Plínio salva debate da Band
Como já era esperado, o candidato José Serra (PSDB), não compareceu ao debate que reuniu os candidatos a governador de São Paulo promovido pela TV Bandeirantes, nesta segunda-feira. E quem mais perdeu foi o próprio José Serra. O tucano acabou se transformando no principal alvo dos adversários e perdeu uma grande oportunidade de também poder falar de seus planos de governo.
Só que as críticas centradas em José Serra serviram também para colocar os demais candidatos numa vala comum, com exceção do experiente Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), que mostrou ser diferente dos demais. Ao ser instigado por Aloízio Mercadante (PT) a criticar o PSDB, Plínio acabou surpreendendo o senador petista. Citou números de pagamento da dívida, de gastos com saúde, educação e meio ambiente e finalizou: "Não sei o que você fica aí falando, ô Aloizio. Mudou o quê? Estão aqui os números - mostrando uma tabela - Fernando Henrique Cardoso e Lula gastaram exatamente o mesmo. Não há diferença. Vocês são iguais".
E ainda acrescentou: "O problema é o Soros - o banqueiro George - e os fundos de pensão dos EUA tirarem o dinheiro daqui. A economia vai para o brejo", afirmou, arrancando aplausos da platéia.
O ex-petista e agora companheiro de Heloísa Helena foi o debatedor que realmente deu característica de debate ao encontro, enquando os outros se preocuparam mais em criticar José Serra. Numa pergunta feita a Carlos Apolinário (PDT), Plínio disse que Heloísa Helena está "doente" para debater com Lula, que também foge dos debates, e obrigou ao pedetista a criticar o governo Lula
E sobraram críticas também para Aloísio Mercadante. Cláudio de Mauro (PV) perguntou ao senador por que o PT aceita aliança com políticos como Valdemar da Costa Neto, ex-presidente do PL, que renunciou ao mandato de deputado ao ser envolvido no escândalo do mensalão. Mercadante desconversou. Disse que a crise ética foi séria, mas que Lula é o presidente mais popular da história política recente do País".
Em outro momento, Apolinário quis saber a opinião de Plínio sobre o fato de que o PT, após chegar ao governo, ter "esquecido" de taxar as grandes fortunas, como pregava à época de oposição. E Plínio respondeu: "É por isso, Apolinário, que eu saí do partido e hoje digo aqui, que há duas propostas: a do capital (PSDB) e a do mercado (PT). Ambas defendem os interesses dos ricos. A do PSOL é a que defende os interesses do Brasil e dos brasileiros. O eleitor decide".
1 Comentários:
Muito boa a participação dele no debate.
A inteligência, o raciocínio e o tom de voz diferenciado de Plinio Sampaio são incomuns no meio político.
- Onde está o Lulla? - perguntou ele ao interlocutor do PDT, escolhido por Plinio para responder a questão.
Apolinário pensou que levaria a melhor respondendo que aquele era um debate entre candidatos ao governo de São Paulo e Lulla não teria mesmo que estar presente ali.
O padrão mental do candidato do PDT não lhe permitiu ver o alcance da pergunta. As perguntas simples são sempre as mais complexas. O ótimo Plinio levou a melhor na réplica lembrando que São Paulo é uma unidade da federação que depende do govero federal. Logo, se Serra errou porque faltou ao debate entre candidatos a governador, Lulla errou porque não quis debater nem encarar a dialética da também ótima Heloísa Helena.
As suas estocadas no empolgado senador petista foram ímpares. E sem mudar a constante serenidade, que é o melhor do seu caráter.
Quem não assistiu o debate perdeu uma aula de dialética com um grande mestre. Plinio tem de sobra o que falta na maior parte dos políticos e o que deveria ser obrigatório: é um intelectual honesto, tem elevado espírito público e voluntarismo.
Resta saber se caberá no eleitor brasileiro toda a força deste SOL que aquece o debate e ilumina temas de relevante urgência para o País, que precisa ser de todos e não só dos muito ricos ou dos muito pobres enganados.
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