Aécio recebe apoio do PTB e de governador do PMDB

Benito Gama, presidente nacional do PTB, declara que o partido deixa o governo Dilma para apoiar o tucano Aécio Neves

Nesta semana o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves (MG), recebeu dois importantes apoios à sua campanha. Trata-se da aliança com o PTB Nacional, que rompeu com o PT para apoiar o tucano, e o segundo é o apoio do governador do Piauí, Zé Filho (PMDB), cujo partido já decidiu em convenção nacional reeditar a aliança com o PT, confirmando também o nome de Michel Temer para vice na chapa de Dilma Rousseef. Assim, a declaração de apoio do governador Zé Filho configura-se em mais uma dissidência peemedebista, que não concorda com o apoio do partido à candidatura da Dilma.

E a decisão do PTB pegou os petistas de surpresa. Ela foi publicada no sábado, 21, dia em que a candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição foi oficializada no Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores, realizado em Brasília. Segundo algumas lideranças petistas, o PT espera ainda reverter essa decisão do PTB que, desde o primeiro mandato de Lula, sempre apoiou e participou dos governos petistas.

Porém, conforme nota divulgada no sábado, o presidente nacional do PTB, Benito Gama, afirmou que a decisão da legenda atende ao "clamor da maioria da bancada federal e de Estados, onde os conflitos locais entre PTB e PT ficaram insustentáveis".

O PTB, que tem 1 minuto e 15 segundos de tempo de TV, ocupa a vice-presidência da Caixa Econômica Federal — cargo que deverá ser entregue nos próximos dias.

"Hoje, mais uma vez sintonizado com o desejo de mudanças que vem sendo expressado pela ampla maioria do povo brasileiro, o PTB declara seu apoio ao senador Aécio Neves para as eleições presidenciais deste ano. Temos convicção de que Aécio reúne as condições para a retomada do crescimento econômico, seja na garantia da manutenção das conquistas sociais hoje incorporadas à vida nacional", diz trecho do texto, assinado por Benito Gama.

Conforme a nota petebista, os Estados ficam liberados para manter os acordos locais, como, por exemplo, no Rio Grande do Sul, onde o partido apoia a reeleição do governador petista Tarso Genro.

A decisão oficial do PTB deve ser formalizada na convenção nacional da legenda na próxima sexta-feira, dia 27, em Salvador.

Zé Filho com Aécio

Silvio Mendes, Aécio Neves, Zé Filho e Freitas Neto

 E, na sexta-feira, 20, foi a vez do governador do Piauí, Zé Filho (PMDB), declarar apoio à candidatura de Aécio Neves. Candidato à reeleição ao governo do estado e tendo como vice o tucano Silvio Mendes, Zé Filho se reuniu com Aécio no Rio de Janeiro. Na ocasião, o governador ressaltou que tomou a decisão porque acredita no projeto de mudança proposto pelo candidato do PSDB.

“Conheço a forma como Aécio revolucionou o estado de Minas Gerais. Acredito no seu plano de governo e na maneira como ele deverá implementá-lo, principalmente no Nordeste. Estamos apostando na mudança”, afirmou Zé Filho.

Ao comentar a aliança, Aécio adiantou que irá ao estado Piauí para a convenção que oficializará a chapa entre o PMDB e o PSDB, no próximo dia 27. “É mais uma aliança que estamos selando no Brasil com o PMDB, aliança que me alegra muito como projeto para o Piauí e para o Nordeste e que será muito importante na construção desse programa. Vamos construir juntos um projeto para o Piauí e para o Brasil”, destacou Aécio.

Discriminação

O governador Zé Filho afirmou também  que a decisão de romper com a presidente Dilma foi tomada em razão do tratamento que o estado vem recebendo do governo petista. Segundo o governador, o Piauí sofre discriminação e foi “descartado” dos programas federais.

“Estou fazendo isso pelo povo do Piauí, que não aceita mais esse tipo de tratamento. Temos sido totalmente descartados de todos os programas do governo federal, caso da Eletrobras e dos carros-pipas. Estamos como se fôssemos um estado inexistente para o governo federal. Isso não aceitamos mais”, criticou o governador.

Tancredo Neves

Zé Filho ainda lembrou que o Piauí foi o primeiro estado do Nordeste a aderir à campanha de Tancredo Neves para presidente no processo de redemocratização do país, na década de 1980. “O Piauí, a exemplo do que fez lá atrás quando Tancredo foi candidato, repete este ato agora com a candidatura do Aécio", concluiu Zé filho.

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