segunda-feira, abril 30, 2007

Destilando veneno, Cobra deixa o ninho tucano

Inconformada com os rumos do PSDB, que tem ensaiado uma aproximação com o PT de Lula - veja nota aí embaixo - a ex-deputada Zulaiê Cobra acaba de deixar o partido. No último dia 24 de maio, acusando a legenda de ter perdido sua identidade oposicionista e destilando veneno contra algumas lideranças do partido, como o governador José Serra, a advogada criminalista comunicou a sua decisão. "Hoje vim à Brasília, entreguei minha carta de desfiliação e já não pertenço mais ao PSDB".
Na conversa que teve com a imprensa em Brasília, Zulaiê disse estar "muito decepcionada" com as atitudes da legenda, principalmente no relacionamento de aproximação com o governo de Lula. "As pessoas me questionam sobre o papel do PSDB na oposição. E o partido, principalmente nos últimos dois anos, no campo da investigação, não tomou a atitude firme que o brasileiro esperava e isso me magoou muito", disse .
"Sem motivo aparente, o Tasso vai e conversa com o Lula e sai dizendo que a oposição tem que ser racional. Aí vemos as duas lideranças do partido Serra e Aécio mostrando que querem ser candidatos a presidente em 2010 com o apoio do Lula", lamentou.
"Ninguém diz que é contrário ao governo petista de tantas situações vergonhosas", declarou a ex-deputada, citando as CPIs e as notícias de corrupção que envolveram o PT e o governo de Lula. "Deixo o PSDB de cabeça erguida".
Zualiê não falou sobre qual será o seu futuro político. Ela apenas deixou transparecer que poderá ir para um partido menor, onde possa fazer uma "verdadeira oposição". "Quero distância do governo Serra e do Kassab. Na oposição, Zualiê Cobra foi um tipo de Heloisa Helena do PSDB. As duas têm temperamento semelhante quando o negócio é criticar e fazer oposição. Quem sabe o destino de Zulaiê Cobra não poderá ser o PSOL de Heloísa Helena. Se for isso, que se cuidem os adversários.

sexta-feira, abril 27, 2007

Namoro entre petistas e tucanos tem cheiro de pizza

No início desta semana, o governador de São Paulo, José Serra(PSDB) - à direita na foto com Lula - deu entrevista desmetindo qualquer possibilidade de aproximação entre petistas e tucanos. Serra classificou de "absurdas" as noticias de que ele teria proposto "ceder" a Prefeitura de São Paulo aos petistas, em 2008, em troca do apoio do PT e de Lula ao seu nome para a presidência da República em 2010.
Mas, será que são absurdas mesmo as notícias sobre o "namoro" entre tucanos e petistas, principalmente, depois dos encontros que o presidente Lula manteve com o próprio Serra e com o presidente nacional do PSDB, o senador Tasso Jeiressatti (CE)? Que os tucanos estão mesmo é de olho no poder em 2010 - pasmem! - com as bênçãos de Lula, sobretudo, diante da falta de um nome forte no PT para substituir o atual Presidente, todos percebem. Mas, será que não há outros motivos para o namoro?

Na política brasileira tudo muda da noite para o dia, de acordo com as conveniências dos caciques e não se deve duvidar de nada que saia das cabeças de certas lideranças desses dois partidos. Além desse acordo absurdo para as eleições de 2008 e 2010, com essa aproximação em nome da governabilidade, petistas e tucanos podem estar também costurando outros acordos para aliviarem suas culpas nas CPIs que estão para para serem iniciadas tanto lá em Brasília, como também em São Paulo.

Veja bem que os tucanos já não falam mais com tanto entusiamo sobre a CPI das ONGs e a do Apagão Aéreo, esta última no Senado e na Câmara dos Deputados, onde será instalada por decisão do Supremo Tribunal Federal. Hoje, a instalação dessas CPIs tem sido feita com mais ênfase apenas pelo DEM (ex-PFL) e pelo PPS. E, com certeza, o recuo tucano não é de graça, uma vez que quem tem telhado de vidro não pode sair atirando pedras para todos os lados. Até porque, como o STF determinou a imediata instalação da CPI do Apagão Aéreo, cujas investigações poderão mostrar irregularidades na Infraero e, com isso, atingir quadros importantes do PT e do Governo Federal, a CPI da Nossa Caixa, que também será instalada na Assembléia Legislativa de São Paulo por decisão judicial, poderá de igual modo atingir a alta cúpula do tucanato paulista.

E sendo assim, seria melhor para petistas e tucanos que as investigações não avançassem tanto nem na podridão da Infraero e nem nos tais contratos de publicidade da Nossa Caixa, em São Paulo. Portanto, uma grande pizza feita a quatro mãos nesse momento seria um bom prato para petistas e tucanos sentarem à mesa e darem as mãos. Por isso é que muitos afirmam que PT e PSDB têm a mesma origem. Pelo que estamos vendo, eles têm ainda o mesmo jeito de se governar e quem sabe terão também os mesmo destino.

terça-feira, abril 24, 2007

Dossiê: TSE inocenta Lula e os aloprados do PT


Nesta quarta-feira, 24, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu pelo arquivamento da representação contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros membros do Partido dos Trabalhadores. Por unanimidade, 6 ministros do Tribunal rejeitaram a representação, movida pelo PSDB, que pedia a cassação do diploma da posse de Lula neste segundo mandato.
A coligação do então candidato tucano, Geraldo Alckmin, da qual fazia parte também o DEM (antigo PFL), teve como base a apreensão de R$ 1,7 milhão, realizada pela Polícia Federal. A dinheirama foi encontrada em poder de membros do PT num hotel de São Paulo, em setembro de 2006.
Segundo o advogado da coligação tucana, esses valores tinham como destino a compra de um dossiê contra o candidato tucano, prejudicando tanto Geraldo Alckmin, como também José Serra, então candidato ao governo de São Paulo, pleito vencido por ele. Já a advogada de defesa, afirmou que as acusações eram puramente políticas, sem nenhuma sustentação jurídica e, muito menos, provas contra os petistas. Os ministros do TSE também entenderam que as acusações feitas pelos tucanos careciam de provas, principalmente, sobre abuso de poder econômico por parte do presidente Lula.
Além de Lula, figuravam também na representação o presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, o empresário Valdebran Padilha, o advogado Gedimar Pereira Passos e o ex-assessor da Presidência, Freud Godoy. Outros petistas acusados na época, como Jorge Lorezetti, churrasqueiro preferido de Lula, ficaram livres da ação. O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) já havia sido absolvido em ação anterior pelo STF. Na época, Lula chamou todos os petistas que participaram do dossiê de aloprados.

E a dinheirama?

Mas, como diz o ditado popular: uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Ao TSE cabe julgar, condenar ou absolver alguém se tiver prova. Como os ministros afirmaram, não havia prova das denúncias e, assim, é claro, eles não tinham como condenar os acusados.
Mas, surgem então algumas perguntas na cabeça dos brasileiros comuns, dos pobres mortais que não conhecem os meandros das leis e, muito menos, conhecem os meios pelos quais os criminosos conseguem se livrar das mais graves acusações.
Uma coisa é certa: o dinheiro foi apreendido pela polícia e o Brasil inteiro viu aquela montanha de reais, que a maioria só conseguiria ter se ganhasse na loteria. Qual seria então o destino desse dinheiro, apreendido com os dois petistas? A Polícia Federal só conseguiu apurar a origem de 248 mil dólares. Já com relação aos mais de um milhão e 100 mil Reais ninguém sabe, ninguém viu.
Teria sido um crime perfeito? Alguém vai continuar investigando a origem desse dinheiro? Ou daqui para frente será normal andar com malas de dinheiro e apenas alegar que elas apareceram misteriosamente num quarto de hotel. Por essas e outras coisas é que o Brasil está nessa miséria total e a cada dia sendo engolido pelo crime organizado e a corrupção.

sábado, abril 21, 2007

Ministro Lewandowski é homenageado em Osasco

A cidade de Osasco, na Grande São Paulo, viveu uma noite histórica nesta sexta-feira, 20 de abril, durante o lançamento da revista Expressão Jurídica, editada pela Secretaria de Assuntos Jurídicos do município. Pela primeira vez, a cidade recebeu a visita de um membro do Supremo Tribunal Federal (STF). Trata-se do ministro Enrique Ricardo Lewandowski (foto), capa desta primeira edição da revista. O ministro recebeu uma medalha das mãos do prefeito Emidio de Souza (PT).
O evento foi realizado no Centro de Formação dos Professores e contou com a presença de um grande público, formado em sua maioria por pessoas ligadas ao Poder Judiciário, como juízes, procuradores, advogados e estudantes de Direito. Dentre outras autoridades, estiveram presentes, além do prefeito Emidio de Souza, o deputado federal João Paulo Cunha (PT), o deputado estadual Marcos Martins (PT), José Pachoal Filho, presidente da OAB-Osasco, o secretário de Assuntos Jurídicos Renato Afonso Gonçalves, e os vereadores petistas, Rubens Bastos e Sônia Rainho.
Todos que falaram no evento, destacaram a importância da revista Expressão Jurídica, um veículo que não será útil apenas para os operadores do Direito, mas também para a população em geral. Conforme destacou o secretário Renato Afonso, a revista tem como meta buscar a democratização do Direito e, para isso, usa uma linguagem simples para tratar de assuntos de interesse de toda a sociedade.
Ao agradecer a homenagem, o ministro da mais alta corte de Justiça do Brasil salientou a boa impressão que teve ao chegar em Osasco. "Já fazia algum tempo que não passava por esta região de São Paulo e estou maravilhado com o crescimento e a beleza de Osasco. Recebo com muita satisfação esta homenagem deste município progressista e pujante, mas, não apenas em meu nome pessoal. Permita-me transferir a homenagem para toda a magistratura brasileira, como os 15 mil juízes do Brasil, que estão diuturnamente lutando pelos direitos e garantias fundamentais do povo", disse o doutor Lewandowski. (Foto de Renato Ferreira)

Lei de Biossegurança (acrescentado no domingo, 22)

Após a cerimônia, o ministro Lewandowski conversou com este repórter, quando falou sobre o número elevado de processos que se acumulam no STF e também sobre a audiência pública, promovida pelo STF, também na sexta-feira, para discutir a constitucionalidade de certos pontos da Lei de Biossegurança.
Segundo o ministro, somente no ano de 2006, o Supremo Tribunal Federal julgou mais de 100 mil processos, ficando, portanto, cada um de seus 11 membros com a responsabilidade de analisar e julgar cerca de 11 mil processos. Conforme explicou Lewandowski, há estudos no sentido de que assuntos mais simples possam ser decididos pelas instâncias inferiores, ficando o STF responsável por questões mais polêmicas e que dizem respeito, principalmente, à interpretação e aplicação da Constituição Federal.
Com relação à Lei de Biossegurança, o STF recebeu do ex-procurador-geral da República uma ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade), questionando o uso de células embrionárias para experiências ciêntíficas. Durante todo o dia, o relator do processo, ministro Carlos Ayres Brito e outros ministros ouviram mais de 30 representantes da comunidade científica brasileira, que expuseram suas experências com argumentos prós e contra o uso de células embrionárias.
O ministro Lewandowski, que não pôde participar dessa histórica audiência pública - a primeira promovida pelo STF - elogiou a iniciativa do colega Carlos Brito. "Agora, com essas novas informações fornecidas pelos expecialistas no assunto, nós, ministros do STF, teremos mais e melhores condições de decidir sobre um assunto tão polêmico, que não fala apenas sobre o mundo ciêntífico e sobre a vida humana, mas também sobre questões éticas e religiosas", disse o ministro.

sexta-feira, abril 20, 2007

STF abre processo criminal contra Genoino, Valério e Delúbio




Nesta semana o mensalão voltou aos noticiários e, se alguém, eleito pelo povo, chegou a pensar que estivesse livre dos crimes cometidos, é bom colocar as barbas de molho. Dois anos depois do escândalo, que envolveu Legislativo e Executivo, na quarta-feira, dia 18, o STF (Supremo Tribunal Federal) abriu a primeira ação penal contra 11 pessoas acusadas de envolvimento com o esquema. A abertura do processo criminal transforma em réu o deputado José Geonoino (PT-SP) e mais duas pessoas que ficaram bastante conhecidas no mensalão: o ex-dirigente petista Delúbio Soares e o empresário Marcos Valério Souza. Até agora, eles eram tratados apenas como investigados. O relator da ação penal é o ministro Joaquim Barbosa.
O inquérito tramitava na Justiça Federal de Belo Horizonte (MG), mas foi transferido para o STF porque Genoino ganhou direito a foro privilegiado depois de ser diplomado deputado federal em 19 de março deste ano.A denúncia atinge também quatro dirigentes do BMG, Banco de Minas Gerais, onde Delúbio Soares e Marcos Valério fizeram parte dos empréstimos usados, segundo a denúncia para comprar parlamentes. São eles: Ricardo Annes Guimarães, João Batista de Abreu, Márcio Alaôr de Araújo e Flávio Pentagna Guimarães. Também foram denunciados Renilda de Souza, mulher de Marcos Valério, e seus ex-sócios Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino.
Geonoino é acusado porque na época dos empréstimos considerados suspeitos, ele era o presidente do PT, enquanto Delúbio era o tesoureiro do partido. Marcos Valério teria sido o intermediário entre o PT e o BMG.

Mais 40
Até o final de junho, os outros acusados poderão também ser transformados em réus na ação penal princiapal pelo STF. No total, são 40 pessoas acusadas, sedo que Genoino e o ex-ministros José Dirceu também fazem parte desse grupo.A denúncia foi oferecida ao STF em março de 2006 pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. O Procurador-Geral acusou essas 40 pessoas de participarem de uma "organização criminosa", que, segundo ele, tinha como objetivo a compra de parlamentares da base governista para favorecer o governo Lula.
Genoino critica
Na quinta-feira, 19, o deputado José Genoino foi à tribuna da Câmara para criticar a decisão do STF. Para Genoino, a abertura do processo é uma ação política e disse estar disposto a provar sua inocência. "Essa ação política de denúncia do Ministério Público para criar fato negativo em relação a este deputado não me intimida, não me ameaça, porque tenho a consciência tranqüila daquele ato legal. E vou provar minha inocência, por meio de meus advogados, no Supremo Tribunal Federal. Esse é um jogo político", afirmou.
Segundo o deputado, o empréstimo concedido pelo BMG ao PT foi feito sem ferir a lei. "Quero esclarecer que esse empréstimo é legal. Está registrado no Tribunal Superior Eleitoral que consta da contabilidade do PT. Não tem nada a ver nem com campanha eleitoral nem muito menos com caixa dois", afirmou.

quinta-feira, abril 19, 2007

Câmara e Senado devem instalar CPI do Apagão Aéreo


O Governo tentou de todas as formas evitar a CPI do Apagão Aéreo na Câmara dos Deputados. Agora, além de ter que se curvar à Justiça e instalar a CPI na Câmara, o Governo se vê diante da iminente instalação de outra CPI para investigar também as irregularidades no setor aéreo no Senado da República, onde a oposição é muito forte.
Nesta quarta-feira, 18, os senadores da oposição entregaram ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o requerimento com 34 assinaturas, sete a mais do que as 27 necessarias.
As bancadas do DEM (ex-PFL) na Câmara e no Senado subiram à tribuna para entregar de forma solene o pedido para Renan. Das 34 assinaturas, cinco são de senadores da base aliada do governo: Mão Santa (PMDB-PI), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Geraldo Mesquita (PMDB-AC) e Pedro Simon (PMDB-RS) e Cristovam Buarque (PDT-DF).A oposição garante que até a próxima semana os senadores Osmar Dias (PDT-PR) e Jefferson Peres (PDT-AM) também vão assinar o requerimento que pede a abertura da CPI. Além das bancadas do PSDB e do DEM, o requerimento conta ainda com a assinatura do senador José Nery (PSOL-PA).
O pedido afirma que os senadores vão se basear em seis fatos específicos nas investigações: o acidente da Gol, as greves e operações-padrão dos controladores de vôo, os gastos da Infraero (estatal que administra os aeroportos) com a modernização dos terminais, as panes em equipamentos e no sistema de radares do Cindacta-1, a execução orçamentária do programa de segurança de vôo, além dos transtornos registrados nos principais aeroportos do país.

Parecer favorável do Procurador
O ministro Celso de Mello, do STF, já havia determinado o desarquivamento do pedido de criação da CPI na Câmara, mas os governistas ainda tinham esperança de que no plenário, os ministros do Supremo pudessem votar contra a CPI. No entanto, o golpe fatal contra o Governo veio nesta quarta-feira. O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, deu parecer favorável à criação da CPI do Apagão Aéreo na Câmara. No parecer, o procurador argumenta que a Câmara deve preservar o direito das minorias de instalarem a CPI, por isso, afirma que não seria cabível questionar a legitimidade da comissão.Já pressentindo um mal maior com a CPI do Senado, o Governo mudou de tática admitindo a CPI na Câmara dos Deputados, onde tem maioria e a possibilidade de controlar a Comissão Parlamentar de Inquérito. Mas, parece que essa decisão veio tarde demais. A oposição do Senado não abre mão da investigação e, no máximo, poderá pedir a transformação das duas CPIs numa CPMI - uma Comissão Mista - formada por senadores e deputados, o que seria ainda pior para o Governo.
A cada dia surgem mais denúncias de irregularidades na Infraero, inclusive, acusação de pagamento de propina por parte de empresários que usam o espaço publicitário nos aeroportos, como também denúncias de superfaturamento em obras da empresa. Caso essas denúncias se confirmem, é possível que estejamos novamente diante de fatos como o caso Mensalão quando empresas públicas cobravam propina para "comprar" parlamentares ou fazer caixa dois.

quarta-feira, abril 18, 2007

Por que o Brasil quer esconder seus miseráveis do Papa?


Dentro de pouco dias o Papa Bento XVI chegará ao Brasil. Há todo um clima de alegria junto aos católicos pela visita do chefe da Igreja Romana, que eles consideram como o "representante de Deus na Terra". Mas, parece que as autoridades brasileiras, sobretudo, as autoridades paulistas, não querem permitir que o chefe da Igreja Católica exerça, na prática, o que ele prega em suas missas, isto é, o amor entre todas as pessoas. Pois, para espanto de todos, já foi definido que a polícia irá tirar das ruas todos os mendigos e moradores de rua durante a visita do Papa.
Será que o próprio Papa Bento XVI tem conhecimento dessas medidas, ou será que a cúpula da Igreja Católica no Brasil concorda com isso? Com certeza, durante as missas em São Paulo, em Aparecida, ou em qualquer outro local onde o Papa for, milhares de pessoas bem vestidas, ou não, estarão perto do Papa. E, será que os moradores de ruas ou mendigos, católicos, não têm o mesmo direito?
Pela história bíblica, sabemos que Jesus Cristo fora visto numa festa mais chique apenas uma vez. Foi num casamento, onde, inclusive, ele fez o seu primeiro milagre, transformando água em vinho. Nas demais passagens que falam de multidões ao lado de Cristo, ele sempre estava abençoando e ao lado de pescadores, de pessoas pobres e doentes.

Representantes do prefeito Kassab tentam negar a informação de que a prefeitura irá esconder os mendigos e "limpar" as ruas para o Papa passar. Um assessor da prefeitura disse que são medidas de rotina durante a vista de autoridades internacionais, afirmando, inclusive, que a cidade tem que estar "bonita durante a visita do Papa, evento que será mostrado para todo mundo". Uai, como diz o mineiro. Os brasileiros de Sâo Paulo não merecem também uma cidade limpa e bonita todos os dias?


terça-feira, abril 17, 2007

PAC do Lula quer confiscar o FGTS do trabalhador

Veja só a que ponto chegamos no Brasil, governado por um ex-sindicalista. Conforme a Medida Provisória (MP) 349, aprovada nesta terça-feira pela Câmara dos Deputados, o governo do presidente Lula, do PT (Partidos dos Trabalhadores), quer usar recursos do FGTS, para aplicá-los em obras do tal PAC (Plano de Aceleração do Crescimento). Conforme determina a Constituição Federal, os recursos do FGTS, único fundo que o trabalhador brasileiro tem como garantia quando é dispensado ou se aposenta, só podem ser aplicados em obras na área da habitação. Agora, não. Através de uma simples medida provisória, o Executivo quer meter a mão no dinheiro do trabalhador para entregá-lo de mão beijada aos empresários.
Com maioria absoluta da base governista, o Executivo não teve problemas para aprovar, talvez, a mais polêmica MP do PAC, que até agora não atraiu investidores da iniciativa privada, justamente pela falta de garantia jurídica dos investimentos. O placar foi de 312 votos a favor, 105 contrários e uma abstenção. Segundo consta na MP, um Comitê Financeiro é que vai definir o valor do FGTS a ser aplicado em obras nos setores de energia, rodovia, ferrovia, portos e saneamento básico.
Com pouquíssimos votos contra da base governista - dois ou três deputados apenas - a MP foi aprovada pelos representantes do PT, PMDB, PTB, PCdoB, PSBO, PDT, PP, PR e PV. Votaram contra PSDB, DEM (ex-PFL), PPS e PSOL. Líderes do PT, por exemplo, como Vicentinho, que sempre disseram estar do lado dos trabalhadores, foram lacônicos em suas intervenções ao defender a MP. Apenas afirmavam que os recursos do FGTS terão garantia da Caixa Econômica Federal. Mas essa garantia foi contestada por muitos parlamentares da oposição, que apresentaram emendas pedindo que os recursos a serem aplicados tivessem a garantia do Tesouro Nacional. O deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), disse que essa MP abre o FGTS do povo, sem consultá-lo, para ser aplicado no arriscado mercado financeiro. "É a privatização do FGTS. Essa MP é o plano Collor do Lula, pois, estão metendo a mão no dinheiro do povo", criticou Faria de Sá.
Curiosamente, com exceção do deputado Cláudio Magrão (PPS-SP), nenhum outro deputado representante do movimento sindical, votou contra. Durante a votação, houve até um bate-boca entre o líder do DEM, Onyx Lorenzoni (RS), e o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical. "Todos que se dizem sindicalistas, participam de negociações e ajudam a tungar o dinheiro do trabalhador, são pelegos", afirmou Lorenzoni.
Nervoso e sem muito argumento, o sindicalista retrucou: "Quero ver se você vai ser macho para me chamar de pelego na festa do dia 1º de Maio na frente de todos os trabalhadores". Pela MP aprovada ontem, o Governo poderá usar R$ 5 bilhões nessa primeira fase do PAC, mas autoriza a Caixa a repassar até 80% do patrimônio líquido do FGTS, chegando a um montante de R$ 17 bilhões. Para a oposição, se esses investimentos derem prejuízos, os trabalhadores, que não foram consultados, não terão nenhuma garantia de reverem o seu dinheiro.
Alguns sindicatos e também alguns deputados do DEM impetraram junto ao STF uma ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade), alegando que a MP do FGTS é inconstitucional. Agora, a esperança é de que o Senado vote a favor do trabalhador brasileiro derrubando a Medida Provisória do Lula.

sexta-feira, abril 13, 2007

Rossi não descarta candidatura a prefeito de Osasco

Falando recentemente ao signatário deste blog, o deputado federal Francisco Rossi (foto, de Vitor Berrocozo) - confirmou que o PMDB terá candidato próprio à Prefeitura de Osasco nas eleições de 2008. O ex-prefeito de Osasco, que já ocupou o cargo por dois mandatos, também não descartou o seu nome como candidato, afirmando, porém, que essa decisão será do diretório do PMDB e dependerá de quem estiver melhor nas pesquisas.
“Ninguém é candidato de si próprio e todos sabem da importância que dou às pesquisas. A única certeza que temos hoje é que o PMDB de Osasco terá candidatura própria em 2008. Hoje, as pesquisas indicam o meu nome como o mais bem colocado, porém, isso pode mudar. A minha filha Ana Paula, por exemplo, mesmo com todas as dificuldades em termos de recursos financeiros, teve um desempenho excelente como secretária da Promoção Social. É um nome que será observado pelo partido. A nossa decisão de candidatura própria em 2008 é resultado das últimas eleições, quando muita gente acreditava que o Francisco Rossi estava morto politicamente e o povo mostrou o contrário. Depois de 14 anos do meu último mandato como prefeito, fui o deputado federal mais bem votado da cidade. Agora, o nosso trabalho será focado nos eleitores mais jovens e temos certeza que a candidatura do PMDB terá um campo imenso para crescer ainda mais até as eleições”, disse o ex-prefeito.

Rompimento com o prefeito Emidio

Rossi falou também sobre o rompimento político com o prefeito Emidio de Souza, do PT, ocorrido no início deste ano, fato que levou a sua filha, Ana Paula Rossi, a deixar a Secretaria de Asistência e Promoção Social. “O nosso compromisso era com a reeleição do Emidio. Foi assim na última eleição e tenho certeza que a candidatura da Ana Paula foi decisiva para sua vitória. Porém, uma aliança política implica também na contrapartida, ou seja, o partido que apóia deve participar da administração. Só que para esse apoio, o prefeito nos ofereceu apenas duas secretarias, sendo que todos os programas sociais foram retirados da Promoção Social e repassados para outra pasta. Isso não é aliança política, principalmente, para um partido de peso como o PMDB, veja o exemplo disso no Governo Federal, onde o partido terá cinco ministérios. O Lula mostrou que é mais inteligente para fazer aliança política. Diante disso, agradecemos ao prefeito e vamos trabalhar por uma candidatura própria e pelo povo de Osasco”, afirmou Rossi.

segunda-feira, abril 09, 2007

Serra poderia ter ficado quieto

Ao perceber que os tucanos estavam perdendo feio para os petistas em termos de aplausos, durante a inauguração de uma obra pública, onde o governo do Estado é o principal investidor, o governador José Serra (PSDB) chegou a ser indelicado com o prefeito de Osasco, Emidio de Souza (PT) - à esquerda - na inauguração do primeiro piscinão de Osasco, ocorrida no dia 5 de abril. A Prefeitura colocou ônibus para levar público ao evento, cuja inauguração foi marcada de última hora pelo governo do Estado. Em função disso, nem precisa dizer que a maioria absoluta da platéia era formada por petistas que não mediam esforços para aplaudir seus representantes. Inconformado com esse clima, José Serra criticou o jornal oficial da Prefeitura, distribuído no local, afirmando que ele não dava destaque para todas as parcerias da obra.
Depois de ver o seu correligionário e ex-prefeito da cidade, Celso Giglio, vaiado pelo público, José Serra tentou fazer o contra ponto político. Antes de Serra, o prefeito Emidio enfatizou a importância da obra, afirmando que nenhuma administração anterior se importou tanto com o problema das enchentes como a sua, destacando também o bom relacionamento entre Prefeitura e Estado. Emidio chegou a presentear o governador com uma medalha e também com uma revista sobre os 45 anos de Osasco. Inclusive, de forma descontraída, Emidio brincou com o governador, mostrando que o 45 - número do PSDB - estava bem destacado.
Em seguida, José Serra ressaltou que a obra do piscinão não tem e não pode ter nenhuma conotação político/partidária. "Esta obra é resultado de uma parceria entre a Prefeitura, o Estado e a União. Ela custou cerca de R$ 26 milhões, sendo R$ 9 mihões do governo Federal e o restante do governo do Estado. A Prefeitura fez a desapropriação do terreno e caberá também a ela fazer a manutenção do reservatório, até porque piscinão sujo não resolve nada", disse o governador.
Se parasse por aí, tudo bem. Só que Serra não estava satisfeito. Antes de terminar o seu discurso, o governador emendou: "Portanto, queria dizer ao prefeito Emidio que a sua assessoria de imprensa foi injusta ao fazer este jornal destacando apenas a Prefeitura. Não mostrou o que fez o Governo Federal e nem o Estadual. A comunicação da Prefeitura de Osasco deveria ser mais democrática", finalizou.
Serra foi muito infeliz e, com certeza, não leu o referido jornal. Em se tratando de assessoria de imprensa, o jornal está perfeito. Sem fazer propaganda pessoal de ninguém e, de maneira profissional, os autores do tablóide mostram a obra e a sua importância, inclusive, com entrevistas de moradores, além de registrarem no texto que o piscinão é uma obra realizada em conjunto pela Prefeitura e pelos governos Federal e Estadual. Portanto, como engenheiro, o governador mostrou que é um péssimo jornalista. Antes de chamar atenção em público da assessoria do prefeito, José Serra deveria, isto sim, cobrar de seus assessores, pois, ninguém iria se importar, caso a assessoria do governador levasse para o evento algum material mostrando o que o governo do Estado tem feito para combater as enchentes. Isso seria muito bom, inclusive, para os jornalistas que estavam cobrindo o evento.

Petistas e tucanos juntos - e sem brigas - num mesmo espaço

A inauguração de um piscinão em Osasco, na semana passada, além de significar esperança para o povo que sofre com as enchentes, serviu também para mostrar que políticos de diferentes partidos podem, sim, viver civilizadamente num mesmo espaço, desde que não seja véspera de eleição. Acompanhado de deputados tucanos, o governador José Serra (PSDB), foi recebido pelo prefeito Emidio de Souza (PT) e, é claro, também por dezenas de parlamentares petistas.
O palco foi pequeno para abrigar tantos políticos representantes dos dois grandes partidos que vêm se revezando no poder nos últimos anos. Ao lado de José Serra estavam os deputados estaduais Celso Giglio e João Caramez, ambos do PSDB, além de outros tucanos, enquanto que do lado petista, além do prefeito Emidio, o evento contou com a presença do deputado federal João Paulo Cunha, do estadual Marcos Martins e de vereadores. Todos se acotovelavam no palco procurando um melhor lugar ao lado do prefeito ou do governador.
Há pouco mais de dois anos, durante a cerimônia de lançamento da pedra fundamental do piscinão, alguém acabou levando esse negócio ao pé da letra e houve, literalmente, "lançamentos de pedras" para todos os lados. E quem levou a pior naquela oportunidade, foi o ex-vereador Délbio Teruel (PDT), que acabara de abandonar uma promissora candidatura a prefeito para embarcar como vice na canoa de Celso Giglio. Era ano de campanha e o que os petistas jamais queriam ver por perto era justamente alguém ligado a Giglio, muito menos o seu vice.
Desta vez, novamente, mais de 90% da massa era de petistas. Tinha até ônibus para levar e trazer a platéia, formada em sua maioria por servidores comissionados. Resultado de um convênio entre Prefeitura, Estado e União, a obra tem, portanto, uma característica suprapartidária. Porém, nessa hora, os políticos ignoram esse aspecto e o que todos querem é se apresentar como "pai" da criança. E para isso fazem até "registro" dessa partenidade.
Se por um lado, a Comunicação da Prefeitura fez um jornal mostrando a obra, com entrevistas de moradores e o que ela poderá representar no combate às enchentes, como ex-prefeito e colega de legenda do governador, Celso Giglio mandou confeccionar um panfleto, onde lembrava à população que o piscinão "era resultado de seu trabalho junto ao governo durante a sua gestão". Mas, parece que esse esforço não teve êxito. Ao ser o primeiro a falar no evento, Celso Giglio sentiu a força da máquina administrativa. As poucas palmas que apareceram foram imediatamente abafadas por uma tremenda vaia. Giglio sentiu o golpe.
Em seguida, foi a vez do deputado federal João Paulo Cunha que, ao contrário de Giglio, teve o seu discurso interrompido não por vaias e, sim, por muitas palmas e gritos da platéia. Nem parecia um político que há menos de um ano se via envolvido no caso mensalão, andava cabisbaixo e até pensava em abandonar a vida pública. Vibrante, João Paulo cumprimentou o governador, parabenizou o prefeito Emidio e fez diversos elogios ao governo do presidente Lula. Felizmente, tudo não passou de discursos, palmas e vaias. Mas, será que veremos esse mesmo clima de "paz" também próximo às eleições de 2008?

José Serra inaugura piscinão em Osasco


Sem show e sem a presença de artistas no palco, fato comum em administrações municipais e que faz aumentar o número de pessoas em qualquer evento público, por mais fraca que seja a administração, na última quinta-feira, dia 5 de abril, o governador José Serra (PSDB) esteve em Osasco, onde inaugurou o primeiro piscinão na zona norte da cidade. O governador tucano foi recepcionado pelo prefeito Emidio de Souza (PT), à esquerda na foto de Vitor Berrocozo.
O reservatório de 40 mil metros quadrados, com compacidade para armazenar 72 mil metros cúbicos de água, faz parte de um pacote de obras anti enchentes, realizado em conjunto pelos três níveis de governo - municipal, estadual e federal - sendo que o maior investimento ficou por conta do governo do Estado. O custo deste primeiro piscinão de Osasco ficou em torno de R$ 26 milhões, sendo R$ 9 milhões da União e R$ 17 milhões do Estado. À Prefeitura de Osasco, coube arcar com as despesas da desapropriação do terreno. Serão de responsabilidade do município as obras de manutenção e de limpeza do reservatório de água.
O piscinão inaugurado por José Serra fica no Jardim Bonança e a esperança é de que ele faça diminuir os prejuízos dos moradores que, há mais de 40 anos, sofrem com as enchentes na região. Na ocasião, Serra deu como inaugurado também o segundo piscinão da cidade que fica localizado no Jardim Rochdale, outro bairro que sofre há quatro décadas com fortes chuvas de verão. Este piscinão, no entanto, só entrará em funcionamente dentro de três meses, após a conclusão das obras de um túnel sob a rodovia Castelo Branco que facilitará o escoamento das águas até o rio Tietê.

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