Por Renato Ferreira
Delação premiada é um benefício legal que a Justiça concede a um criminoso delator, que resolve colaborar com investigação e aceita entregar seus companheiros para obter redução de sua pena. Os benefícios podem ser a diminuição da pena de 1/3 a 2/3; cumprimento da pena em regime semiaberto; extinção da pena ou o perdão judicial.
Como é, normalmente, um recurso usado mais no submundo do crime, a delação premiada nunca foi tão popular como tem sido nos últimos dias, desde que o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa (foto, à esquerda), preso na Operação Lava Jato da Polícia Federal, resolveu aceitar a delação premiada para não responder sozinho pelos crimes de corrupção envolvendo propinas na empresa estatal.
E, se uma delação premiada já faz um grande estrago, imagina o poder que terão duas delações num mesmo processo. E para desespero dos envolvidos é, justamente, isso que está para acontecer no caso Petrobras.
Depois do Paulo Roberto Costa, agora, foi a vez do doleiro Alberto Youssef, também preso na Lava Jato, assinar o termo de delação premiada e poderá abalar as estruturas políticas do país.
E o montante de recurso envolvido nas denúncias contra a Petrobras é coisa de gente grande. A PF já descobriu que Paulo Roberto Costa tem R$ 23 milhões no exterior. Já o doleiro Youssef é acusado de operar um desvio de R$ 10 bilhões.
Agora, os envolvidos nas denúncias da Petrobras estão espertos e prometem cooperar com as investigações, ao contrário dos envolvidos no processo do mensalão. Lá, Marcos Valério, acusado de ser o operador do esquema, ficou calado e foi o único a pegar mais de 40 anos de prisão.
Hoje, quando o brasileiro passa, por exemplo, por um posto da Petrobras, não tem como ele pensar apenas em combustível, petróleo e pré sal. Mas, ele é levado também pensar em propina, superfaturamento, Costa e Youssef..
E os políticos que acreditavam na repetição do filme mensalão, estão apavorados com o caso Petrobras. Alguns já não dormem mais e têm pesadelos só de ouvir falar em delação premiada.
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