sábado, fevereiro 10, 2007

Brasília e Osasco - Semelhanças e diferenças

Talvez você esteja curioso em saber o porquê que ultimamente venho postando um número maior de notas sobre a cidade de Osasco, localizada na Grande São Paulo. A razão é simples. Como jornalista, desempenho a maior parte de minhas tarefas e trabalhos nesta cidade e na região Oeste.
Dada esta explicação, gostaria de falar sobre algumas semelhanças, como também algumas diferenças entre Brasília e Osasco, tanto no campo administrativo, como no campo pessoal dos mandatários: o presidente Luíz Inácio Lula da Silva e o prefeito Emidio Pereira de Souza, ambos do PT.
A primeira semelhança entre os dois é justamente essa: ambos são petistas históricos. E mais: os dois são metalúrgicos. Mas, aí já surgem algumas diferenças: o Emidio formou-se em Direito e tem todos os dedos da mão. Já o Presidente da Répública não teve a mesma sorte. Ele perdeu o dedinho da mão esquerda quando operava uma máquina e também não tem diploma de curso superior.
Outra semelhança entre os dois é que ambos ganharam de tucanos. Lula derrotou Jose Serra e Emidio ganhou de Celso Giglio. Em Osasco, Emidio poderá tentar a reeleição e, com certeza, terá de novo o tucano Celso Giglio como adversário. Já em Brasília, Lula não poderá mais ser reeleito em 2010, a não ser que vingue - Deus nos livre - a idéia de alguns petistas que já pensam num movimento para que o presidente Lula seja reeleito, ou venha a ter os mesmos poderes que o presidente/ditador, Hugo Chavez, conseguiu lá na Vezuela. Chavez, que tem muitos admiradores no Brasil, dentre eles o próprio Lula e o ex-ministro José Dirceu, já conseguiu poderes absolutos por 18 meses. Tem gente que chama isso de democracia socialista. Há doido pra tudo.
No campo administrativo, propriamente dito, os amigos Lula e Emidio têm também problemas semelhantes. Aparentemente, Lula saiu vencedor com as vitórias de Arlindo Chinaglia (PT-SP), para a presidência da Câmara dos Deputados, e de Renan Calheiros (PMDB-AL), para a presidência do Senado. Mas só aparentemente.
Porque no Senado, o Governo não tem a maioria e, na Câmara, os deputados estão divididos. O grupo que apoiava a reeleição de Aldo Rebelo (PC do B-AL) formou um novo bloco e já fala até em lançar candidatura própria à Presidência da República. O descontentamento de Aldo é visível. O Governo terá muito trabalho ou terá que gastar muito colírio, como disse Lula, para curar as feridas e reconstruir a maioria que tinha na Câmara.
Já em Osasco, o prefeito Emidio ficou literalmente refém dos vereadores. O seu candidato à presidência da Câmara foi derrotado e o PT não ficou com nenhum cargo na Mesa Diretora. Para piorar, os governistas não conseguiram também o comando de nenhuma Comissão permamente da Casa e as duas mais importantes Comissões ficaram com a oposição.
E, finalmente, os amigos Lula e Emidio irão depender muito do PMDB. Representado por Renan Calheiros e José Sarney, o PMDB nacional não abre mão de mais poderes e ministérios para compor definivamente com o Governo Lula, enquanto em Osasco, representado pelo depuado federal, Francisco Rossi, o PMDB também exige maiores espaços políticos para fazer parte da Administração. Isso quer dizer o seguinte: se Lula e Emidio não cederem, o PMDB poderá dificultar a vida de ambos nos próximos anos.

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