sexta-feira, dezembro 12, 2014

Vôlei do Brasil também foi vítima da corrupção

O presidente da CBV, Ary Graça (de azul, no centro) vibra com o ouro, cuja premiação não chegou aos atletas
Conforme as denúncias, os cartolas do vôlei desviaram até a premiação pela medalha de ouro nas Olimpíadas de Londres em 2012.  Agora, não somente o futebol que  há anos vendo sendo vítima da corrução intensa no Brasil, mas, também o vôlei acabou levando uma cortada ilegal da cartolagem.


Relatórios divulgados pela CGU (Controladoria Geral da União) apontaram que até a premiação em dinheiro que deveria ser distribuída a jogadores e comissão técnica foi desviada por dirigentes da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). Os atletas, heróis do Brasil nessa conquista ficaram a ver navios. 


Técnicos, como o Bernardinho, jogadores como Murilo e Bruninho, e também ex-atletas, como Ana Moser, estão indignados e pedem punição severa aos culpados para salvar o vôlei brasileiro.  Os atletas falam até em boicote à seleção.


A CBV  deveria distribuir cerca de RS 4,6 milhões aos atletas que atingissem os objetivos da temporada 2012, em torneios como a Liga Mundial, o Grand Prix e os Jogos Olímpicos de Londres. Parte desse valor deveria também ser compartilhado com as seleções de base em competições internacionais. 


Como se sabe, a equipe masculina, comandada por Bernardinho, não foi bem na Liga Mundial, não ficando nem mesmo entre os quatro primeiros da Liga. Jáno Grand Prix, o time feminino, do técnico José Roberto Guimarães, foi vice-campeão, perdendo a final para os EUA. Em Londres-12, as meninas foram medalha de ouro, enquanto os homens terminaram com a prata. Assim, a CBV deveria ratear o total de R$ 4.6 milhões entre jogadores e comissão técnica a partir do desempenho em 2012.


Só que entre os atletas brasileiros que batalharam pelo país nas quadras mundiais foram divididos apenas R$ 1.8 milhão. Os cartolas desviaram R$ 2.8 milhões, 61% do que deveria ser dos atletas foram parar no bolso de outras pessoas.


A premiação de 2013 também não chegou à conta bancária dos atletas. Dos R$ 6 milhões que a CBV tinha, conforme contrato, valor que ela teria que utilizar como bonificação por performance, apenas R$ 4.7 milhões foram usados como prêmio. O restante foi desviado.


A Controladoria Geral da República constatou que, ao mesmo tempo em que o bônus deixou de ser inteiramente distribuído, houve um aumento de despesas administrativas e operacionais entre 2010 e 2013 em percentuais muito maiores que os índices inflacionários do período. Ao mesmo tempo, a Controladoria verificou  também que foi justamente nesse contexto que a CBV contratou empresas de dirigentes, ex-dirigentes e de seus parentes.


"Os atletas estão se manifestando [nas redes sociais] de forma prejudicial ao voleibol, mas nunca falaram do bônus. A CBV sempre ultrapassou o valor oferecido como bônus. Sempre pagamos a mais. Temos outros patrocinadores que também contribuem com esse pagamento", disse o atual superintendente da confederação, Neuri Barbieri, ao programa Redação Sportv, na manhã de sta sexta-feira, dia 12.


Diante das graves denúncias de desvio, o Banco do Brasil, que é patrocinador do vôlei desde 1991, anunciou na quinta-feira, 11, que interrompeu o repasse de verba à Confederação Brasileira de Vôlei. A decisão ocorreu no dia da divulgação do relatório da Controladoria Geral da União.


Conforme o relatório do órgão do governo federal, as irregularidades em contratos somam R$ 30 milhões em pagamentos feitos entre 2010 e 2013 pela CBV com verba oriunda patrocínio do Banco do Brasil. Ao verificar a gestão da confederação e o destino dado aos recursos federais obtidos, os auditores da CGU detectaram treze contratos com irregularidades. O contrato de patrocínio era no valor de R$ 70 milhões. (Com informações do UOL)


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