sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Há 3 meses, Lula silencia sobre o mensalão do PT

Em novembro de 2009, o STF (Supremo Tribunal Federal) enviou 33 questões do Ministério Público Federal sobre o processo contra 39 pessoas envolvidas no caso que ficou conhecido como o mensalão do PT em 2005. Mas, até agora, as perguntas continuam na Casa Civil e o STF continua sem resposta.
A Procuradoria quer saber, dentre outras informações, se o presidente foi informado sobre repasses do PT para partidos da base aliada. Não há prazo para as respostas, mas, Lula terá que se manifestar.

As questões foram elaboradas pelo Ministério Público Federal, autor do processo em andamento no STF. O caso envolve a suposta compra de apoio de partidos e políticos pelo PT entre 2002 e 2005, conforme foi detalhado pelo então presidente do PTB, o ex-deputado federal Roberto Jefferson. O processo inicial envolvia 40 pessoas acusadas de partipação no esquema, mas, o petista Silvio Pereira, trocou a retirada do seu nome do processo pela aplicação de pena alternativa.

Lula não é réu no processo, mas foi indicado como testemunha de defesa por dois dos acusados no processo, os ex-deputados federais Roberto Jefferson e José Janene. Suas respostas serão o primeiro depoimento formal do presidente sobre o caso.

No final do ano passado, em entrevista à Rede TV, Lula, que já havia admitido a existência de caixa doi, negou a existência do mensalão. "Foi uma tentativa de golpe no governo. Foi a maior armação já feita contra o governo", disse Lula.

Essa afirmação do Lula parece que será também a estratégia da cúpula do PT. A tese de tentativa de golpe está sendo repetida por várias lideranças petistas, que participam em Brasília, neste final de semana, do Encontro Nacional do partido, quando o PT vai lançar oficialmente a ministra Dilma Roussef como candidata à Presidência da República.

Veja, aqui, em PDF, todas as 33 questões que o MPF faz ao presidente Lula sobre o mensalão do PT:


Será que o presidente vai responder ao STF, ou simplesmente, vai repetir o seu jargão: "Não sei de nada"?

quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Ibope - Serra continua na frente. Dilma sobe

Apesar de estar há mais de um ano como pré-candidata do PT e andando a tiro-colo do presidente Lula, o seu principal cabo eleitoral, a ministra Dilma Roussef (PT), continua em segundo lugar na intenção de votos, conforme revelou a última pesquisa do Ibope, realizada entre os dias 6 e 9 de fevereiro. O líder continua sendo o tucano, José Serra, governador de São Paulo, com 36% de preferência do eleitorado. Apesar de ter subido em relação à pesquisa de dezembro, Dilma aparece em segundo lugar com 25%.

O deputado Ciro Gomes (PSB), que insiste em ser candidato à Presidência da República, apesar de ir contra a vontade do presidente Lula, que prefere vê-lo como candidato ao governo de São Paulo, continua sendo o fiel da balança na disputa presidencial. Na pesquisa que exclui o seu nome, Serra sobe para 41%, e Dilma aparece com 28%.


Segundo turno dá Serra
O Ibope pesquisou também um possível segundo turno e, se ele fosse realizado hoje, o tucano José Serra seria eleito com 47% de votos, contra 33% da petista Dilma Roussef.

O Ibope ouviu 2002 eleitores em 144 cidades. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o protocolo 3196/20.

terça-feira, fevereiro 09, 2010

FHC chama Lula de "tosco" e diz que Dilma é "liderança de silicone"

Bem, se a campanha presidencial ainda estava morna, com um discurso aqui outro ali, com uma inauguração aqui, outra ali, já não está mais. E coube ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que sempre foi massacrado pelos governistas do PT, colocar lenha na fogueira. Mas, FHC não se conteve apenas em colocar lenha. Ele tambem ateou gasolina e o fogaréu já está virando um incêndio.
Tudo começou no final de semana com um artido de FHC, publicado no Estadão, onde o expresidente disse que Lula "tem impulsos toscos" e "enuncia inverdades". No artigo, FHC afirma também que não tem medo da comparação do seu governo com o atual. Para o ex-presidente, só o PT e Lula que não admitem os avanços do seu governo, que fez as privatizações necessárias, tornando empresas públicas parasitas em empresas lucrativas para o país e a estabilização econômica, que além de ter melhorado a vida de todos os brasleiros, possibilitou ao governo Lula passar sem tantos problemas pela atual crise mundial.

E parece que FHC resolveu tomar de vez as redeas da oposição em termos de criticas ao governo e à candidata Dilma Roussef. Nesta segunda-feira, o ex-presidente voltou às críticas e focou na candidata Dilma.

Para ele, a ministra ainda "não inspira confiança". Batendo mais forte, FHC disse que a candidata petista é apenas um "reflexo de um líder". "O governo atual tem um líder, o meu governo teve um líder, o governador José Serra é um líder. Infelizmente, pela história da ministra Dilma, ela ainda não teve essa oportunidade. Não estou condenando. Para mim, está provado que Serra tem competência, é um líder e inspira confiança. A outra, para mim, ainda não", disse FHC. As declarações foram feitas durante a inauguração da Biblioteca de São Paulo, instalda no Parque da Juventude, onde funcionou a Casa de Detenção do Carandiru.

Na presença de lideranças tucanas e secreários do governo Serra, FHC foi ainda mais fundo nas críticas. "A Dilma pode ser que venha a ser (líder) mas, por enquanto não é". O ex-presidente, que disse reconhecer a liderança de Lula, disse que o país precisa de "gente competente, que não roube e que inspire confiança". E terminou afirmando que a candidata Dilma "é uma liderança falsa, de silicone".

E as criticas de FHC, que provocaram imediata reação das lideranças governistas, mudaram também o clima no Congresso. Por parte do governo, o próprio Lula e a ministra Dilma responderam ao ex-presidente durante uma inaguração em Minas. O deputado Ricardo Berzoini, que passa o cargo de presidente do PT a José Eduardo Dutra, disse que as críticas de FHC vinculam o ex-presidente a José Serra.

No congresso houve bate-boca entre situação e oposição, tanto no Senado como na Câmara dos Deputados. E o clima esquentou mais no Senado, onde Tasso Jeireissai fez um longo discurso elogiando a posição de FHC e aind fazendo outras críticas ao governo e à candidata petista. E como já era esperado, o senador cearense recebeu apartes de vários colegas tucanos e democratas, como também ataques dos três senadores petistas que se encontravam na sessão.

Portanto, coube a FHC acender a fogueira. Apesar de terem ficado visivelmente irritados, parece que era isso que os governistas esperavam para também descer a lenha no governo anterior. Cabe agora saber até que ponto José Serra e seus aliados terão capacidade para manter o fogo aceso e rebater os governistas.

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