É, no mínimo, curiosa a notícia divulgada hoje pela Folha on line, dando conta de que o Vaticano deve divulgar nesta terça-feira, 10 de junho, um documento que define a Igreja Católica como a única igreja de Cristo. Seria isto uma missão dos católicos ou uma pretensão da Igreja de Roma, que não se conforma em continuar perdendo fiéis para as Igrejas Protestantes?
Conforme a matéria da Folha, o texto da Congregação para a Doutrina da Fé, responsável por promover e tutelar a doutrina da fé e a moral no mundo católico, deve esclarecer uma frase do documento Iumem Gentium ("A luz das nações", sobre a missão universal da igreja), do Concílio Vaticano 2º, dizendo que a única igreja de Cristo "subsiste" na Igreja Católica.
Durante o Concílio, uma reunião de bispos e cardeais realizada entre 1962 e 1965, a igreja adotou mudanças, como a realização de missas nos idiomas modernos, e afirmou o respeito aos não-católicos. Recentemente, o Papa Bento 16, autorizou a missa em latim, pouco importando se os fiéis católicos entendem ou não o que os padres dizem nos sermões.
Agora, com esse documento parece que a Igreja Católica entra definitivamente num retrocesso. Andrea Tornielli, vaticanista do jornal "Il Giornale", afirma que o documento desta terça-feira também deve confirmar a declaração Dominus Iesus, aprovada pelo papa João Paulo 2º em 2000, segundo a qual apenas a Igreja Católica dispõe de todos os meios de salvação.
A declaração causou, na época, protestos das igrejas protestantes, classificadas como simples "comunidades eclesiásticas".
Em uma carta aos bispos de todo o mundo, no último sábado, 7, o pontífice rejeitou as críticas de que sua atitude poderia dividir os católicos.
No entanto, o documento gerou mal-estar e, segundo especialistas, poderá ameaçar também o diálogo entre cristãos e judeus.
O problema é que a antiga liturgia, conhecida como missa Tridentina, inclui passagens nas quais se diz que os judeus vivem "na cegueira" e "na escuridão" e pedem que "o Senhor, nosso Deus, retire o véu dos corações deles a fim de que possam também reconhecer nosso Senhor Jesus Cristo".
O que a Bíblia diz
Como cristão-evangélico protestante, o meu objetivo não é causar polêmica com este comentário, até porque considero que o documento não passa de uma questão interna da Igreja Católica, que por sua vez, está interessada apenas em manter os seus fiéis.
No entanto, acredito que a verdadeira Igreja de Cristo não é definida por fachada ou nome de igreja e que a salvação não é conseguida atráves da intermediação de 'santos' ou de homens. Para os católicos e todas as pessoas interessadas na leitura da Bíblia, indico algumas passagens, pelas quais qualquer pessoa pode avaliar qual é a verdadeira igreja de Cristo e encontrar a salvação em Jesus:
No Evangelho de João, capítulo 14:6, Jesus disse: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim".
Deus condena qualquer tipo de idolatria, ou seja, a intermediação entre o homem e Deus. Essa intermediação é feita exclusivamente por Jesus, que morreu na cruz, ressucitou e está vivo no Céu.
Veja, o que está escrito em Salmos 115: 2 a 8: "... o nosso Deus está nos céus e faz tudo o que lhe apraz. Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos dos homens. Têm boca, mas não falam; têm olhos mas não vêem; têm mãos, mas não apalpam; tem pés, mas não andam; nem som algum sai de sua boca. Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem e todos os que neles confiam".
Veja também o que escreveu o apóstolo Paulo em I Coríntios 6: 10: "Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes herdarão o Reino de Deus".
Há denominação no mundo mais idólatra que a igreja católica? Portanto, sendo assim, será que essa igreja está certa em se auto definir como a única "igreja de Jesus Cristo"?