quinta-feira, agosto 24, 2006

Lula foge até de entrevistas. Isso é triste e precupante

Lula não foi ao primeiro debate entre os candidatos à Presidência da Reopública, promovido pela Rede Bandeirantes e o argumento foi o de sempre de quem lidera as pesquisas eleitorais: não virar alvo dos concorrentes. Como já dissemos, esse argumento seria válido se esse mesmo candidato, quando ultrapassado nas pesquisas, não passasse a fazer o que antes condenava.
Só que nesta semana, o presidente Lula jogou por terra esse argumento, uma vez que não participou também da série de entrevistas que a Rede TV está promovendo com os candidatos. Pelo sorteio, realizado com a presença de assessores de todos os candidatos, Lula deveria ter sido entrevistado na segunda-feira. Mas, não apareceu. Sua assessoria informou que o presidente tinha outros compromissos agendados.
Essa fuga de debates e até mesmo de entrevistas numa emissora, sobretudo, de um homem que tinha verdadeira adoração para falar para grandes públicos e agora prefere o monólogo, chega a ser triste e preocupante. A gente até entende que a entrevista do presidente no Jornal Nacional foi um desastre, mas isso não justifica esse medo de enfrentar o contraditório.
Nas entrevistas ou mesmo nos debates, Lula teria oportunidade de se defender de possíveis acusações, como também de falar mais das realizações de seu governo, o qual ele próprio fala "sozinho" para as câmeras que é "o melhor que o Brasil já teve".
Então, por que será que ele, que falava tão bém para milhares de metalúrgicos em greve, ou nas campanhas eleitorais, tem medo agora de responder perguntas sobre corrupção, sobre mensalão, caixa dois, sanguessugas e outras coisas mais, como a sua dívida paga por Paulo Okamoto?
Não se trata de nenhuma perseguição ao presidente da República, homem que este jornalista sempre respeitou e sobre o qual escreveu um artigo no Jornal de Piracicaba, em 1989, defendendo-o das injustas acusações que os então "colloridos" da época faziam contra ele. Justamente pela coragem que Lula apresentava na luta contra os poderosos é que a gente fica agora perguntando: será apenas medo de perder alguns votos? Ou realmente o presidente não tem explicação para dar sobre tanta corrupção em seu período de governo?
Tenho prestado atenção a todos os candidatos nas entrevistas da Rede TV. Nesta quarta-feira, o tucano Geraldo Alckmin foi indagado sobre a insegurança em São Paulo, sobre os ataques do PCC e outras questões, como o valerioduto de Eduardo Azeredo, em Minas Gerais. O candidato do PSDB não fugiu das perguntas. Se convenceu, ou não , o eleitor, isso é outra coisa. E o tucano jogou a culpa sobre a falta de segurança nacional nas costas de Lula pela falta de policiamento nas fronteiras e a consequente entrada de drogas e de armas contrabandeadas.
E, sendo assim, quem poderá falar sobre as soluções para este tão grave problema, senão o presidente Lula? Mas, fugindo de debates e entrevistas, Lula acaba danto total razão ao candidato e ex-petista, Cristovam Buarque (PDT), que afirmou uma coisa muito séria. Buarque disse que se Lula for reeleito, como as pesquisas indicam, ele teme que o atual presidente, sem apoio no Congresso, possa ser tentado a resolver os problemas apenas por ser carismático e com isso se transforme num administrador autoritário e ditador. Abra o olho, povo brasileiro!

2 Comentários:

Às agosto 28, 2006 , Anonymous Anônimo disse...

Concordo plenamente com você, Renato Ferreira.

O presidente Lulla não aparece em debate e foge de entrevista porque ele só sabe falar de improviso para o povão pobre que não sabe questioná-lo.
É claro que ex-metalúrgico, que sempre fala de sua ex-pobreza para sensibilizar os miseráveis deste país, não tem e jamais terá explicação para mensalão, caixa dois, sanguessuga, dólar em cueca petista e também sobre os lucros abusivos dos bancos em seu governo.
Ele sabe que se abrir a boca em debate com o povo ele perde a eleição.

 
Às agosto 28, 2006 , Blogger Unknown disse...

Fábio, há uma máxima que diz que és aquilo que criticas.

De tanto criticar a ausência de FHC nos debates, Lulla virou fujão.

Esse novo padrão mental de parte da esquerda daria uma bela tese em Psicologia.

E o que achas daqueles que passaram décadas atribuindo adjetivos como "ladrão" e "corrupto" aos seus opositores e hoje se transformaram em seres muito piores do que aqueles que perseguiram e criticam por toda uma vida?

 

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