Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), os candidatos que vão disputar o segundo turno da eleição presidencial no dia 26 de outubro, tentam, agora, atrair apoio dos demais candidatos que não conseguiram êxito no primeiro turno das eleições. E, claro, o principal apoio almejado pelos dois, sem dúvida, é o de Marina Silva, líder do grupo da Rede Sustentabilidade, que disputou a Presidência pelo PSB, após a morte de Eduardo Campos. Marina obteve mais de 21 milhões de votos e ficou em terceiro lugar.
Como num jogo de xadrez, Dilma e Aécio tomam todo cuidado para mexer essas peças, pois, após a batalha do primeiro turno, onde ouve acusações e até agressões de todos os lados, chegou o momento de afagos. Até porque, agora, qualquer erro nesse jogo pode significar vitória do adversário.
E tanto Dilma como Aécio não perderam tempo nessa busca de apoio não somente das lideranças, mas, principalmente, dos eleitores dos candidatos derrotados no primeiro turno. Logo após o fim das apurações no domingo à noite, os dois candidatos vitoriosos falaram sobre a eleição e deram sinais de como vão atrás das alianças para o decisivo segundo turno.
Dilma no ataque
Dilma agradeceu aos mais de 43 milhões de eleitores que a levaram para a segunda fase, ao mesmo tempo em que iniciou a campanha criticando o seu adversário tucano. Mostrando que vai continuar com a tática do ataque, que usou e deu certo contra Marina Silva, Dilma Rousseff afirmou que o "povo brasileiro vai dizer que não quer os fantasmas do passado de volta", referindo-se ao período em que o país foi governado pelo PSDB, entre 1995 e 2002. "O povo não quer de volta quem chamou os aposentados de vagabundos e que trouxeram o racionamento de energia", afirmou a presidente petista. Dilma elogiou também todos os demais candidatos que perderam no primeiro turno e disse estar de braços abertos para os apoios. Dos candidatos derrotados no primeiro turno, Luciana Genro, do PSOL, já sinalizou que deverá apoiar Dilma Rousseff.
Aécio pede união
Depois de ter sido descartado pelas pesquisas até um dia antes do primeiro turno, o tucano Aécio Neves não escondeu a felicidade por ter ultrapassado Marina Silva e ter a oportunidade de disputar com Dilma Rousseff. Em sua primeira entrevista, ainda no domingo à noite, Aécio pediu união das oposições e dedicou a vitória ao "amigo" Eduardo Campos PSB), que morreu no dia 13 de agosto, em acidente de avião. "É hora de unirmos as forças. A minha candidatura não é mais uma candidatura de um partido político, mas de um conjunto de alianças. É um sentimento mais puro de todos os brasileiros que ainda têm a capacidade de se indignar e, principalmente, de sonhar com um governo que una decência e eficiência". Em resposta às críticas de Dilma, Aécio disse: "Os brasileiros não têm medo dos fantasmas do passado. Eles têm medo é dos monstros atuais, como o desemprego, a inflação e a falta de investimentos".
E Marina?
Nome certo para disputar o segundo turno, conforme as pesquisas indicavam, Marina Silva (PSB) sinalizou ainda na noite de domingo, que vai apoiar um dos candidatos no segundo turno, diferente de 2010, quando se declarou neutra. Em sua primeira entrevista, Marina afirmou que o seu programa de governo é a base de qualquer diálogo e indicou na direção de Aécio Neves, da oposição, ao afirmar que “o Brasil sinalizou claramente que não concorda com o que aí está” e que reivindica uma “mudança qualificada”, disse. "Neste momento, eu estou aqui não como derrotada, mas como alguém que sabe que continua de pé, porque não teve que abrir mão dos princípios para ganhar a eleição", afirmou Marina Silva.
“É com esse senso de responsabilidade que participarei como liderança. (...) Nós vamos fazer a discussão, mas obviamente que a população mostra esse sentimento de mudanças, não dá para tergiversar com o sentimento do eleitor”, disse. Na segunda-feira, 7, Marina voltou a falar sobre sua posição no segundo turno, quando disse que para apoiar o Aécio, ele exigiria alguns compromissos, por exemplo, com o fim da reeleição. O PSB vai se reunir na quarta-feira, 9, quando vai revelar o nome candidato que o partido irá apoiar no segundo turno. O irmão de Eduardo Campos, Antonio Campos, já declarou que, pessoalmente, vai votar no Aécio e apoiar a candidatura do tucano.
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