segunda-feira, abril 09, 2007

Serra poderia ter ficado quieto

Ao perceber que os tucanos estavam perdendo feio para os petistas em termos de aplausos, durante a inauguração de uma obra pública, onde o governo do Estado é o principal investidor, o governador José Serra (PSDB) chegou a ser indelicado com o prefeito de Osasco, Emidio de Souza (PT) - à esquerda - na inauguração do primeiro piscinão de Osasco, ocorrida no dia 5 de abril. A Prefeitura colocou ônibus para levar público ao evento, cuja inauguração foi marcada de última hora pelo governo do Estado. Em função disso, nem precisa dizer que a maioria absoluta da platéia era formada por petistas que não mediam esforços para aplaudir seus representantes. Inconformado com esse clima, José Serra criticou o jornal oficial da Prefeitura, distribuído no local, afirmando que ele não dava destaque para todas as parcerias da obra.
Depois de ver o seu correligionário e ex-prefeito da cidade, Celso Giglio, vaiado pelo público, José Serra tentou fazer o contra ponto político. Antes de Serra, o prefeito Emidio enfatizou a importância da obra, afirmando que nenhuma administração anterior se importou tanto com o problema das enchentes como a sua, destacando também o bom relacionamento entre Prefeitura e Estado. Emidio chegou a presentear o governador com uma medalha e também com uma revista sobre os 45 anos de Osasco. Inclusive, de forma descontraída, Emidio brincou com o governador, mostrando que o 45 - número do PSDB - estava bem destacado.
Em seguida, José Serra ressaltou que a obra do piscinão não tem e não pode ter nenhuma conotação político/partidária. "Esta obra é resultado de uma parceria entre a Prefeitura, o Estado e a União. Ela custou cerca de R$ 26 milhões, sendo R$ 9 mihões do governo Federal e o restante do governo do Estado. A Prefeitura fez a desapropriação do terreno e caberá também a ela fazer a manutenção do reservatório, até porque piscinão sujo não resolve nada", disse o governador.
Se parasse por aí, tudo bem. Só que Serra não estava satisfeito. Antes de terminar o seu discurso, o governador emendou: "Portanto, queria dizer ao prefeito Emidio que a sua assessoria de imprensa foi injusta ao fazer este jornal destacando apenas a Prefeitura. Não mostrou o que fez o Governo Federal e nem o Estadual. A comunicação da Prefeitura de Osasco deveria ser mais democrática", finalizou.
Serra foi muito infeliz e, com certeza, não leu o referido jornal. Em se tratando de assessoria de imprensa, o jornal está perfeito. Sem fazer propaganda pessoal de ninguém e, de maneira profissional, os autores do tablóide mostram a obra e a sua importância, inclusive, com entrevistas de moradores, além de registrarem no texto que o piscinão é uma obra realizada em conjunto pela Prefeitura e pelos governos Federal e Estadual. Portanto, como engenheiro, o governador mostrou que é um péssimo jornalista. Antes de chamar atenção em público da assessoria do prefeito, José Serra deveria, isto sim, cobrar de seus assessores, pois, ninguém iria se importar, caso a assessoria do governador levasse para o evento algum material mostrando o que o governo do Estado tem feito para combater as enchentes. Isso seria muito bom, inclusive, para os jornalistas que estavam cobrindo o evento.

5 Comentários:

Às abril 10, 2007 , Anonymous Anônimo disse...

Renato, isso que aconteceu em Osasco não é novidade em se tratando de José Serra. Ele é intragável e autoritário

 
Às abril 10, 2007 , Anonymous Anônimo disse...

Caro Renato Ferreira

Acredito em você quando afirma que o tal jornal da administração petista está perfeito.
O Serra não tem o direito de querer ensinar como uma prefeitura vai fazer a sua comunicação, mas cuidado com os petistas.
Veja só o que ocorre no governo do Lulla. Esse pessoal só fala bem deles mesmo e não reconhece o valor de ninguém.
Eu, particularmente, tenho nojo de tudo que é feito pelo PT, inclusive, jornais.

 
Às abril 11, 2007 , Blogger Unknown disse...

Olá, Renato!
Estou retomando hoje a leitura do seu Jogo Aberto.
Não ouvi o discurso do governador, nem li o jornal que ele teria criticado, mas opinarei a respeito da notícia.
Pelo que sei, Serra não é engenheiro e sim economista.
A assessoria de imprensa do governador cumpriu o seu trabalho reportando às redações as informações necessárias sobre o fato. [Serra sempre teve excelentes jornalistas entre os seus colaboradores]
Na minha opinião, parte dos políticos e banqueiros são os que mais desperdiçam papel, esse recurso tão nobre e caro à sustentabilidade ambiental.
E tem banqueiro que forra as nossas casas com correspondências em papel reciclável, que gasta muito mais energia para ser processado, por isso é mais caro, para nos convencer de que é ecologicamente correto. Determinados políticos, então, que horror...
Quanto papel desperdiçado para formar a própria imagem. Que imagem?
Invés de material impresso, o dinheiro público, e o privado, também, seriam melhor aplicados em campanhas de educação ambiental que contribuíssem com a mudança de hábitos e paradigmas por meio do rádio, da televisão, da web e de grupos de jovens divulgadores.
As matérias pagas veiculadas na mídia impressa local e regional, de boa qualidade, se bem otimizadas e dirigidas, já estariam de bom tamanho e com maior credibilidade junto ao público. Isso, se os jornais efetivamente chegassem ao público e não se limitassem às repartições.
Quando discutimos a urgência de rever hábitos e costumes que nos levem a retirar das florestas só o necessário para garantir-lhes vida longa e sustentável, não me parece uma boa prática o velho e enfadonho costume de forrar a cidade com folhetos e revistas que, invariavelmente, vão para o aterro sanitário ou para o fundo do piscinão se não forem resgatados, antes, pelas mãos hábeis dos coletores de material reciclável.

 
Às abril 12, 2007 , Blogger Renato Ferreira disse...

Oi Gisele

Obrigado pela retificação sobre a formação profissional de José Serra. Realmente foi um equívoco da minha parte. Confundi com a formação de engenheiro do inesquecível Mário Covas.
Mas, também não considero ser relevante se Serra é economista ou engenheiro, em relação ao comentário que fiz. Pois, me referi apenas à sua crítica ao afirmar que o tal jornal não foi "democrático". Bastaria ele dar uma olhadinha para trás para perceber que só havia propaganda do governo do Estado no palanque. Mas, isso é normal, até porque democracia não é o forte do político brasileiro. Basta ver a miséria do povo.
Você, como jornalista e assessora de imprensa, deve saber que me referi apenas ao conteúdo de um jornal oficial de uma Prefeitura, enquanto assessoria de imprensa, que defendo desde que obedecidos todos os padrões de ética e de profissionalismo.
Por outro lado, quero dizer que concordo com tudo que você diz a respeito da preservação do meio ambiente.

 
Às abril 23, 2007 , Blogger Unknown disse...

Renato, ainda sobre José Serra, está repercutindo, desde ontem, depois da notícia publicada no OESP, que Serra estaria "negociando a cidade de São Paulo com o PT".

Se verdadeiro, não causaria tanta surpresa. Afinal, igual ao Maluf [acostumado a inventar verdades e sacramentá-las em cartórios], ele documentou em cartório o compromisso público de não interromper o seu mandato de prefeito e assim o fez, trocando a Prefeitura de São Paulo pelo Palácio dos Bandeirantes.

Uma boa pauta para você repercutir aqui no Jogo Aberto.

Saudações da Gisele
http://gpecchio.blogspot.com

 

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