Apesar de ter como pré-candidatos nomes fortes do partido, a candidatura do PT ao governo de São Paulo está na dependência da decisão do deputado Ciro Gomes (PSB). Lideranças do partido passaram a defender abertamente o nome de Ciro, mesmo que essa questão só tenha um desfecho em março de 2010.
Até lá o PT deve definir um nome próprio para a sucessão do governador José Serra (PSDB), mas terá de abdicar da indicação se Ciro concordar em concorrer no Estado. "Se for esta a escolha democrática do PT, da minha parte não tenho problema em apoiar", afirmou o senador Eduardo Suplicy (SP), um dos pretendentes a governador pela sigla.
Também o prefeito de Osasco, Emídio de Souza (PT), colocou seu nome à disposição do partido, mas, já declarou em carta, a sua disposição de desistir se o partido decidir pelo nome de Ciro Gomes. "O PT não pode opor veto a nomes dos partidos aliados", afirmou Emidio. "Não podemos nos opor a Ciro Gomes." O prefeito divulgou um documento em que defende a "prevalência do projeto nacional".
O nome de Ciro tem um apoio decisivo, caso disista da pré-candidatura à Presidência. Nada mais que o presidente Lula quer vê-lo disputando o governo paulista para que a candidata Dilma Roussef tenha palanque forte no estado.
Conforme matéria publicada na Folha de S.Paulo, uma ala do PT teria até se adiantado e oferecido ao PSB dois pré-candidatos a vice --Emídio e o presidente do PT-SP, Edinho Silva. O assunto teria sido discutido em reunião da ala Construindo um Novo Brasil, majoritária no PT, na semana passada. A reunião foi confirmada, mas os dois negam o acerto.
A maior frente anti-Ciro vem do grupo da ex-prefeita Marta Suplicy --a principal voz em defesa da candidatura própria. No início de outubro, ela chegou a afirmar que Ciro "não tem a ver com São Paulo". Agora, amenizou seus comentários. "Qualquer posição agora é muito açodada. Tudo está nublado, o que tinha que falar eu já falei", disse Marta. "O PT tem que caminhar com sua candidatura e mais adiante vamos ver."
Apesar de se manter na disputa interna pela candidatura ao governo paulista, Marta defende o nome do deputado Antonio Palocci para a vaga. Palocci também já se colocou à disposição, mas é outro que prioriza a candidatura Dilma.