Depois da lambança da semana passada, quando a maioria dos deputados absolveu e não cassou o mandato de um colega condenado e preso, em sessão rápida na noite desta terça-feira, 3, a Câmara dos Deputados aprovou o fim do voto secreto em todas as votações na Casa. Com essa medida, os deputados tentam dar uma resposta rápida à população e, ao mesmo tempo, tentam minimizar os danos da nefasta sessão de quarta-feira passada, quando essa mesma Cãmara absolveu o deputado Natan Donadon (PMDB-RO), que se encontra preso na Papuda. Donadon foi condenado pelo STF a mais de 13 anos de prisão pelos crimes de peculato e formação de quadrilha. Ontem, inclusive, atendendo solicitação da bancada tucana, o ministro do STF, Luis Roberto Barroso, concedeu liminar anulando a sessão que salvou Donadon.
A proposta pelo fim do voto secreto não é nova. Trata-se de uma PEC apresentada em 2001, pelo então deputado, Luiz Antonio Fleury. Em 2006, a proposta foi aprovada em primeiro turno, quando voltou a ser engavetada, uma vez que nunca houve consenso entre as lideranças sobre o tema. Agora, no entanto, os próprios parlamentares viram que o voto secreto foi o responsável pela absolvição de Natan Donadon, fato que acabou por denegrir ainda mais a imagem dos deputados. A decisão de hoje deve ser aplicada também às Assembleias Legislativas e às Câmaras Municipais.
No total, 452 parlamentares votaram a favor do fim do voto secreto, dentre eles, inclusive, o deputado Pedro Henry (PP-MT), condenado no processo do mensalão e que poderá enfrentar o processo de cassação de mandato já com votação aberta. Os demais deputados condenados pelo STF não votaram. Agora, a proposta segue para ser votada em dois turnos no Senado, onde, a maioria defende também a sua aprovação. Um dos mais ferrenhos defensores pela aprovação do fim do voto secreto é o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que procurou agilizar a sua votação na Casa após o episódio Donadon.
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