Heloísa Helena participa de debate na USP e condena 3º mandato

Com a presença de mais de 400 estudantes de diversas áreas, que lotaram o Auditório de geografia da FFLCH (Faculdades de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), da USP, a ex-senadora Heloísa Helena (PSOL), participou nesta quarta-feira, 10, de um debate, sob o tema: "Socialismo, Educação e Poder Local". A fundadora do PSOL estava acompanhada do deputado federal Ivan Valente, pré-candidato a prefeito de São Paulo. O debate foi promovido pelo Núcleo do PSOL da USP com o objetivo de discutir com a comunidade universitária alternativas para o poder local dentro da perspectiva socialista.
Bastante aplaudida pela maioria dos presentes, Heloísa Helena falou sobre o tema proposto, sempre com muitas críticas ao Governo Lula, que para ela seguiu os mesmos rumos da política neoliberal de Fernando Henrique Cardoso. "São políticas que beneciam apenas os banqueiros e o capital especulativo, enquanto o povo continua na mais absoluta miséria", disse HH.
A ex-senadora confirmou também as pré-candidaturas dos deputados federais, Ivan Valente, em São Paulo; de Chico Alencar, no Rio de Janeiro; e de Luciana Genro, em Porto Alegre.
No final do debate, Heloisa Helena conversou com este jornalista. Veja os principais trechos da entrevista:

Qual a análise que a senhora faz desse debate na USP?
Estou realmente muito feliz de ter tido a oportunidade de participar com estudantes, professores e funcionários da USP para discutir problemas graves que acontecem no Brasil e discutir principalmente as alternativas que possam superar esses problemas. Seja na mudança dessa política econômica conservadora e reacionária, centralizadora de riquezas e propagadora de pobreza. Essa política joga mais da metade do orçamento público ao capital financeiro e desestrutura a parte produtiva, destruindo postos de trabalho, além de desestruturar todo o setor público na área da saúde, da educação e segurança pública. Foi muito importante o debate.

Quais os critérios do PSOL para se fazer alianças com outros partidos?
O PSOL não aceitará a mediócre matemática eleitoralista de fazer qualquer aliança pra atingir coeficiente eleitoral ou pra ter mais tempo no horário eleitoral. Essas alianças serão definidas com base no conteúdo progamático a ser apresentado pelos partidos interessados. A nossa campanha sempre foi e será feita com muita dignidade e voltada para o interesse da sociedade e da democracia brasileira.

Hoje, só se fala em terceiro mandato. Como a senhora analisa essa possibilidade e gostaria de saber se a senhora acredita no presidente Lula quando ele diz que rompe com o PT se eles insistirem na tese?
Eu não acredito no que ele fala, até porque o presidente já disse tantas coisas e não cumpriu, né.
Pra mim qualquer alteração da legislação em vigor do país para viabilizar os interesses de um grupo político, seja de que partido for, é inaceitável. O terceiro mandato significa um golpe e a gente não pode aceitar.