Ex-deputado é preso por corrupção. Mas é nos Estados Unidos
Conforme matéria da Agência Estado, publicada neste domingo no site do Jornal O Estado de Minas - www.uai.com.br - o ex-deputado federal republicano Randy "Duke" Cunningham foi condenado a oito anos e quatro meses de prisão e levado imediatamente do tribunal federal de San Diego para a cadeia. Não lhe permitiram nem fazer a última visita à sua mãe, de 91 anos, antes de ser encarcerado. O ex-parlamentar, de 64 anos, terá também que pagar US$ 1,8 milhão em imposto de renda por conta dos US$ 2,4 milhões que confessou ter recebido ilicitamente ao longo de 15 anos no Congresso sob a forma de propinas em dinheiro, residências, iates, móveis antigos, tapetes persas e um Rolls Royce.
O Tribunal também não levou em conta o fato de que Cunnignham sofre de câncer de próstata e tenha perdido cerca de 40 quilos desde junho, quando foi indiciado e renunciou ao mandato de deputado. "O senhor não estava com frio nem com fome e, ainda assim, fez todas essas coisas", disse Burns, antes de anunciar o veredicto. "O que o senhor fez foi minar a possibilidade de que políticos honestos venham a fazer um bom trabalho". O recorde de prisão anterior, de oito anos, pertencia a dois ex-deputados democratas - James Traficant, de Ohio, condenado em 2000 por aceitar propinas, e Mario Biaggio, que em 1988 foi sentenciado depois de extorquir perto de US$ 2 milhões de um fornecedor de material bélico para favorecer um contrato.
O episódio representa apenas a primeira fase de um escândalo que poderá atingir outros políticos, empresários e até mesmo altos funcionários da CIA. Segundo a revista Newsweek, o empresário Brent Wilkes, que está implicado no mesmo caso que levou Cunningham à cadeia, tem laços suspeitos com pelo menos um alto oficial da CIA e também com Tom Delay, o ex-líder da maioria republicana na Câmara. Delay foi forçado a deixar o comando da bancada no ano passado, depois de ter sido indiciado por violação das leis eleitorais de seu estado, o Texas.
Em TEMPO: Enquanto lá nos Estados Unidos, os juízes não levam em conta um câncer do acusado, aqui no Brasil, a Câmara dos Deputados se deixa enrolar pelos argumentos do deputado José Janene (PP-PR), acusado de se beneficiar do mensalão. Apesar de ter apresentado projetos de emendas no orçamento de 2006, Janene não comparece há meses na Câmara, alegando que sofre de doença cardíaca para não comparecer ao Conselho de Ética. Por outro lado, já imaginou se a legislação dura dos EUA contra parlamenares corruptos fosse aplicada no Brasil? Os governantes teriam que destinar mais recursos para a construção de cadeias e mais cadeias.
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