O preço do PMDB
Passada a eleição para a presidência do PMDB, com a vitória de Michel Temer (SP), mesmo contra a vontade do presidente Lula, que preferia o ex-presidente do STF, Nelson Jobim (RS), o PMDB começa a cobrar a fatura por fazer parte da base de apoio ao governo. E não é um precinho qualquer. Além de ter sido obrigado a se curvar ao PMDB da Câmara que condicionou esse apoio à vitória de Temer, Lula também não teve outra saída, senão ceder mais dois Ministérios aos peemedebistas.
Agora, são cinco Ministérios comandados pelo PMDB: Comunicações, que tem como titular o senador mineiro Hélio Costa; Minas e Energia, dirigido por Silas Rondeuo, apadrinhado de José Sarney; o comiçado Ministério da Saúde, entregue ao médico José Gomes Temporão, indicado pelo governador do Rio, Sérgio Cabral; Integração Nacional, que foi tirado do PSB e entregue ao deputado baiano Geddel Vieira Lima; e o Ministério da Agricultura, cujo titular será o deputado paranaense Reinold Stephanes, mais um ex-ministro de FHC, acomodado pelo PMDB da Câmara no Governo Lula. Stephanes foi escolhido depois que o seu conterrâneo Odilio Balbinotti, ecolhido por Lula, não aguentou a pressão e teve que desistir de ser ministro depois que veio à tona o seu processo por falsidade idelógica no Supremo Tribunal Federal.
Portanto, não é realmente um preço pequeno que o Governo Lula está pagando para ter o apoio de um PMDB dividido. De um lado, uma ala comandada pelos senadores Renan Calheiros (AL) e José Sarney (MA), que chiaram com o apoio forçado e de última hora do Governo ao nome de Temer, e do outro, o PMDB da Câmara, comandado por um Michel Temer independente e que jamais escondeu seu apoio à campanha do tucano Geraldo Alckmin, e também pelo declarado adversário de Lula, o ex-governador do Rio, Anthony Garotinho. Com certeza, Lula poderá continuar contando com o apoio, mesmo de cara feia de Renan e Sarney, até porque estes dois dependem do Governo para manterem os cargos de seus apadrinhados. O problema é saber até quando o Governo, que criou problemas com outros partidos da base, como PSB, PP e PR e o próprio PT, terá esse apoio do PMDB da Câmara. Alguns acham que é só até o início da campanha para as eleições de 2010, quando essa "união" do PMDB cairá por terra, assim como também a o apoio ao presidente Lula.
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