passado.
“Nossa ideia no próximo período, além de ter uma atuação mais forte com a GCM ajudando na orientação da Lei Maria da Penha, é também enfrentar de forma mais forte essa questão dos transportes. Temos agido na prevenção e orientação, mas é preciso coibir e reprimir essa prática, porque os episódios, ao invés de melhorar, estão mais violentos”, afirmou a secretária.
Campanha “Quem Ama Abraça nas escolas”
Também na segunda-feira, 24, aconteceu o lançamento da campanha “Quem ama abraça, fazendo escola”, criada e realizada pela Rede de Desenvolvimento Humano (REDEH) e o Instituto Magna Mater , com apoio da SPM. O objetivo é levar às escolas públicas mensagens sobre a prática e atitudes em favor da Lei Maria da Penha e de apoio às mulheres em situação de violência. “Fazendo Escola” é a segunda fase da campanha nacional “Quem Ama Abraça”. Gestores da Secretaria Municipal da Educação receberam materiais de apoio e ações serão realizadas em toda a Rede Municipal, incluindo os Centros Educacionais Unificados (CEU).
“A criança que vê o pai batendo na mãe dentro de casa vai achar tão normal aquilo que pode reproduzir. Por isso, ninguém se arrependerá de colocar essas campanha no âmbito das escolas, porque tenho certeza que nós estaremos mudando a cultura do machismo e da violência em nosso País”, afirmou a ministra Eleonora.
Programa “Mulher, viver sem violência”
O programa “Mulher, viver sem violência”, do Governo Federal, visa proporcionar atendimento integral às vítimas de violência, por meio da oferta de serviços públicos de segurança, justiça, saúde, assistência social, acolhimento, abrigamento e orientação para trabalho, emprego e renda. Para um perfeito atendimento às vítimas, os veículos são equipados com duas salas de atendimento, netbooks com roteador e pontos de internet, impressoras multifuncionais (digitalização de documentos e fotocópias), geradores de energia, ar condicionado, projetor externo para telão, toldo, 50 cadeiras, copa e banheiro adaptados para a acessibilidade de pessoas com deficiência. (Fotos: Fernando Pereira e Cesar Ogata / SECOM)
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