Rio 2007: medalhas, vaias e trégua da violência

Os Jogos Pan-Americanos de 2007, realizados no Rio de Janeiro, vão ficar na história do Brasil por vários fatores. O primeiro deles, sem dúvida, é o recorde de medalhas de ouro conseguido pelos atletas brasileiros, que se superam a cada ano. Mas, também o Rio 2007 será lembrado pelas vaias aos incopetentes políticos brasileiros, pela cortesia e organização do povo carioca e pela trégua do crime organizado. Durante os 18 dias de competição a criminalidade deu uma pausa para a alegria e o Rio de Janeiro voltou a ser uma "Cidade Maravilhosa".
Mas, antes de falarmos do que ocorreu fora do esporte, temos o dever de destacar o desempenho dos nossos atletas. Foi a melhor colocação em todos os Pan-Americanos. Conquistamos 54 medalhas de ouro, apenas cinco medalhas atrás de Cuba, o segundo colocado. A liderança, mais uma vez, ficou com os Estados Unidos. Foram 18 dias de muita alegria nas quadras, nos campos, nas piscinas, nas pistas e no mar. Parabéns aos atletas brasileiros. Esses nossos heróis demonstraram que com um pouquinho mais de apoio dos governos, o país, que já mostrou ser uma potência do esporte nas Américas, poderá brilhar também nos Jogos Olímpicos.

Vaias pra todo mundo

Por outro lado, os Jogos do Rio 2007 mostraram também que o povo brasileiro não é bobo. Ele sabe que tem muita coisa errada neste país, a começar pela corrupção na administração pública e, por isso mesmo, aproveitou a oportunidade para vaiar todos aqueles que têm a reponsabilidade, não somente de cobrar impostos, mas, sobretudo, de administrar com seriedade este país lindo e rico por natureza.

As vaias no Pan do Rio começaram logo na abertura e o alvo principal foi o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na foto, entre o prefeito Cesar Maia e o governador Sérgio Cabral. Foi uma vaia estrondosa e o presidente não teve a competência de um estadista para abrir oficialmente os Jogos do Pan. Ao contrário, foi um fiasco mostrado para milhões de pessoas no Brasil e no mundo. E foi a primeira vez na história, que os Jogos Pan-Americanos não foram abertos pelo presidente do país sede. Os governistas e os asseclas do presidente tentaram minimizar o constrangimento, afirmando que tudo não passou de uma orquestração do prefeito do Rio, César Maia (DEM).

Mais um vexame do Governo Lula, que não admite nem as vaias. Não tinha nenhuma orquestração. No encerramento, como na abertura, todos os políticos foram vaiados, como o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), aliado de Lula, e o próprio César Maia. Lula fugiu do encerramento, mas, mesmo assim, quando o seu nome foi mencionado pelo presidente da Odepa (Organização Desportiva Pan-Americana), Mario Vasquez Raña, o povo novamente o "homenageou" com uma sonora vaia.

Chegou a hora do governo petista entender que, se 60 milhões de brasileiros votaram em Lula, outros 70 milhões votaram em outros candidatos, ou simplesmente, deixaram de votar. Desses 60 milhões, a maioria sobrevive na miséria ou com o Bolsa Família. Os brasileiros estão percebendo que não adianta dar esmola para melhorar o país. O povo quer segurança, quer saúde, educação, emprego e melhores salários.

O Lula foi vaiado por 90 mil pessoas no Maracanã, fugiu da viagem ao Sul do país, depois do acidente com o Airbus da TAN, mas acabou sendo vaiado também no Nordeste. Chega de tanta hipocrisia, roubo e corrupção. Quem sabe que essas vaias não sejam o início de um processo para o Brasil voltar a crescer e o seu povo ter novamente motivos para ser feliz.

Para finalizar, os Jogos do Rio 2007, que tiveram obras a custo de ouro, fato que deverá gerar até uma CPI no Congresso, deixaram também um desafiou para os governantes. Durante a competição, a segurança foi impecável, os índices de violência caíram, muitos assassinatos foram evitados. Mas, será que essa paz foi somente durante os jogos? O Governo Federal vai manter suas tropas no Rio? Afinal, o povo carioca merece segurança e paz durante todo o tempo e não apenas durante uma competição internacional.

Pensamento do dia

"Um povo ignorante é um instrumento cego de sua própria destruição".

Simón Bolívar

Frase do dia

"Tudo o que entra, sai. Tudo o que sobe, desce".

Brigadeiro José Carlos Pereira, ex-presidente da Infraero, sobre o seu afastamento da estatal, nesta segunda-feira.

De volta à realidade

Olá amigos!

Conforme garantimos, estamos de volta. E, lamentavelmente, não apenas com notícias boas, mas também com verdadeiras catástrofes que ocorreram neste mês de julho, quando descansamos durante 20 dias. Basta fazermos uma comparação com a foto da linda paisagem, que publicamos no dia 9 de julho, com estas fotos do terrível acidente com o Airbus da TAM, que matou mais de 200 pessoas.

O pior é que, ao ver as imagens das câmeras do aeroporto de Congonhas, mostrando que o avião pousara em alta velocidade, o assessor especial do presidente Lula, Marco Aurélio Garcia, comemorou com gestos obscenos a "inocência" do Governo. Para esse insensível assessor, as imagens mostraram que "o Governo não teve culpa no acidente", mesmo com toda a falta de segurança nos aeroportos brasileiros. Mas, isso será assunto para outra nota.

Apesar da tragédia em São Paulo, julho foi também um mês de alegria para os brasileiros. Como escrevemos em nossa última nota, antes das férias, apesar do Dunga, o Brasil conquistou o título da Copa América, goleando a Argentina. E, no PAN Rio 2007, o Brasil bateu recordes com 54 medalhas de ouro. Se houvesse menos corrupção, menos roubo do dinheiro público e mais investimento em educação, saúde e esportes, o Brasil seria, sem dúvida, uma potência não somente no PAN, mas também nos Jogos Olímpicos.

Contudo, a vida continua. Com medalhas, vaias ao Presidente, gestos obscenos e falta de decência de homens do Governo, estamos de volta. Nesta semana voltam também aos seus gabinetes, vereadores, deputados e senadores e, com eles, voltam o caso Renan Calheiros, as denúncias contra o suplente do senador Joaquim Roriz, as Medidas Provisórias que trancam o Congresso e as votações do PAC do Lula.

Quem sabe que com mais esta tragédia e descaso de nossos governantes, o brasileiro não fique mais atento, tenha um pouco de vergonha na cara e aprenda a votar em gente que, no mínimo, tenha respeito pelo sofrimento de quem perde um ente querido. Será que vai ter que acontecer outro acidente de avião, ou continhar morrendo pessoas nas estradas brasileiras para que o governo invista em infraestrutura e em segurança? O povo já começou a se manifestar nas ruas. O presidente está sendo vaiado em todas as regiões do país, daqui a pouco vira bagunça. Será que isso interessa a alguém?

Pensamento do dia

"Constituição Brasileira. Artigo único: todo brasileiro fica obrigado a ter vergonha na cara."

Capistrano de Abreu

Frase do dia

"Eu e o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, descemos ao necrotério para examinar o trabalho de identificação de um desses corpos. Quero dizer a vocês que é rigorosamente impactante, para não dizer horroroso".

Nelson Jobim, ministro da Defesa, logo após ter visitado o IML de São Paulo, onde estão sendo feitos os trabalhos de identificação das vítimas do vôo 3054 do Aribum da TAM.

Descansando e sonhando com boas notícias

Olá amigos! Durante os próximos 20 dias, estarei em algum lugar deste maravilhoso Brasil, apenas observando as paisagens e sonhando com boas notícias. Nesse espaço de tempo, deixarei, portanto, de emitir minhas opiniões aqui, neste blog, sobre o que se passa em nosso país, como a crise que envolve o presidente do Senado Renan Calheiros, a vingança de Joaquim Roriz, que renunciou mas deixou um suplente tão enrolado quanto ele, o PAC do Lula que continua emPACado, o apagão aéreo, as CPIs de lá (PT) e de cá (PSDB), a falta de segurança em nossas cidades, o enriquecimento ilícito de políticos e aloprados, jamais visto neste país e tantas outras notícias do nosso dia-a-dia. O que estranhei também neste mês de julho é que algumas Câmaras Municipais não foram convocadas extraordinariamente para votar projetos "urgentes" do Executivo. Será que as "urgências" acabaram nas cidades, onde os vereadores não ganham mais salários extras para trabalhar durante o recesso parlamentar?

Nestes 20 dias estarei descansando com a minha família. Mas, vocês não ficarão livres de mim. No início de agosto, voltarei a dar os meus palpites. Mas, quem sabe que até lá não tenhamos assuntos mais felizes para comentar, como muitas medalhas de ouro conquistadas pelos brasileiros no PAN do Rio, a conquista da Copa América pela Seleção Brasileira, apesar do Dunga, mais seriedade dos nossos políticos, mais segurança, menos violência e morte de nossos jovens, mais emprego e também mais escola e saúde digna para todos os brasileiros. Afinal, não custa sonhar. Até lá e muitas felicidades!

Sem base na Bíblia, Vaticano quer definir a Igreja Católica como a única de Jesus Cristo

É, no mínimo, curiosa a notícia divulgada hoje pela Folha on line, dando conta de que o Vaticano deve divulgar nesta terça-feira, 10 de junho, um documento que define a Igreja Católica como a única igreja de Cristo. Seria isto uma missão dos católicos ou uma pretensão da Igreja de Roma, que não se conforma em continuar perdendo fiéis para as Igrejas Protestantes?
Conforme a matéria da Folha, o texto da Congregação para a Doutrina da Fé, responsável por promover e tutelar a doutrina da fé e a moral no mundo católico, deve esclarecer uma frase do documento Iumem Gentium ("A luz das nações", sobre a missão universal da igreja), do Concílio Vaticano 2º, dizendo que a única igreja de Cristo "subsiste" na Igreja Católica.
Durante o Concílio, uma reunião de bispos e cardeais realizada entre 1962 e 1965, a igreja adotou mudanças, como a realização de missas nos idiomas modernos, e afirmou o respeito aos não-católicos. Recentemente, o Papa Bento 16, autorizou a missa em latim, pouco importando se os fiéis católicos entendem ou não o que os padres dizem nos sermões.
Agora, com esse documento parece que a Igreja Católica entra definitivamente num retrocesso. Andrea Tornielli, vaticanista do jornal "Il Giornale", afirma que o documento desta terça-feira também deve confirmar a declaração Dominus Iesus, aprovada pelo papa João Paulo 2º em 2000, segundo a qual apenas a Igreja Católica dispõe de todos os meios de salvação.
A declaração causou, na época, protestos das igrejas protestantes, classificadas como simples "comunidades eclesiásticas".
Em uma carta aos bispos de todo o mundo, no último sábado, 7, o pontífice rejeitou as críticas de que sua atitude poderia dividir os católicos.
No entanto, o documento gerou mal-estar e, segundo especialistas, poderá ameaçar também o diálogo entre cristãos e judeus.
O problema é que a antiga liturgia, conhecida como missa Tridentina, inclui passagens nas quais se diz que os judeus vivem "na cegueira" e "na escuridão" e pedem que "o Senhor, nosso Deus, retire o véu dos corações deles a fim de que possam também reconhecer nosso Senhor Jesus Cristo".

O que a Bíblia diz

Como cristão-evangélico protestante, o meu objetivo não é causar polêmica com este comentário, até porque considero que o documento não passa de uma questão interna da Igreja Católica, que por sua vez, está interessada apenas em manter os seus fiéis.

No entanto, acredito que a verdadeira Igreja de Cristo não é definida por fachada ou nome de igreja e que a salvação não é conseguida atráves da intermediação de 'santos' ou de homens. Para os católicos e todas as pessoas interessadas na leitura da Bíblia, indico algumas passagens, pelas quais qualquer pessoa pode avaliar qual é a verdadeira igreja de Cristo e encontrar a salvação em Jesus:

No Evangelho de João, capítulo 14:6, Jesus disse: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim".

Deus condena qualquer tipo de idolatria, ou seja, a intermediação entre o homem e Deus. Essa intermediação é feita exclusivamente por Jesus, que morreu na cruz, ressucitou e está vivo no Céu.

Veja, o que está escrito em Salmos 115: 2 a 8: "... o nosso Deus está nos céus e faz tudo o que lhe apraz. Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos dos homens. Têm boca, mas não falam; têm olhos mas não vêem; têm mãos, mas não apalpam; tem pés, mas não andam; nem som algum sai de sua boca. Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem e todos os que neles confiam".

Veja também o que escreveu o apóstolo Paulo em I Coríntios 6: 10: "Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes herdarão o Reino de Deus".

Há denominação no mundo mais idólatra que a igreja católica? Portanto, sendo assim, será que essa igreja está certa em se auto definir como a única "igreja de Jesus Cristo"?

Para Lula: ruim com Renan; pior sem ele

O governo Lula e o PT encontram-se numa verdadeira sinuca de bico, desde que surgiu o escândalo envolvendo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) - foto, à esquerda - um dos principais aliados do Governo. Por trás das palhaçadas do Conselho de Ética, com renúncias de presidente e de relatores do processo que investiga falta de decoro parlamentar de Renan Calheiros, além da tropa de choque do deputado alagoano, estão também as digitais do Governo Lula.

E esta força que o goveno faz para tentar segurar Renan Calheiros, mas, ao mesmo tempo temendo ir pro buraco junto com ele, tem muitas razões de ser. Pois, ao assumir a presidência do Senado, com apoio do PT, Renan foi um dos que mais defendeu Lula e seus aloprados. Além de não criar nenhum embaraço para as votações das medidas provisórias do presidente Lula, que não deixa mais o Congresso legislar, Renan Calheiros fez também o que pôde para evitar inúmeras investigações, postergando ao máximo a criação de CPIs na Casa.

Agora, com o caso Mônica Veloso, jornalista com quem Renan tem uma filha e cujo pagamento de pensão gerou o processo no Conselho de Ética, em virtude da acusação de que o senador usou dinheiro da Mendes Júnior para pagar essas despesas, a cada dia fica mais difícil para os govenistas defenderem o presidente do Senado. Renan é acusado também de apresentar notas fiscais frias para comprovar venda de gado em Alagoas. Neste final de semana, ainda surgiram novas denúncias, as quais dão conta de que Renan Calheiros teria beneficiado a cervejaria Schincariol. Segundo matéria publicada na revista Veja, essa empresa de São Paulo teria comprado uma empresa de refrigerantes da família Calheiros, por um valor acima do mercado, e, em troca, Renan Calheiros teria ajudado a Schincariol a se livrar de dívidas astronômicas junto à Receita Federal.

E diante da crise de Renan Calheiros, o govenro está sem saída. Em público, Lula repete o óbvio: "todo acusado é inocente até prova em contrário", como se ninguém soubesse disso, tentando evitar um choque direto com Renan. Mas, a verdade é que o próprio Governo já analisa um nome aliado que possa substituí-lo.

A angústia dos governistas é justamente a possibilidade de ver a presidêcia do Senado nas mãos da oposição. Além disso, o Govermo teme as reações de Renan Callheiros que, saindo da presidência e, quem sabe, até mesmo renunciando ao mandato para fugir da cassação, ele venha a se sentir despresgiado pelo Goveno e passe de aliado a opositor. E a conclusão é simples: para o Governo, ruim com Renan; péssimo sem ele.

Rossi defende redução de gastos com folha de pagamento de prefeituras

Em recente pronunciamento na Câmara Federal, o deputado Francisco Rossi (PMDB-SP) - foto - defendeu a redução de gastos das prefeituras com a folha de pagamento. Para Rossi, muitos municípios estão com uma despesa de pessoal muito acima dos 60% estipulados pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O deputado osasquense defende uma redução de 60 para 40%.

Hoje, as prefeituras podem gastar 54% com os funcionários do Executivo e 6% com os servidores da Câmara Municipal. Rossi propõe que esse limite seja de 40%, sendo 37% para a folha de pagamento da prefeitura e 3% para a Câmara.

Rossi destacou que quando assumiu a prefeitura de Osasco, em 1989, as despesas com pessoal eram de 82% de todo o orçamento municipal, números que ele reduziu para a casa de 22%. Foram essas experiências à frente de uma das maiores cidades do estado de São Paulo, que levaram o deputado a propor mudanças na LRF. “O limite razoável, que poderemos estabelecer, seria as prefeituras gastarem 37%, enquanto as Câmaras Municipais, no máximo, 3%” com as suas folhas de pagamento".
Para reforçar o seu pronunciamento, Rossi falou sobre os números atuais das receitas municipais no Brasil. O deputado disse que atualmente a receita dos municípios gira em torno de R$120 bilhões aproximadamente e, para facilitar os cálculos, Rossi arredondou esse valor para R$100 bilhões. "Isso significa que pelo limite atual, as prefeituras têm um custo com pessoal de até R$60 bilhões. Um valor incrível. Se reduzíssemos esse percentual para 40%, sendo 37% para as prefeituras e 3% para as Câmaras Municipais, teríamos uma economia de 20 bilhões por ano. Multiplicando esses 20 bilhões por 4, teríamos 80 bilhões de economia, ao final de uma administração municipal”, concluiu Rossi, que recebeu apartes de apoio de diversos deputados.

Eleições municipais

Em conversa com o signatário deste blog, Francisco Rossi garantiu que está disposto a ser o candidato do PMDB, caso o partido decida mesmo a disputar a prefeitura de Osasco em 2008, uma vez que o seu nome aparece nas principais pesquisas eleitorais. Em 2006, depois de 14 anos longe do poder municipal e de qualquer outro cargo eletivo, Rossi foi o deputado federal eleito com o maior número de votos na cidade.

Conforme pesquisas internas dos principais partidos, como PSDB, PT e PMDB, se a eleição fosse hoje, a disputa em Osasco seria acirradíssima entre Rossi, o deputado estadual e ex-prefeito Celso Giglio (PSDB) e o atual prefeito Emidio Pereira de Souza (PT). Na opinião dos analistas políticos, se Rossi não passar para o segundo turno, será eleito prefeito o candidato que se aliar a ele.

Pensamento do dia

"Não pergunteis o que o vosso país pode fazer por vós; e sim, o que podeis fazer por ele."

Presidente Kennedy

Frase do dia

"Ficamos aliviados, mas encontramos outra agonia porque parece que o suplente dele está envolvido em denúncias."

Arthur Virgilio, líder do PSDB no Senado, sobre a renúncia do senador Joaquim Roriz.

"Daqui não saio, daqui ninguém me tira". Será?

O tiro saiu pela culatra. A manobra que o novo presidente do Conselho de Ética do Senado, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), tentou fazer para salvar o seu chefe Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente da Casa, acabou piorando a situação, que já era complicada, do senador alagoano. Mesmo contra a vontade da maioria dos senadores, Quintanilha, que também responde a processo por corrupção no STF, logo que assumiu o Conselho, mandou de volta à Mesa do Senado, o processo que o PSOL move contra Renan por quebra de decoro parlamentar.

A esperança de Renan Calheiros e de sua tropa de choque era de que a Mesa fosse arquivar o processo. Na pior das hipóteses, eles esperavam que a Mesa mandasse o processo para o STF, o que daria mais tempo para Renan se defender e esfriaria o caso.

Porém, os componentes da Mesa, mesmo com a proposta de arquivamento feita pelo vice-presidente, Tião Viana (PT-AC) , e com a ingerência do próprio Renan, decidiram que o caso deveria voltar para o Conselho de Ética e as investigações partissem do ponto em que estavam quando o senador Sibá Machado (PT-AC) renunciou ao cargo de presidente do Conselho.

Sem apoio

A prova maior da situação crítica em que se encontra Renan Calheiros foi dada na sessão do Senado desta terça-feira, 3. Com um Renan, mesmo tentando transparecer tranquilo, porém, sem condições de esconder o constrangimento, todos os senadores da oposição pediram que ele se afastasse do cargo até terminar o processo no Conselho de Ética. Foi uma sessão surrealista, conforme definiu o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), um dos dissidentes do partido, favorável ao afastamento de Renan Calheiros.

O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), foi o primeiro a discursar. "A posição do PSDB é sugerir à vossa excelência, olhando nos seus olhos, que se afaste da presidência do Congresso Nacional até a conclusão definitiva das investigações." O DEM (ex-PFL) já havia tomado essa mesma decisão. Outros senadores discursaram nessa mesma linha. Até mesmo senadores do PMDB, como Pedro Simon, um dos políticos mais respeitáveis do partido, pediram para que Renan deixasse o cargo para o seu próprio bem e para o bem do Senado. "Eu, se fosse vossa excelência já teria saído", aconselhou Simon. "Entendo que é melhor para o Senado que esse processo seja feito com outra pessoa no seu lugar, provisoriamente", disse o presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE).

Sérgio Guerra (PSDB-PE) disse que o Senado caminha para clima de desordem diante de "manobras" articuladas por aliados de Renan Calheiros. "Não concordo com esse tipo de interferência. O presidente Renan terá condições de presidir o Senado se recuperar a capacidade das coisas funcionarem. Do jeito que está, não dá. Daqui a pouco vai haver desrespeito entre os colegas e vamos caminhar para um clima de desordem."

Renan ouviu calado todos os discursos e, no final, reiterou a sua posição de não deixar a presidência da Casa. "Com serenidade e reflexão, entendo que devo permanecer na presidência do Senado mesmo que isso contrarie apetites políticos de ocasião."
Renan é acusado de usar o lobista Cláudio Gontijo, da Mendes Júnior, para pagar aluguel e pensão à jornalista Mônica Veloso com quem tem uma filha fora do casamento. Mas, o Conselho investiga também documentos apresentados pelo próprio Renan sobre venda de gado de suas fazendas em Alagoas, para "comprovar" que possuía recursos próprios. Há suspeita, porém, de que esses documentos não correspondem à realidade. Até quando Renan Calheiros resistirá à falta de apoio político e a pressão popular?

Pensamento do dia

"Não permita que ninguém o faça descer tão baixo a ponto de você sentir ódio."

Martin Luther King

Frase do dia

"Jamais renunciarei. Não arredarei o pé da presidência. Eu me sinto inteiramente à vontade para continuar no comando do Senado."

Senador Renan Calheiros (PMDB-AL), em resposta aos senadores que pedem o seu afastamento enquanto durar o processo que corre contra ele no Conselho de Ética.

Lula faz "Arraiá" sem "quadrilha"

Já não se faz mais festa junina como antigamente. Pelo menos foi que se viu no "Arraiá do Torto", promovido pelo presidente Lula e pela primeira-dama, dona Marisa (foto), no sábado, dia 30 de junho. Ao contrário das demais festas juninas que acontecem em todo o país, onde o ponto alto é a dança de quadrilha, a festa caipira do presidente Lula aboliu este ítem.
Para comparecer à festa caipira de Brasília, os participantes tinham apenas que comparecer vestidos a caráter.
Esta, foi a quarta festa junina organizada pela primeira-dama Marisa Letícia, desde que o PT chegou ao poder em 2003. Ela só são não foi promovida em 2005, ano em que o Governo Lula foi atingido pelo escândalo do mensalão. O povo espera agora que os "quadrilheiros" daquela quadrilha dancem somente no processo que tramita no Supremo Tribunal Federal.
Neste ano, o casal presidencial resolveu também não convidar parlamentares, para evitar, por exemplo, a presença do senador Renan Calheiros, aliado do Governo, mas que está encrencado com um processo no Conselho de Ética do Senado. Dos 37 ministros de Lula, apenas 13 compareceram ao "Arraiá do Torto".
As más linguas têm duas explicações para as ausências das "quadrilhas" e dos parlamentares. Segundo os fofoqueiros, se resolvesse promover a dança de quadrilha, o casal Lula e Marisa correria o risco de não encontrar lulgar para acomodar todos os políticos especialistas em "formação de quadrilha", que costumam frequentar Brasília.
Ainda segundo os analistas de festas político/juninas, para os próximos anos, além da festa caipira propriamente dita, dona Marisa e o presidente Lula poderiam também pensar numa festa do tipo boi-bumbá. Dentre os convidados, poderiam estar senadores como Renan Calheiros e Joaquim Roriz, pecuaristas acostumados a mexer com gado e a fazer festa com o dinheiro do povo.

Pensamento do dia

"Quando os que mandam perdem a vergonha, os que obedecem perdem o respeito."

Cardeal de Retz

Frase do dia

"Se for investigar todos os senadores a fundo, e levá-los ao Conselho de Ética, não sobra um. Tem de fechar o Congresso por anos."

Gilvan Borges, senador (PMDB-AL), um dos membros da tropa de choque que defende o senador Renan Calheiros, em entrevista à rádio Band/News FM. Veja 2015.

NOTA DO BLOG: Será que os outros senadores não vão tomar nenhuma posição diante desta afirmação de Gilvan Borges? Uma coisa é um brasileiro comum cantar: "se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão". Outra coisa é um senador da República afirmar a mesma coisa e nada acontecer.