Duda se cala e se compromete na CPI
Deplorável, melancólico, desrespeitoso e compromedor. Estes foram alguns dos termos usados por membros da CPI dos Correios para qualificar o triste espetáculo protagonizado nesta quarta-feira, 15, pelo publicitário Duda Mendonça que, amparado por um hábeas corpus concedido pelo STF, não respondeu a nenhuma pergunta feita pelo relator, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), e pelos demais componentes da Comissão que investiga irregularidades nos Correios e diversas outras denúncias envolvendo compra de deputados, lavagem de dinheiro e caixa dois nas campanhas eleitorais de 2002 e 2004.
Durante três horas e meia, Duda Mendonça repetiu aos integrantes a mesma declaração para praticamente todas as perguntas: "não vou responder". Após o encerramento da sessão aberta, o publicitário iniciou um outro depoimento a portas fechadas. Desta vez, apenas com os parlamentares que tiveram acesso às suas contas no exterior. E o silêncio continuou sendo a voz do publicitário.
O depoimento de hoje foi o último da CPI dos Correios e os parlamentares esperavam poder avançar nas investigações e comparar as informações do primeiro depoimento de Duda Mendonça que não batem com os dados obtidos no exterior. Mas, com o hábeas corpus e orientado a todo momento pelos advogados, Duda preferiu o silêncio, mesmo sendo advertido por diversos parlamentares de que o seu silêncio configurava para a CPI e para a população uma "confissão de culpa". Foi até citado no plenário o ditado de que "quem cala, consente". Ao contrário do Duda apovarado, que compareceu em agosto para prestar depoimento e chegou até a chorar na CPI, hoje, o publicitário baiano, responsável pela campanha de Lula e por outras em 2004, preferiu não responder às denúncias de que tem outras contas no exterior, ao contrário do que havia declarado no ano passado.
"Estamos abrindo um precedente perigoso. É grave o que foi feito hoje", afirmou o presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS). "O precedente que se abre aqui é extremamente perigoso para o país, para a democracia e especialmente para o Poder Legislativo", disse Delcidio, que acrescentou: "Entre a estratégia dos advogados, que respeito, eu fico com a opinião pública". Diante do silêncio comprometedor de Duda Mendonça, praticamente todos os parlamentares o criticaram. "Acredito que, do ponto de vista jurídico, ele adotou uma estratégia técnica; mas, do ponto de vista da opinião pública, ele se comunicou muito mal", afirmou o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP).
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