quarta-feira, novembro 26, 2008

Você confia piamente na urna eletrônica?

Desde o início desse sistema de urna eletrônica no Brasil, como eleitor e de longe do processo, eu acreditei e até tinha orgulho por ser o Brasil - um país do terceiro mundo -o primeiro a implantar um sistema que "dificultava" a fraude eleitoral.
Com o passar dos anos, porém, fui mudando de opinião e, nestas últimas eleições, participando diretamente do processo, fiquei decepcionado com tudo que vi. Além dos mais simples aos mais graves crimes eleitorais, que vão da boca de urna à proibição de registro de boletim de ocorrência, passando por casos de compra direta do voto e outras coisas, eu não acredito mais na lisura do processo eleitoral brasileiro, por uma simples razão: é impossível aos simples mortais descobrir as fraudes de hoje.
Antigamente, o sistema de cédulas de papel, realmente, era um atraso de vida e, com certeza, um processo mais fácil de se fraudar. Porém, se era fácil para o fraudador, era também mais fácil para se descobrir a fraude.
Hoje, não. Estamos na era da fraude eletrônica, da informática, uma área dominada por poucos e ignorada pela maioria absoluta. Por que será que países desenvolvidos ainda não se renderam à "descoberta" ou seria, à esperteza brasileira? Inclusive, na Alemanha, há estudos de especialistas em diversas áreas que rechaçam qualquer medida de implantação da urna eletrônica.
E parece que no Brasil os únicos que acreditam piamente nas urnas eletrônicas são os membros da Justiça Eleitoral. Porque eu ja vi em diversas eleições políticos de todos os partidos reclamarem quando perdem.
A urna parece que é boa somente para os vencedores. Isso não é uma incoerência minha e, sim, uma constatação, pois, se as reclamações são suprapartidárias é porque ninguém acredita, ou todos manipulam o atual processo de acordo com os seus interesses.
Qual a sua opinião? Você acha que a nossa urna é realmente imune à frande?

terça-feira, novembro 25, 2008

Cidades submersas II - Filme que se repete, repete...

"Mais uma vez as tempestades de verão estão deixando suas marcas e vítimas nos grandes centros urbanos do Brasil e, sobretudo, nas periferias e encostas. A região metropolitana de São Paulo é um exemplo dessa falta de planejamento de nossos governantes e quem paga caro, muitas vezes, até com a própria vida, é o povo pobre que não tem para onde correr e acaba tendo que enfrentar, como uma vítima indefesa, a fúria das águas.
Muitos podem afirmar que os governos não devem ser responsabilidados por fatores ou tragédias da natureza. Isto é verdade, porém, é verdade também que se os nossos governantes, eleitos para administrar com responsabilidade, tivessem um pouco mais de planejamento, muitas dessas tragédias poderiam ser evitadas.
Hoje, o que vemos é a correria para se corrigir o que foi feito de errado no passado, como essa "verdadeira" canalização do rio Tietê. Trata-se de uma obra caríssima que, no entanto, já mostrou que não será suficiente para acabar com os alagamentos nas marginais.
A mesma coisa ocorre com os piscinões, feitos para reter o excesso de água, o que era feito, claro, de forma natural e eficiente pelas antigas margens e as matas ciliares. Hoje, tudo que se fizer a preço de ouro, jamais irá reter a fúria das águas que correm apenas em cima de asfalto ou em córregos canalizados."

Olá amigos, este texto eu escrevi no dia 7 de janeiro de 2006 ( http://renatojogoaberto.blogspot.com/search?q=enchentes ).

Mas, com certeza, poderia ser usado nos dias atuais para retratar todas essas tragédias naturais que estamos presenciando em mais uma temporada de verão. E olha que o verão ainda nem chegou pra valer.

segunda-feira, novembro 24, 2008

Governo Lula se mobiliza contra aumento dos aposentados

Trata-se na verdade de uma briga entre o PT de ontem e o PT de hoje. O de ontem, era um partido que brigava na oposição e que tinha, dentre outros objetivos, a luta pelos direitos dos trabalhadores e dos aposentados. Já o PT de hoje, que está no poder sob o comando de Lula, vira as costas até para os pobres aposentados.
Há 15 dias, o Senado aprovou a proposta do senador Paulo Paim (PT-RS), um eterno defensor de um salário mínimo mais justo e de uma política mais humana para os aposentades. O projeto de Paulo Paim amarra os benefícios previdenciários ao valor do salário mínimo e determina que o governo reponha, em cinco anos, a defasagem dos benefícios antigos.
Mas, para surpresa do companheiro gaúcho, o presidente Lula mandou a tropa de choque do Governo barrar o projeto na Câmara. E o Governo não quer nem que o projeto vá para o plenário. Temendo uma possível aprovação, os governistas querem engavetá-lo e contam, para isso, com a ajuda do presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP). Os aposentados que se danem.
Pela proposta do Governo, daqui a pouco, todos os aposentados vão estar ganhando um mísero salário mínimo. Pela estimativa do PT-Governo, a proposta do companheiro Paim pode significar um custo de R$ 9 bilhões e poderá estourar o caixa da Previdência. Trata-se da mesma alegação do governo de FHC e que era tão criticada pela oposição.
Só que o PT antigo, o PT de Paulo Paim, afirma com todas as letras que a Previdência nunca foi deficitária e que sempre teve dinheiro em caixa. E olha que o Paim é um especialista no assunto. Pois é, esse é o PT do Lula. Na oposição, diz que defende os trabalhadores, os aposentados e os mais pobres. Só que no Governo, nega tudo isso, mesmo sendo a proposta de autoria de um petista coerente como Paulo Paim, que sempre lutou pelos direitos dos aposentados.

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