Stedile promete colocar "fogo" no Governo Lula
Durante a campanha eleitoral, Lula pediu: "Deixa o homem trabalhar", como se alguém estivesse impedindo isso. Mas, Lula não precisa ficar preocupado, pois o seu pedido está sendo atendido por um de seus amigos e eleitor: João Pedro Stedile, dirigente nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). E tudo indica que o presidente Lula vai ter muito trabalho.
Nesta quinta-feira, Stedile disse que os movimentos sociais vão pressionar mais o governo Lula no segundo mandato. Ele disse que levará esse recado pessoalmente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima quarta-feira, em Brasília. Nesse dia, os dirigentes da Coordenação de Movimentos Sociais, do qual integram as maiores entidades, como CUT, MST e UNE, terão encontro com o presidente para cobrar dele promessas de campanha, tanto de 2002, como deste ano, além de mudanças na política econômica.
Segundo Stedile, o esforço agora é pela união dos movimentos sociais para pressionar o governo nas ruas das cidades e também nas áreas rurais, com invasões de terras. "Livre da pressão por impeachment, os movimentos sociais podem dedicar suas energias para melhorar as condições de vida do povo. E governo em qualquer parte do mundo é igual a panela de pressão: só funciona com muito fogo", disse Stedile. "Vai ser nesse tom. Vamos deixar claro que somos autônomos e temos moral para fazer isso."
Stedile participou de uma reunião dos movimentos sociais mineiros com o propósito de discutir a "letargia" deles e preparar as mobilizações de 2007, que serão mais fortes, segundo ele, em abril e maio, quando ocorrerão, respectivamente, movimentações dos sem-terra e uma grande manifestação nacional por mudanças na política econômica. O líder rural mandou recados a Lula: "O povo votou em você para fazer mudança, não foi pelos belos olhos ou pela língua travada". E acrescentou: "Atenção presidente Lula: não nos tome por compadres. Nós não aceitamos a continuidade dessa política econômica. O povo precisa de mudanças que garanta aumento do salário mínimo e de salários em geral, distribuição de terras e garantia de emprego. Então, estamos nos unindo a favor disso e vamos pressionar para isso".
Pedro Stedile cobrou também promessa de Lula feita em 2003 de dobrar o valor do salário mínimo, que, conforme disse, já deveria estar em R$ 566. E criticou, o que chamou de "assentamentos mal e porcamente" feitos para 150 mil famílias, quando a promessa era assentar 420 mil famílias em quatro anos. Sobre a invasão do MST ontem no porto de Maceió, Stedile disse que se trata de "cobrança das faturas antigas que já venceram há dois, três, quatro anos". Pelo que se vê, Lula terá motivos de sobra para trabalhar bastante.
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