Se por um lado as estatísticas mostram que o brasileiro mais pobre vem melhorando de vida nos últimos 20 anos, infelizmente, é verdade também que a violência vem crescendo assustadoramente no país. Os noticiários estão repletos de fatos estarrecedores que vão desde uma simples briga de rua até os confrontos entre quadrilhas de traficantes, cujo saldo são as dezenas e centenas de pessoas que perdem a vida todos os dias.
Até quando?
Atualmente, dois casos de violência contra as mulheres são os destaques do noticiário. O caso do goleiro Bruno, suspeito de participação no desaparecimento de sua ex-amante Eliza Samudio; e do assassinato da advogada Mercia Nakashima, cujo principal suspeito é o seu ex-namorado Misael Bispo. São dois casos emblemáticos que, no entanto, não ofuscam tanto outros que não vêm à tona, mas que engrossam as frias estatísticas policiais.
É o caso da adolescente Aline, de 16 anos, moradora de Carapicuíba, que foi baleada pelo ex-namorado. A jovem foi seqüestrada por Alexandre Chaves, 20 anos, e levou seis tiros, dois no rosto. Aline, que perdeu a vista esquerda, foi operada em Osasco. Até quando o brasileiro terá que viver com tanta violência?
Tiro no peito
Outra tragédia aconteceu no dia 16, no RJ. Wesley Gilber Rodrigues, de apenas 11 anos, estava na sala de aula quando foi atingido por uma bala perdida. O menino morreu na hora na frente da professora e dos coleguinhas espantados. Poucos dias antes, numa redação sobre a comunidade onde morava, Wesley havia escrito qual era a sua maior preocupação: “O que mais preocupa a comunidade são os tiros”, escreveu o aluno. Mas, pelo jeito, essa preocupação das crianças não é a mesma preocupação dos políticos que dirigem o país. Com certeza, se as nossas autoridades lutassem de verdade contra o tráfico e o contrabando de armas, nossas crianças não morreriam com balas perdidas dentro de uma sala de aula.
Sem socorro
E o pior é que o descaso das autoridades vai além do combate à criminalidade. É também com a saúde pública. Veja o caso grave que aconteceu em Belém do Pará. Os pais de uma menina de um ano e 11meses passeavam com o bebê por uma praça da cidade, quando foram vítimas de um atentado. Três assaltantes atiraram contra a família e atingiram a cabeça d menina. Mas, o sofrimento só começava. Com a criança gravemente ferida, pai e mãe passaram por cinco hospitais – particulares e públicos – sem conseguir atendimento. Só no sexto hospital é que eles encontraram socorro médico pra filha que continua internada em estado grave. Além de ser baleado, o brasileiro ainda não encontra socorro médico. É uma verdadeira guerra.
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