segunda-feira, novembro 26, 2007

Um menino arrastado até a morte; uma menina jogada na cela com 30 homens. Será que o poço é ainda mais fundo?

Há poucos dias, a Organização dos Estados Americanos (OEA), através da Comissão Interamericana dos Direitos Humanos, responsabilizou o Brasil por crime de discriminação racial e condenou o Governo de São Paulo a indenizar a empregada doméstica Simone André Diniz. Em 1997, ela viu em um jornal um anúncio de emprego que exigia pessoas com pele branca. Na época, a empregada tentou a vaga, não foi selecionada e ingressou na Justiça. Ela processou o governo brasileiro e ganhou a causa. Simone Diniz receberá R$ 36 mil de indenização. O governador José Serra disse que o Estado vai pagar a indenização até para que o fato sirva de exemplo para que não ocorram outros casos desse tipo.
Portanto, aí está um caso de justiça. Os magistrados brasileiros não consideraram assim e levaram o Brasil ao vexame de ter que se curvar diante de um organismo internacional. Mesmo que o crime de racismo não tenha agredido fisicamente essa mulher, com certeza, ele a feriu na alma.
Mas, será que o Brasil só padece de falta de justiça em casos de discriminação racial? Será que alguém já esqueceu do menino João Vitor, de 9 anos, que foi arrastado até a morte por bandidos no Rio de Janeiro? E agora? Como ficará o país diante do mundo com mais esse bárbaro caso da menina de 15 anos que, presa em flagrante, em Abaetetuba, no Pará, foi jogada numa cela onde ficou por 30 dias sendo violentada por 30 detentos?
O caso, com toda a justiça, não sai do noticiário nacional e internacional. Mesmo se ela tivesse sido presa por um delegado, este não teria perdão e nem justificativa. Porém, o caso é ainda mais revoltante, porque a menina foi presa por uma delegada - Flávia Verônica Pereira; ficou detida com homens por determinação de uma juiza - Clarice Maria de Andrade - e mais: tudo isso ocorreu num estado governado por outra mulher - a governadora Ana Júlia Carepa (PT).
É possível que daqui a pouco, os defensores da governadora irão dizer que ela não é obrigada a saber de tudo que ocorre nos porões das delegacias de polícia. Apesar de estúpida, essa é uma saída muito comum quando algum assessor político quer livrar o chefe de uma encrenca.
Mas, antes que isso aconteça, é bom destacar que, como foi publicado na Folha de S. Paulo (http://www.folha.com.br/), o assunto era conhecido de toda a cidade ."Era um show isso daqui. Todo mundo sabia que a menina estava lá no meio daqueles homens todos, mas ninguém falava nada", disse uma mulher. "Antes de comer, os presos se serviam dela", lembra revoltada outra mulher.
Será, então, que a cidade interia sabia e só o pessoal do Governo do Pará desconhecia o caso? Aí já é imcompetência administrativa.
Nos bastidores do Governo Federal, em Brasília, a convicção sobre o caso é uma só: o episódio configura-se em uma das mais graves violações dos direitos humanos, uma ofensa ao Estatuto da Criança e do Adolescente, além de ferir os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres.
Com todos esses casos de violência praticados por marginais e também por aqueles que deveriam combater os crimes, será que o poço do Brasil é ainda mais fundo? Com a palavra novamente os organismos internacionais.

2 Comentários:

Às novembro 27, 2007 , Anonymous Anônimo disse...

Este comentário foi removido por um administrador do blog.

 
Às novembro 27, 2007 , Anonymous Anônimo disse...

Será que alguém ainda duvida que o Brasil virou terra sem lei.
Só falta agora o Hugo Chávez tomar o poder por aqui e nomear o Evo Morales como ministro da Justiça.
Infelizmente, esse é jeito de governar do PT. Realmente, cada povo tem o goveno que merece.

 

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