segunda-feira, junho 30, 2014

OPINIÃO: Tanto choro assim é normal e faz bem?

O reserva Paulinho consola o capitão Thiago Silva, no Mineirão, antes da disputa dos pênaltis contra o Chile

Caros amigos e leitores deste Blog, não sou psicólogo e nem é a minha pretensão fazer aqui qualquer tipo de análise psicológica dos jogadores da Seleção Brasileira. Mas, confesso que fiquei surpreso com as imagens de alguns - ou da maioria - dos jogadores desolados e chorando mesmo antes da disputa por pênaltis contra o Chile pelas oitavas de final da Copa, no último sábado, dia 18, no Mineirão. Principalmente, a imagem do capitão Thiago Silva chorando e sentado sobre a bola e sendo consolado pelo meio-campo Paulinho, que estava no banco de reservas.


Creio que o choro é um dos mais nobres e puros sentimentos do ser humano, sobretudo, em momentos de grande tristeza ou de alegria. E, claro, muito comum também nas grandes conquistas esportivas. Fora do futebol, já vimos tantos atletas chorarem após a conquista de troféus ou medalhas, seja no tênis, ciclismo, basquete, natação, boxe e em tantas outras modalidade. Como esquecer o choro do grande Oscar Schimidt, quando o Brasil venceu os Jogos Pan-Americanos de Basquete de 1987, vencendo os Estados Unidos em solo norte americano? Portanto, nada de anormal ao vermos e chorarmos também juntos com os atletas após a tristeza de uma derrota ou a alegria de uma grande vitória.


E, voltando ao futebol, como esquecer o choro incontrolável do então menino Pelé que, em 1958, aos 17 anos, levava o Brasil a conquistar o seu primeiro título mundial na Suécia? Como esquecer também o choro do mesmo Pelé, em 1970, agora, com 29 anos, chorando ao lado de seus companheiros, após a conquista do tricampeonato no México?  Mas, como dissemos, é muito comum e explicável o choro incontrolável após o fim de uma competição, seja na derrota ou na vitória.


Em todos os títulos mundiais do Brasil, o país inteiro chorou. Mas, vimos também em todas essas conquistas de um esporte coletivo, alguns jogadores liderando o grupo, função dada e exercida, invariavelmente, pelo capitão do time. Assim, foi em 1958, com Bellini, 1962, com Mauro Ramos de Oliveira; 1970, com Carlos Alberto Torres; 1994, com Dunga; e em 2002, com o Cafú. Esses capitães tinham personalidades diferentes, claro, mas, nunca os vimos, ou não temos registros deles chorando ou desolados durante a competição.


Portanto, não afirmo que o choro do Thiago Silva e de outros jogadores mesmo antes da cobrança dos pênaltis, no Mineirão, seja um traço de fragilidade, porém, causa surpresa ver uma equipe pentacampeã do mundo tão emocionada assim numa disputa de pênaltis, ou por se classificar diante do Chile nas quartas de final de uma Copa, sobretudo, sendo essa Copa disputada no Brasil. Como nas demais conquistas, eu esperava ver o capitão do time, mesmo emocionado, tentando incentivar o grupo e, não ele mesmo, tendo que ser consolado por um reserva.


Felipão consola Thiago Silva

Após o jogo, Felipão abraçou Thiago Silva e, para ele, tanta tensão nesse jogo pode ser útil aos atletas

Em minha opinião, o técnico Luiz Felipe Scolari percebeu isso. No final do jogo, ele abraçou seus jogadores e tentou reanimá-los. Depois, em entrevista, Scolari disse que essa tensão e o próprio choro dos jogadores podem servir também como um estímulo e reforçar psicologicamente o grupo para o jogo das quartas de final. A Globo, emissora que detém os direitos de transmissão da Copa, parece também estar preocupada com esse clima. Hoje, no Jornal Nacional, eles ouviram a opinião de um psicólogo. E, como o Felipão, o psicólogo avalia também que após essa "prova de fogo" dos atletas eles deverão se sentir mais relaxados e confiantes.


Esperamos mesmo que toda essa tensão, verificada diante do Chile, possa se transformar em fortaleza para os jogadores, porque o próprio Thiago Silva já deu sinais de que está nervoso nesta Copa. No segundo jogo da fase de classificação contra o México, ele deu uma entrada violenta no adversário e teve sorte ao não levar nem mesmo o cartão amarelo pelo árbitro.


Então, vamos todos nos preparar para a batalha contra a Colômbia, na sexta-feira, 4 de julho,  na Arena Castelão. E esperamos que os jogadores entrem concentrados e não fiquem tão desolados, mesmo se os colombianos endurecerem a partida. E vamos deixar para pular, gritar e extravasar toda a nossa emoção no dia 13, quando esperamos ver o Brasil no Maracanã disputando e conquistando o hexacampeonato.


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