quarta-feira, abril 16, 2008

Lula quer vetar aumento para os aposentados

A proposta de reajustar os vencimentos dos aposentados no mesmo percentual de reajuste do salário mínimo foi aprovada pelo Senado, mas, o próprio presidente Lula já teria mandado a turma governista rejeitar a proposta na Câmara dos Deputados. O curioso nessa história é que o projeto de Lei é do senador petista, Paulo Paim (RS), um eterno defensor dos aposentados e de um salário mínimo maior no Brasil.
Como estamos num ano eleitoral, o presidente Lula quer usar os governistas para derrubar a proposta, para que ele não tenha que pagar o preço, vetando a matéria. Mas, parece que os deputados não estão também dispostos a pagar esse preço em ano eleitoral.
O projeto do senador gaúcho prevê reajustes pela inflação, acrescidos de percentuais calculados segundo a variação do PIB, para cerca de 25 milhões de pessoas.
A medida foi aprovada pela oposição no Senado na forma de emenda para um projeto do governo para fixar em lei a política oficial de recomposição do salário mínimo. Com o auxílio da oposição, Paim estendeu os reajustes a aposentados e pensionistas da Previdência.
O líder de Lula no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) reclamou e Aloizio Mercadante (PT-SP) alertou aos colegas que o benefício poderia prejudicar a Previdência, cujo déficit deve chegar a R$ 44 bilhões em 2008.
Para o ministro Paulo Bernardo (Planejamento), o projeto é insustentável, porque, entre outros problemas, "vai anular a política de reajuste do salário mínimo". "Não é responsável do ponto de vista fiscal", afirmou.
A medida que pegou a base aliada de surpresa estabelece a extinção do fator previdenciário, mudando a forma de cálculo dos benefícios da Previdência.
Mais uma vez verificamos uma briga entre o antigo PT, que brigava pelos interesses do trabalhador, e o atual PT, que parece defender muito mais os interesses dos empresários e dos banqueiros. E mais uma vez eu fico com a coerência do senador Paulo Paim. Ele defendia os aposentados quando o PT era oposição e continua a defendê-los como membro do governo atual.

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