quarta-feira, agosto 30, 2006

Não foi ato falho, Lula falou a verdade no JN

No dia 10 de agosto, na desastrada entrevista ao JN, o presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT), além de não ter conseguido dar respostas convicentes ao ser indagado sobre casos de corrupção em seu governo, fechou a entrevista com chave de ouro quando resolveu falar sobre economia: "no meu governo tudo sobe, a única coisa que cai é o salário", disse o presidente, corrigindo em seguida: "quero dizer, a única coisa que cai é a inflação".
No dia seguinte, toda a imprensa registrou - e nós também - que o presidente do Brasil tinha sido vítima de um ato falho.
Mas, analisando bem as últimas notícias sobre economia no Brasil, a gente nota que o Lula falou a pura verdade e não foi vítima coisa nenhuma de ato falho. Realmente sobe tudo em seu governo, como os lucros dos Bancos, a própria inflação, a carga tributária - essa é terrível - e o desemprego. E a única coisa que cai, como disse o presidente, é mesmo somente o salário do trabalhador. Veja o que dizem os jornais e os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), órgão do próprio Governo Federal:

Notícia publicada na semana passada, pela Folha de S.Paulo:
- A carga tributária brasileira - total de impostos e contribuições federais, estaduais e municipais pagos pela sociedade - subiu e bateu recorde pelo segunto ano consecutivo. O total pago pelos brasileiros passou de 35,88% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2004 para 37,37% no ano passado, o que soma R$ 724,113 bilhões. O aumento da carga tributária contraria antiga promessa do governo Lula. O ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda) costumava afirmar que não aumentar a carga tributária era um "compromisso de ouro" do governo. Já o ministro Guido Mantega (Fazenda) e o presidente Lula prometeram várias vezes reduzir impostos. Nos três primeiros anos do governo Luiz Inácio Lula da Silva, a carga tributária só caiu em 2003 (de 35,61% em 2002 para 34,92%), ano em que a economia quase não cresceu. Já em 2004 a carga voltou a subir para 35,88% e, em 2005, alcançou os 37,37% do PIB. Do volume arrecadado em 2005, os impostos e contribuições federais representam 26,18% do PIB e a arrecadação administrada pela Receita Federal significa 17,96% - contra os 17,13% de 2004. A União foi quem ficou com a maior parte da arrecadação no ano passado: 26,18% do PIB, ou R$ 507,172 bilhões. Estão incluídos nesse montante o recolhimento do Imposto de Renda, os impostos incidentes sobre a produção e as contribuições sociais. Desses, o mais representativo foi o recolhimento do Imposto de Renda, que foi de R$ 132,287 bilhões no ano passado.

E durante o Governo Lula, que ainda insiste em afirmar que governa para o povo pobre, o Brasil se transformou num paraíso para os banqueiros. Veja matéria publicada também pela Folha de S.Paulo:
- o lucro líquido semestral dos cinco grandes bancos brasileiros (Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Unibanco e Banespa) cresceu 132,5% do início do governo Lula a junho deste ano.Conforme levantamento do Inepad (Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração), só no primeiro semestre os lucros foram R$ 11,5 bilhões. Bradesco e Banco do Brasil foram os que tiveram maior alta do lucro -205% e 260%, respectivamente, sendo que o resultado do BB superou o lucro do Bradesco.

No dia 24 de agosto, esse mesmo jornal registrou os dados do IBGE:
- A taxa de desemprego nas seis regiões metropolitanas do país subiu de 10,4% em junho para 10,7% em julho, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Trata-se da maior taxa desde abril de 2005 (10,8%), o que contraria ainda as expectativas de que o desemprego fosse começar a ceder. Na comparação com julho do ano passado, quando o desemprego era de 9,4%, o índice subiu 1,3 ponto percentual. O contingente total de desempregados atingiu em julho 2,4 milhões de pessoas e se assemelhou ao de julho de 2004. Já a renda do trabalhador também decepcionou e apresentou no mês passado a primeira queda após cinco altas consecutivas: uma redução de 0,7% em relação ao mês anterior. Além da crise da agricultura, a indústria também patinou e teve em junho queda de 1,7% em relação a maio.
Mesmo assim, você acha que foi um ato falho do presidente Lula?

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