Petistas e tucanos juntos - e sem brigas - num mesmo espaço
A inauguração de um piscinão em Osasco, na semana passada, além de significar esperança para o povo que sofre com as enchentes, serviu também para mostrar que políticos de diferentes partidos podem, sim, viver civilizadamente num mesmo espaço, desde que não seja véspera de eleição. Acompanhado de deputados tucanos, o governador José Serra (PSDB), foi recebido pelo prefeito Emidio de Souza (PT) e, é claro, também por dezenas de parlamentares petistas.
O palco foi pequeno para abrigar tantos políticos representantes dos dois grandes partidos que vêm se revezando no poder nos últimos anos. Ao lado de José Serra estavam os deputados estaduais Celso Giglio e João Caramez, ambos do PSDB, além de outros tucanos, enquanto que do lado petista, além do prefeito Emidio, o evento contou com a presença do deputado federal João Paulo Cunha, do estadual Marcos Martins e de vereadores. Todos se acotovelavam no palco procurando um melhor lugar ao lado do prefeito ou do governador.
Há pouco mais de dois anos, durante a cerimônia de lançamento da pedra fundamental do piscinão, alguém acabou levando esse negócio ao pé da letra e houve, literalmente, "lançamentos de pedras" para todos os lados. E quem levou a pior naquela oportunidade, foi o ex-vereador Délbio Teruel (PDT), que acabara de abandonar uma promissora candidatura a prefeito para embarcar como vice na canoa de Celso Giglio. Era ano de campanha e o que os petistas jamais queriam ver por perto era justamente alguém ligado a Giglio, muito menos o seu vice.
Desta vez, novamente, mais de 90% da massa era de petistas. Tinha até ônibus para levar e trazer a platéia, formada em sua maioria por servidores comissionados. Resultado de um convênio entre Prefeitura, Estado e União, a obra tem, portanto, uma característica suprapartidária. Porém, nessa hora, os políticos ignoram esse aspecto e o que todos querem é se apresentar como "pai" da criança. E para isso fazem até "registro" dessa partenidade.
Se por um lado, a Comunicação da Prefeitura fez um jornal mostrando a obra, com entrevistas de moradores e o que ela poderá representar no combate às enchentes, como ex-prefeito e colega de legenda do governador, Celso Giglio mandou confeccionar um panfleto, onde lembrava à população que o piscinão "era resultado de seu trabalho junto ao governo durante a sua gestão". Mas, parece que esse esforço não teve êxito. Ao ser o primeiro a falar no evento, Celso Giglio sentiu a força da máquina administrativa. As poucas palmas que apareceram foram imediatamente abafadas por uma tremenda vaia. Giglio sentiu o golpe.
Em seguida, foi a vez do deputado federal João Paulo Cunha que, ao contrário de Giglio, teve o seu discurso interrompido não por vaias e, sim, por muitas palmas e gritos da platéia. Nem parecia um político que há menos de um ano se via envolvido no caso mensalão, andava cabisbaixo e até pensava em abandonar a vida pública. Vibrante, João Paulo cumprimentou o governador, parabenizou o prefeito Emidio e fez diversos elogios ao governo do presidente Lula. Felizmente, tudo não passou de discursos, palmas e vaias. Mas, será que veremos esse mesmo clima de "paz" também próximo às eleições de 2008?
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial