quinta-feira, novembro 30, 2006

Tudo continua igual...Só decepção com políticos

Olá amigos! Depois de alguns dias de descanso, durante os feriados de novembro e também por problemas no computador, internet, speedy - essas coisas de tecnogia de ponta, mas que nos tornam quase que como incapazes sem elas - passei alguns dias sem postar notícias neste blog. Cheguei até pensar que após esses 15 dias de "férias", a gente pudesse iniciar um outro ciclo e começar a escrever sobre coisas boas para o Brasil, como desenvolvimento, menos corrupção, mais emprego, crianças com mais tempo em sala de aula, mais segurança, menos homicídios, menos problemas, prejuízos e mortes com enchentes e tantas outras coisas abordadas e prometidas na campanha eleitoral.
Ledo engano, sr. Renato Ferreira. Tudo continua como antes. Nada mudou. Pelo contrário, piorou. Pois, antes das eleições presidenciais, a gente via uma oposição ativa, aguerrida e prometendo que não iria dar sossego ao presidente Lula (PT), que iria investigar todos os "crimes" cometidos nessa suja campanha eleitoral. Passada a eleição, porém, a impressão que dá é que estamos vivendo num outro país. Não naquele, onde a Polícia Federal prendeu dois militantes do PT com quase dois milhões de reais e dólares para a compra de um dossiê antitucano. O caso envolve petistas ligados à campanha presidencial, mas, por incrível que pareça, até agora ninguém sabe nada sobre a origem do dinheiro. Um caminho aberto para mais impunidade nesse governo.
Lula, que antes do segundo turno, já havia conseguido o apoio de um governador de oposição, em troca de R$ 1 milhão, conhecido também como verba do orçamento, continua a "atrair" o apoio da maioria dos partidos. Até mesmo um dos mais ferrenhos críticos do presidente Lula, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) já aceitou viajar de carona no aerolula. O PMDB já está quase todo no colo de Lula, com a velha história de "apoio pela governabilidade".
O Senado já iniciou a nova temporada de pizzas. O Conselho de Ética absolveu os três senadores acusados de terem participado da máfia das ambulâncias. O relátório do sério e competente senador Jefferson Peres (PDT-AM), que pedia a cassação do senador Ney Suassuna (PMDB-PB), nem chegou a ser votado. Um outro senador, também do PMDB, sugeriu apenas uma advertência verbal ao acusado, que foi reprovado nas urnas. Se os senadores foram absolvidos, é fácil imaginar que os deputados sanguessugas também terão um final feliz.
Infelizmente, parece ser mesmo esse o destino do nosso querido Brasil. A maioria absoluta do povo pobre que, sem dúvida, conseguiu melhorar um pouquinho a vida de miséria, elegeu o presidente Lula. Porém, como os números das eleições mostraram, os cerca de 39 milhões de eleitores que votaram em Alckmin, mais os votos brancos, nulos e abstenções - mais de 60 milhões de eleitores - desejavam outro resultado. Mas, como diz o ditado, cada povo tem o governo que merece. Vamos ver se nos próximos quatro anos do governo Lula pelo menos tenhamos menos corrupção. Se isso acontecer já será um grande ganho para toda a população.

segunda-feira, novembro 13, 2006

ONGs deverão ser investigadas por CPI

Além de estar quebrando a cabeça para compor o seu novo ministério sem magoar os famintos partidos alidados, como também não jogar gasolina no fogo amigo petista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não terá vida fácil com a oposição no Congresso. É que na próxima semana, os oposicionistas prometem apresentar ao presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), pedido para a criação de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que vai investigar os repasses do governo federal a ONGs (Organizações Não-Governamentais).
O senador Heráclito Fortes (PFL-PI) informou que já recolheu as 27 assinaturas --número mínimo necessário para a criação da CPI. Contudo, o senador pefelista disse que espera conseguir a adesão de novos senadores para ter uma margem de segurança antes de apresentar formalmente o pedido. "Na terça-feira da semana que vem eu dou entrada com o pedido. Acho que conseguiremos pelo menos mais doze assinaturas dos senadores que assinaram o primeiro requerimento de abertura da CPI", disse Heráclito.
No primeiro requerimento, que não chegou a ser protocolado, o senador piauiense conseguiu reunir 37 assinaturas, dentre as quais haviam vários senadores da base aliada do governo federal, como Sibá Machado (PT-AC), José Sarney (PMDB-AP) e Serys Slhessarenko (PT-MT). Heráclito Fortes disse que não apresentaria o pedido para abertura da CPI antes da eleição presidencial para não dar a ela nenhuma característa eleitoreira. Agora, passada a eleição,
a instalação da CPI ganhou força no Congresso depois da publicação de uma reportagem na Folha de S.Paulo (www.folha.com.br), dando conta de que 54,5% das verbas federais repassadas a ONGs entre 1999 e 2005 atendem a entidades sem capacidade para executar as suas atividades. "Isso mostra que nós tínhamos razão. Precisamos dar início à CPI, e essas denúncias fazem com que a gente agilize o pedido", enfatizou Heráclito.
Os senadores têm pouco tempo para instalar a CPI e investigar as denúncias. Eles têm pouco mais de um mês para o fim dos trabalhos legislativos no Congresso este ano e Heráclito trabalha com a possibilidade de convocação extraordinária do Congresso nos mês de janeiro, o que poderia viabilizar as investigações da comissão ainda na atual legislatura.
Para o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), a CPI é necessária neste momento. "Não posso, tendo em vista as últimas eleições, dizer que essas ONGs funcionaram, e muito, em todos os Estados do Brasil, a favor do governo, de maneira escandalosa. E eu diria até cínica, como demonstra o Tribunal de Contas da União", afirmou. O principal objetivo da oposição é apurar se a ONG Unitrabalho, que tem como colaborador o petista Jorge Lorenzetti, teria recebido mais de R$ 18 milhões da União desde o início do governo Luiz Inácio Lula da Silva,como denuncia a ONG Contas Abertas.

sexta-feira, novembro 10, 2006

Lula prega um governo cada vez mais à direita

Como disse o ex-primeiro ministro da Espanha, Felipe González, "o poder é como violino: pega-se com a esquerda e toca-se com a direita". Foi justamente isso que o PT fez no Brasil, durante este primeiro mandato de Lula. E, pelo andar da carruagem, o presidente caminha a passos largos para um segundo mandato ainda mais à direita.
Durante mais de 20 anos, o PT fez um discurso de esquerda. Cansou de acusar os governos anteriores, sobretudo, a política econômica. Mas, bastou chegar ao poder para implantar uma política ainda mais ortodoxa, sob o comando de um petista, Antônio Palocci, ex-ministro da Fazenda, e de um tucano, Henrique Meireles, presidente do Banco Central. Assim, o governo petista continuou com um absurdo superávit primário para pagar juros do FMI, mantém uma das mais altas taxas de juros do mundo, parou de criticar a CPMF, implantou uma das mais altas cargas tributárias do planeta e possibilitou aos Bancos a obtenção de lucros jamais vistos na história brasileira.
Após ser reeleito, Lula disse que ele mesmo é quem vai escolher seus novos ministros. Em 2002, essa missão foi dada ao ex-ministro José Dirceu, que depois foi cassado sob acusação de ser o mentor do mensalão. O resultado das escolhas de Dirceu é conhecido por todos.
Mas, mesmo se José Dirceu não estiver mais influenciando no governo - o que muita gente duvida - o que se sabe é que uma das características de Lula é a sua vocação para não deixar antigos ou novos companheiros desempregados. Foi assim que ele agiu no primeiro mandato, quando aumentou o número de ministérios para não deixar companheiros derrotados, como Benedita da Silva e Olivio Dutra sem emprego. Criou até o Ministério da Pesca para empregar um amigo derrotado de Santa Catarina.
Agora, com os apoios que recebeu para se reeleger, além dos companheiros petistas, Lula terá que contemplar também novos companheiros de outras legendas e, pelo que se vê, os derrotados Delfim Neto (PMDB), deputado federal não reeleito por São Paulo, e a senadora Roseana Sarney, candidata derrotada ao governo do Maranhão, têm grandes chances de se tornarem ministros a partir de 2007.
Como todos sabem, Delfim Neto sempre foi um desafeto do PT. Chamado muitas de ministro do atraso e do arrocho salarial pelos petistas, Delfim que foi minitro da área econômica de quase todos os últimos governos, desde a ditadura militar, é hoje um tipo de conselheiro econômico do presidente Lula. Quanto à senadora Roseana Sarney, esta provocouu um tremendo racha no PT maranhense que mantém uma briga eterna com a Família Sarney naquele estado.
E essa inclinação de Lula e a sua aproximação com antigos adversários, tem provocado muitas intrigas internas no PT. O fogo amigo já começou e muitas lideranças petistas, dentre elas, o ex-deputado José Dirceu, o presidente interino do partido, Marco Aurélio Garcia, e lideranças na Câmara dos Deputados estão em pé de guerra com o presidente Lula, depois que este declarou que o partido irá perder espaço no próximo governo.
A expectativa agora é saber como será o comportamento de petistas históricos vendo o partido perder espaço no governo e, ao mesmo tempo, constatar espaço cada vez maior para partidos como o PMDB, PP, PL e PTB que cobrarão caro pelo apoio à reeleição de Lula. Além de disso, em nome da "governabilidade", os petistas terão que engolir possíveis ministros como Delfim Neto e Roseana Sarney, além da influência de senadores como Fernando Collor de Mello e de deputados federais como Paulo Maluf e Jader Barbalho, novos companheiros de Lula. Só faltará mesmo a instituição de algum Ato Institucional proibindo, por exemplo, a liberdade de imprensa, para que revivamos tempos obscuros da ditadura, que muitos petistas, com certeza, não gostariam de lembrar nem de brincadeira.

quinta-feira, novembro 09, 2006

Aécio faz alerta sobre "armadilha" do Planalto

Conforme matéria publicada no portal do Estado de São Paulo (www.estadao.com.br), nesta sexta-feira, 9, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), reeleito com mais de 77% dos votos, fez um alerta aos seus colegas para o que classificou como uma possível "armadilha" do planalto. Aéciio, que sempre manteve um bom diálogo com o presidente Lula, disse na quinta-feira, que os colegas precisam estar atentos para não caírem na “armadilha” de serem apenas “caudatários” dos interesses do governo federal.
O alerta do governador mineiro foi feito durante a reunião que manteve no Palácio das Mangabeiras, com o senador Sérgio Cabral, governador eleito do Rio de Janeiro pelo PMDB. No encontro, voltou a defender a definição de uma agenda de consenso entre os governadores, que deverá ser levada ao Congresso Nacional antes de ser apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“O que nós não queremos é, na verdade, cairmos numa armadilha de sermos caudatários apenas dos interesses do governo federal”, enfatizou o governador tucano. “Sabemos que o governo federal tem lá as suas dificuldades, estamos dispostos a discuti-las. Mas é preciso que a agenda federativa, essa de fortalecimento de Estados e de municípios, seja colocada anteriormente à discussão no Congresso Nacional”.
Para Aécio, existem muitos interesses comuns a todos os governadores. Dentre esses interesses, ele citou a descentralização das receitas nas mãos da União; parcela “mais expressiva” de ressarcimento aos Estados da isenção do ICMS sobre exportações, como determina a Lei Kandir; conclusão da reforma tributária, com a unificação das alíquotas do ICMS; não contingenciamento dos recursos orçamentários do Fundo Penitenciário e do Fundo Nacional de Segurança; transferência do Pasep para estados e municípios e apoio ao aumento de pelo menos 1% do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Aliado de Lula, de quem recebeu apoio no segundo turno da disputa estadual, Cabral disse que tais questões “envolvem a sobrevivência dos Estados brasileiros”. Mas assegurou que a discussão com o governo federal se dará de “maneira propositiva” e “com enorme receptividade” do Planalto.

Dívidas dos Estados
Sobre as dívidas dos Estados com a União, Aécio disse que o assunto deve ser tratado com cautela. "Não podemos iniciar essa discussão dando a impressão de que se quer, de alguma forma, romper com a Lei de Responsabilidade Fiscal, que foi um grande avanço para o País. Temos que ter criatividade para identificar caminhos que nos possibilitem acabar com algumas amarras, respeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal e, ao mesmo tempo, garantir a capacidade de investimento dos Estados”, concluiu Aécio.

terça-feira, novembro 07, 2006

Estão brincando com os nossos idosos

É inconcebível a maneira como as autoridades brasileiras estão tratando os idosos deste país, nesse caso das passagens gratuitas em ônibus interestatuais. Pessoas já de idade, que trabalharam durante toda a vida e que hoje vivem com uma mísera aposentadoria, não merecem esse tratatamento. Afinal, é um direito que elas têm, com base no Estatuto do Idoso.
Mais uma vez enganaram os idosos brasileiros. O presidente fala uma coisa, a imprensa divulga com alarde, os idosos acreditam, mas quando vão requerer o benefício dão com a cara na porta das empresas. E, coincidentemente, tudo aconteceu no período eleitoral. A resolução concedendo o benefício saiu antes do segundo turno da eleição, mas, poucos dias depois da eleição e a vitória de Lula, as empresas começaram a ganhar na Justiça o "direito" de negar as passagens.
O benefício, na prática, não vigorou nem uma semana. A resolução da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) garantindo o benefício aos idosos foi editada na quarta-feira, dia 18 de outubro, mas a maioria das empresas começou a cumprir a lei só na quinta, dia 26. O desconto e a passagem gratuita para os idosos foram estabelecidos pelo decreto número 5.934, do presidente Lula, publicado no "Diário Oficial" da União no dia 18 de outubro. As empresas seriam multadas, caso não cumprissem a determinação. Conforme a resolução, as empresas têm que ceder duas passagens gratuitas, resevadas com atecendência, ou desconto de 50% para quem tem mais de 60 anos e renda mensal de até R$ 700,00.
Algumas empresas chegaram a conceder os benefícios, enquanto outras entraram imediatamente com pedido de liminar. No dia 3 de novembro, todas as empresas de ônibus passaram a seguir a orientação da Abrati (Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros) e voltaram a negar a passagem grátis ou o desconto de 50%. A suspensão, que decepcionou os idosos, foi feita com base na decisão do juiz Jamil Jesus Rosa de Oliveira, da 4ª Vara Federal de Brasília, que concordou com o argumento das empresas de que o benefício causaria um desequilíbrio nas finanças das empresas. Além disso, a associação alega que, como se trata de um benefício social, de acordo com a Constituição o governo deveria indicar a fonte do recurso para o custeio.
Entendo que nesse caso de passagens gratuitas, que é um direito do isoso, o Governo está tentando fazer cortesia com o chapéu alheio. Ele não pode simplesmente baixar uma resolução e jogar o prejuizo para as empresas privadas que vivem de seus lucros e pagam impostos. Se apenas subsidiar as passagens, também não vai refrescar nada, uma vez que será o próprio contribuinte que estará arcando com o prejuízo. Em minha opinião, o que deveria ter sido feito, era não apenas uma medida eleitoreira, e sim, uma ação planejada, indicando os recursos no orçamento para que nenhuma empresa alegasse prejuízo e cumprisse a lei.
E o governo faria melhor ainda se parasse de gastar tanto e se punisse os corruptos da administração pública. Assim, sobraria dinheiro para aumentar o salário dos aposentados que, com mais recursos, teriam condições de pagar as suas passagens sem depender mais de nenhuma esmola do governo. O que não pode continuar acontecendo no Brasil é esse tipo de brincadeira com pessoas que merecem todo o respeito. Ora, já existe uma lei, o Presidente da República assina um Decreto e depois, simplesmente, um juíz diz que as empresas não precisam cumprir essa lei. Será este um país de gente séria?

segunda-feira, novembro 06, 2006

O Brasil está mais corrupto

É triste, mas é verdade. O Brasil está mais corrupto e, consequentemente, mais pobre, pois há uma correlação direta entre esses dois fatores: quanto maior o índice de corrupção de um país, maior é o íncide de pobres e miseráveis. Conforme matéria publicada no jornal O Estado de São Paulo (www.estadao.com.br), o Brasil ficou em 70º lugar no relatório Índice de Percepção de Corrupção 2006, divulgado nesta segunda-feira, dia 6, pelo grupo Transparência Internacional (TI). Segundo a instituição, com 3,3 pontos o País teve uma queda significativa de oito colocações em relação a 2005, quando recebeu nota 3,7 e ficou ao lado de Belize.
A TI analisa a corrupção em 163 países e, conforme este último levantamento, há uma forte ligação entre corrupção e pobreza. Os países mais corruptos são Iraque e Mianmar, com 1,9 pontos, e Haiti, com 1,8.
A escala é feita a partir da percepção sobre a corrupção pública e privada. Os países são classificados com notas de zero a dez, sendo que os que têm resultado menor que cinco apresentam "sérios" problemas de corrupção, como é o caso do Brasil. Já nas nações com notas inferiores a três, segundo a TI, a corrupção é "reinante".
"A Corrupção mantém milhões de pessoas na pobreza", afirmou o diretor da TI, Huguette Labelle. "Apesar de uma década de progresso para estabelecer leis e regulamentos anticorrupção, os resultados de hoje mostram que ainda há muito para ser feito", enfatizou.
No topo do ranking da corrupção aparecem Finlândia, Islândia e Nova Zelândia, com 9,6 pontos, seguidos de Dinamarca, com 9,5, e Cingapura, que recebeu 9,4 pontos.
A Transparência Internacional não analisou países cujos dados não eram considerados suficientes para o estudo, incluindo Afeganistão, Somália e Coréia do Norte.
Para o diretor-executivo da organização Transparência Brasil, Claudio Weber Abramo, o índice "reflete a imagem de países, não de governos, embora haja uma tendência em responsabilizar governos sobre o que acontece em seus países". Abramo afirma que isso acontece em nações como Brasil e Estados Unidos, onde os governos são descentralizados.
Abramo considera que as repercussões dos escândalos recentes, como o Mensalão, as denúncias contra Waldomiro Diniz e contra a máfia dos Sanguessuga contribuíram para a avaliação feita do Brasil. Para ele, segundo a percepção internacional, "o governo federal agiu timidamente, principalmente os governos municipais, o que acabou refletindo na posição brasileira".
Por outro lado, "se os governos tomam medidas de combate à corrupção, isso tende a ser compreendido, apesar da pesquisa não fazer distinção entre os governos centrais e seus países".
Mais uma vez fica provada a tese do senador Cristovam Buarque (PDT), que defendeu a educação durante a campanha e foi chamado de candidato de uma nota só. Mas, sem dúvida, é a nota que salva uma nação. Sem educação, o povo marcha sem volta para a miséria e, sem educação, sem dinheiro, sem trabalho e sem comida, vira uma massa de manobra , facilmente controlada pelos corruptos.

sexta-feira, novembro 03, 2006

Pitbull ou verdadeiras feras urbanas?

Até quando brasileiros indefesos continuarão expostos à essas feras urbanas, conhecidas também como pitbull? Ou melhor, até quando as autoridades irresponsáveis do Brasil continuarão fazendo vistas grossas à essa realidade selvagem em nossas cidades? Até quando os responsáveis por esses cães assassinos continuarão impunes?
Na última quinta-feira, dia 2, a mais recente vítima de um pitibull em São Paulo, foi a ajudante de costura Jane Aquino do Carmo, de 35 anos. Por volta das 22h30 daquele dia, a mulher estava em frente à casa de sua mãe, quando foi atacada, estraçalhada e morta por um pitbull, como se fosse uma presa qualquer nas mandíbulas de uma fera africana.
Mas, infelizmente, não era uma zebra ou uma gazela que caía nas garras de um leão ou de um tigre, na mais natural cadeia de sobrevivência da selva. Era uma mãe, cujo filho de 13 anos, viu o cão furioso acabar com a sua vida sem poder fazer nada. Outras pessoas tentaram evitar a tragédia mas não tiveram êxito, senão matar também o animal. Quantas pessoas, entre crianças, adultos e idosos precisarão ainda morrer sob as dentadas de um pitbull para que as autoridades façam cumprir a lei? Sim, porque, mesmo que tímidas, já existem leis que obrigam que esses animais ferozes saem nas ruas com os seus donos - não menos animais irracionais - só se estiverem com focinheiras.
Não era o caso desse pitbull que fez mais uma vítima. Pelo contrário, para socorrer um amigo, o dono do cão teria pedido para a mulher cuidar do animal, afimando que o mesmo era manso. Após alguns minutos do ataque, o dono do animal, identificado como Márcio, foi detido num bar pela polícia. O homem deverá ser indiciado por homicídio culposo, mas, poderá responder em liberdade se pagar uma fiança de mil reais.
Só mesmo quando os parentes das vítimas começarem a buscar os seus direitos e acionar o Estado por negligência, é que esse quadro de impunidade mudará no Brasil. Não somos contra os animais. Somos a favor do direito à vida e, primeiro, à vida humana. É possível que alguém possa estar até indignado ao ver que o pitbull foi morto pelos moradores. Mas, espero que se alguém tenha ficado indignado com a morte do cachorro, que da mesma maneira possa se preocupar também com o futuro desse menino de 13 anos, que viu a própria mãe morrer de forma tão brutal e, quem sabe, proporcionar a ele um tratamento, pelo menos, igual ao que muitos animais de estimação recebem neste país.

Perigo na terra, no mar e no ar

Já faz mais de uma semana que o Brasil inteiro acompanha, estarrecido, como o resto do mundo, essa situação caótica nos aeroportos brasileiros, com milhares de pessoas paradas em filas intermináveis ou sendo obrigadas a adiar suas viagens. É possível que alguém possa até questionar o porquê estamos reclamando de filas em aeroportos, se milhares de brasileiros continuam morrendo em filas de hospitais públicos ou do INSS.
Hoje, viajar de avião não significa status social, contudo, não esquecemos desse infortúnio dos brasileiros pobres. O problema é que todos esses tipos de filas têm uma mesma causa: a falta de planejamento de nossos governantes. E, se hoje, os acidentes começam a preocupar muito mais aqueles que viajam de avião no Brasil, há muitos anos, milhares de pessoas vêm morrendo em acidentes de carro nas péssimas estradas brasileiras. Há poucos dias, houve também um acidente com um barco que se chocou com um navio no Rio de Janeiro matando seis mergulhadores. Ora, se presenciamos centenas de acidentes de carros nas estradas esburacadas e mal sinalizadas, se acontecem choques entre barcos e navios e, agora, começam a aumentar o número de acidentes com aviões, que são fatais, a gente só pode deduzir que o perigo anda solto na terra, no mar e no ar.
E essa constatação não é apenas a opinião de um leigo jornalista que acompanha os acontecimentos. O movimento dos controladores de vôos está escancarando para o Brasil e o mundo o perigo que correm todas as pessoas que hoje precisam viajar de avião no país.
E o pior é que os brasileiros não sabiam desse perigo. Foi preciso que 154 pessoas de todos os níveis sociais perdessem a vida no trágico acidente com o Boeing da Gol, quando então, estressados, os controladores de vôo iniciaram um movimento para mostrar que eles trabalham no limite das condições físicas, numa carga horária incompatível com a responsabilidade de suas funções. Segundo um estudo elaborado por especialistas, o Brasil precisaria contratar mais 700 controladores, cuja formação é demorada, para se chegar a um nível razoável de segurança em todas as rotas do território nacional.
E as autoridades brasileiras não poderão alegar desconhecimento. Em 2003, já havia um documento relatando a necessidade de se contratar mais controladores, inclusive, criticando a falta de investimentos no setor. Mas, como bom aluno do Presidente Lula (PT), o ministro da Defesa, Waldir Pires, foi logo afirmando que "não sabia de nada".
A crise começou na sexta-feira, 27, quando controladores de tráfego aéreo de Brasília decidiram iniciar uma operação-padrão e elevaram a distância entre os aviões, reduzindo para 14 o número de aeronaves vigiadas por controlador. Eles afirmam que a medida foi tomada para adequação às recomendações internacionais de segurança. Infelizmente, no Brasil é assim. Enquanto as autoridades deixam de investir em áreas estratégicas, inclusive, em setores de segurança para o cidadão, o dinheiro dos impostos continua sumindo no ralo da corrupção.

quarta-feira, novembro 01, 2006

Não existe democracia sem imprensa livre

A julgar pelos últimos acontecimentos envolvendo jornalistas, militância do PT e a Polícia Federal, tudo indica que a convivência governo/imprensa poderá ser muito mais tumultuada no segundo mandato do presidente Lula, do que foi durante esses primeiros quatro anos do governo petista. Durante a campanha, houve algumas declarações de petistas criticando a imprensa, contudo, são declarações que poderiam ser consideradas apenas como um discurso eleitoral, se não houvesse agora, como denuncia a revista Veja, até mesmo intimidação por parte de um delegado da PF para que seus jornalistas informassem suas fontes.
Durante o processo eleitoral era comum a gente ouvir reclamações de parlamentares petistas envolvidos em casos de corrupção contra a imprensa. Só que esses mesmos petistas "esqueceram" da cobertura que essa mesma imprensa fez durante a campanha de 2002, como também durante o primeiro ano do governo Lula. No entanto, com o aparecimento de tantos casos de corrupção que provocaram a demissão de assessores, cassação de parlamentares e queda de ministros, era normal que tudo isso fosse também registrado pela imprensa. O anormal seria não registrá-los.
O que o PT deixou transparecer com essas críticas é que muitos setores do partido convivem muito bem com jornais e jornalistas que apenas fazem elogios, mas não aceitam críticas ou matérias que registram fatos de corrupção envolvendo suas lideranças.
O coordenador da campanha de Lula, Marco Aurélio Garcia, extermou essa opinião petista sobre o papel da imprensa em dois momentos recentes. Durante um debate com o coordenador da campanha tucana, o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), na Folha de S.Paulo, a poucos dias do segundo turno, os dois foram instados a opinar sobre a proposta do governo que visava o controle dos meios de comunicação. Enquanto o tucano enfatizou que era contra qualquer tipo de censura à imprensa, o petista disse que isso era assunto para ser tratado no segundo mandato, lembrando que "a imprensa teria também que refletir sobre o que ela publica".
Após a vitória de Lula, militantes do PT agrediram verbalmente jornalistas que cobriam a chegada do presidente à Base Aérea de Brasília. Na chegada ao Palácio do Alvorada, os militantes voltaram a xingar os jornalistas. Um deles usou o mastro da bandeira do PT para tentar bater num repórter. À tarde, durante uma coletiva, quando um militante voltou a xingar os jornalistas, Marco Aurélio Garcia condenou a atitude da militância e afirmou: "Se houve qualquer manifestação de intolerância, tem a nossa condenação muito clara. Todos sabem que muitas vezes divergimos sobre o comportamento da imprensa, mas não concordamos com agressão. No entanto, a imprensa também deveria fazer uma auto-reflexão sobre sua atuação durante a campanha eleitoral".
Enquanto os fatos se restringem a empurra-empurra de assessores contra jornalistas, tudo pode ser compreendido como sendo apenas uma paixão de cabos eleitorais pelos seus chefes, porém, quando jornalistas de uma revista como a Veja, que, pela Constituição Federal, têm o direito de preservar suas fontes, são intimidados por um delegado, aí o negócio sai de um clima de disputa eleitoral para o cerceamente do direito à liberdade de imprensa.
Segundo a revista, três jornalistas, responsáveis pela matéria que falava sobre uma suposta "Operação abafa" para inocentar o assessor de Lula, Freud Godoy, no caso do dossiêgate, foram depor na Polícia Federal como tesmunhas. No entanto, conforme nota da revista Veja, os jornalistas passaram a ser tratados como suspeitos pelo delegado Moysés Eduardo Ferreira, que teria proibido também os jornalistas de falarem com os seus advogados.
Em carta à superintendência da PF em São Paulo, o delegado Moysés nega que tivesse intimidado os jornalistas. O superintendente da PF, Geraldo Araújo, disse que não houve intimidação nem pressão sobre os jornalistas. "O delegado Moysés nem é de São Paulo, é de Piracicaba, foi chamado justamente para fazer uma investigação isenta, distanciada".
Diversas entidades de classe, como a OAB, a ABI e a oposição no Congresso condenam o fato e pedem que o caso seja investigado pelo Ministério Público, inclusive, com o acompanhamento de uma comissão de parlamentares. Seria um retrocesso para o Brasil se, em pleno século 21, depois de uma vitória eleitoral, elogiada pelo mundo inteiro, alguém pensasse em repressão contra a imprensa brasileira. Só mesmo algum aloprado, como diria o presidente Lula, poderia pensar numa coisa desse tipo.

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