Depois dos escândalos, o fim do voto secreto
Ufa! Até que em fim parece que os políticos brasileiros perceberam que não poderiam enganar para sempre toda a população. Nesta terça-feira, por 383 votos favoráveis e 4 abstenções, o plenário da Câmara aprovou o fim do voto secreto em todas as sessões no Congresso Nacional. A medida vale para as eleições da Mesa Diretora da Câmara e do Senado, derrubada de veto presidencial, cassação de mandato e indicação de embaixadores. O voto secreto, que sem dúvida alguma, é um avanço do processo democrático brasileiro, acabará também em todas as Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais. A partir de agora, o povo saberá também como seus deputados estaduais e vereadores votam, por exemplo, em parcerias que só as empresas e os políticos ganham e ficam mais ricos, enquanto o povo não consegue ver as melhorias.
Mas não foi fácil chegar a esse momento. Há muitos anos, parlamentares sérios já haviam entrado com essa emenda constitucional, porém, os maus políticos, aqueles mesmos que, encondendo-se atrás do voto secreto, absolveram todos mensaleiros do Congresso, impediam a sua aprovação. Agora, porém, com a imagem arrebentada junto à opinião pública, a Câmara deu o primeiro passo para acabar com essa vergonha. Mesmo assim, para conseguir o quórum de 388 deputados na Casa, foi necessário que o PPS e o PSOL ameaçassem divulgar os nomes dos faltosos. A emenda precisa passar ainda por uma segunda votação na Câmara dos Deputados e mais duas no Senado.
E a medida veio tarde. O fim do voto secreto já poderia ter sido aprovado antes das absurdas absolvições de parlamentares que confessaram participação no valerioduto. Contudo, naquele momento não havia interesse da base governista, uma vez que havia muitos petistas e membros de partidos da situação envolvidos no esquema de corrupção. Ontem, no entanto, o clima era outro. Os próprios petistas eram os mais fervorosos na defesa do voto aberto. Mas, com já dizia a minha avó: antes tarde do que nunca.
Os quatos que se abstiveram, com certeza, são alguns sanguessugas ou mensaleiros. Inclusive, dos 67 deputados acusados de participarem da máfia das ambulâncias, 28 não compareceram à votação. A expectativa agora ficará por conta de como se comportarão os parlamentares mensaleiros, durante a votação, com voto aberto, dos processos de cassação dos sanguessugas. Será que algum mensaleiro, se for reeleito, terá coragem de votar abertamente contra aquele colega que o absolveu no mensalão? Veremos.
1 Comentários:
Esperamos que essa atitude da Câmara dos Deputados não seja apenas uma tentativa de melhorar a sua imagem depois de tantos escândalos.
O voto secreto tem mesmo que acabar, afinal de contar os parlamentares ganham muito bem e não têm o direito de fazer nada escondido da população.
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial