terça-feira, janeiro 30, 2007

Expectativa múltipla em Osasco

E se há expectativa em Brasília sobre a eleição para a presidência da Casa, o mesmo ocorre em milhares de municípios brasileiros, onde os prefeitos estão aumentando seus cabelos brancos na escolha de seus novos secretários municipais. É o caso, por exemplo, da cidade Osasco, importante município da região Oeste da Grande São Paulo.
De olho no que poderá ocorrer em Brasília, na quinta-feira, o prefeito Emidio de Souza (PT), convocou entrevista coletiva para esta quarta-feira, dia 31, para anunciar novos nomes em seu secretariado. E a expectativa é grande, uma vez que há vários meses, a imprensa local vem divulgando nomes que ora estão na lista, ora estão fora dos planos do prefeito.
A troca de secretários em Osasco virou assunto em qualquer roda, seja de políticos, de assesores, de analistas de plantão e, principalmente, nos bares e corredores da Prefeitura e da Câmara Municipal.
E nomes é o que não falta para os comentários. E como o Brasil é um país de apaixonados e de fanáticos por jogos, houve alguém nesta terça-feira, que chegou até a sugerir uma loteria de nomes para ver quem ganharia o bolão.
Como eu disse, nomes não faltam. Depois do rompimento de Francisco Rossi, deputado federal eleito pelo PMDB, com a atual administração, cuja filha Ana Paula, deixou a Secretaria de Promoção Social, os comentários ganharam ainda mais força.
Há quem aposte que Rossi ganhará as secretarias que pediu e voltará a fazer parte da administração petista, enquanto outros acreditam que o rompimento é pra valer e que Rossi sairá candidato a prefeito em 2008, com a Ana Paula sendo candidata a vereadora.
Outros nomes pipocam no dia-a-dia. O ex-vereador e ex-candidato a prefeito e a vice, Delbio Teruel (PDT), nega, mas o seu nome aparece sempre como possível futuro secretário de Esportes. O vereador e ex-candidato a governador, Mário Luiz Guide (PSB) é outro nome que aparece na lista de futuro secretário, como também os seus colegas Fábio Yamato (PSDC), Antônio Toniolo (PV), Aluísio Nunes e Nelson Matias (PT). Um petista, que parece esquecido pela administração é o vereador Aguimarães, que saiu candidato a deputado estadual mesmo contra a vontade do prefeito Emidio. Aguimarães, que já ocupou a Secretaria de Administração, foi bem votado e só deverá ser indicado novamente, se houver alguma pressão superior do partido.
O que corre mesmo nos comentários, são as trocas de secretários, o que indica que mesmo essa mudança a ser anunciada pelo prefeito Emidio, poderá não ser a definitiva para as suas pretensões de se reelejer prefeito. Dentre as possíveis trocas, constam os nomes de Jorge Lapas, que deixará a Secretaria de Obras para assumir a de Governo; o de Benedito Mariano, que deixará a pasta de Gestão Estratégica para assumr a de Administração; e o de Roque Aparecido que poderá deixar a de Secretaria de Cultura para providenciar a criação e asummir a futura Secretaria de Relações Internacionais. Outros petistas, que fizeram parte da Administração, como Valmir Pracideli, são também cotados para assumir outras Secretarias, cujos titulares seriam convidados a deixar o cargo. Portanto, as expectativas são muitas para a tarde desa quarta-feira, na Prefeitura de Osasco, a quinta maior cidade do Estado.

Expectativa tripla em Brasília

É impressionante como esta eleição para a presidência da Câmara dos Deputados está movimentando os meios políticos do Brasil. Tudo parecia calmo, mesmo com dois candidatos da base governista - Aldo Rebelo (PC do B-AL) e Arlindo Chinaglia (PT-SP) - que tentavam passar uma imagem de rivais, mas que no fundo não passavam mesmo de dois candidatos a serviço do PT e do continuismo da política do toma-lá-dá-cá e de favores entre Executivo e Legislativo.
No entanto, essa calmaria, disfarçada de disputa, acabou quando o tucano Gustavo Fruet (PSDB-PR) entrou na briga. Todos pensavam que a candidatura de Fruet não passaria de uma tentativa frustrada de um grupo independente de deputados. Só que o deputado paranaense não é um tipo de Severino Cavalcanti. Com qualidades de parlamentar sério, Fruet logo mostrou que a sua candidatura era pra valer e acabou, inclusive, mudando os rumos do PSDB que já havia declarado apoio, pasmem, ao petista Arlindo Chinaglia.
A eleição passou então a ser uma disputa séria entre três candidatos. No último debate entre os três, promovido pela TV Câmara nesta segunda-feira, dia 29, houve, inclusive, trocas de acusação entre os dois candidatos governistas. Aldo disse que chegou a hora de o PT perder um pouco de poder, insinuando, que o partido já tem o maior cargo da Nação. Os petistas, é claro, não gostaram e os líderes acabaram criticando severamente o atual presidente, mostrando que qualquer que seja o resultado da eleição, ele deixará sequelas no Governo.
Essa briga eleitoral vai acabar na quinta-feira, dia 1º. Logo depois de tomarem posse, os deputados terão como primeiro compromisso a eleição para a escolha, por voto secreto, do novo presidente da Casa. E tudo indica que haverá segundo turno no mesmo dia. E quem pensava que a eleição já estava ganha, hoje já não tem certeza sobre quem vai comandar a Câmara nos próximos dois anos, período politicamente importante para o país, uma que ele antecede as eleições municipais.

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Eleição na Câmara - Acordos de deputados terão reflexos nos municípios

Você já percebeu que o Congresso Nacional é formado por duas mini cidades – Câmara dos Deputados e Senado – que, no entanto, têm um orçamento maior do que centenas de municípios brasileiros? E é justamente pela importância política e econômica dessas duas Casas Legislativas que a eleição para as suas presidências toma conta do noticiário e se torna nessa batalha, como estamos vendo agora na eleição da Câmara dos Deputados.
Por ser menor, mas tão rico quanto a Câmara, o Senado é mais discreto e as suas disputas são menos disputadas. Por outro lado, a eleição na Câmara é disputadíssima e se equivale às eleições para prefeito de importantes cidades brasileiras. E as semelhanças não param por aí. São muitos candidatos, disputas, brigas, críticas. muitos gastos com publicidade e até compra de votos e corrupção como aconteceu recentemente.
A luta para se eleger presidente da Câmara dos Deputados e, assim, poder comandar um excelente orçamento de uma “cidade” com 513 “sub-prefeitos” e milhares de “habitantes-funcionários”, não é fácil para os concorrentes. Como estamos vendo atualmente, ela divide opiniões, separa correligionários, abre cisões na base governista, como também tem o poder de até “unir” adversários.
O maior exemplo dessa disputa, que passa pelo mais diversos interesses políticos, foi a primeira decisão do PSDB de apoiar o candidato petista Arlindo Chinaglia (SP). Essa inesperada união entre tucanos e petistas na Câmara, se equivale, por exemplo, ao mesmo peso político que, se numa cidade como Osasco, na Grande São Paulo, um vereador petista indicasse o nome do filho do ex-prefeito Celso Giglio (PSDB) para comandar a Secretaria de Finanças na Administração do prefeito Emidio de Souza (PT).
Outra característica da disputa na Câmara dos Deputados é a sua influência em todo o Brasil. O seu resultado não ficará restrito aos muros de Brasília ou às portas do Congresso, mas terá reflexo direto nos Governos dos Estados e nas Prefeituras, independentemente de serem do PSDB ou do PT. As conversas e acordos dos deputados com os candidatos Aldo Rebelo (PC do B-AL), Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Gustavo Fruet (PSDB-PR) terão impactos imediatos em todas regiões.
Não é por outra razão, senão a disputa na Câmara, que muitos prefeitos ainda não promoveram a tão esperada e comentada reforma em seus secretariados municipais. A dois anos das eleições municipais de 2008, essas trocas de secretários são moedas importantes para os atuais prefeitos, que objetivam a reeleição, e assim, eles esperam a decisão de seus representantes, correligionários e adversários para, então, montarem esse tabuleiro que dará as diretrizes para 2008.
O voto para a presidência da Câmara é secreto, mas, não será difícil deduzir quem votou em quem a julgar por essas mudanças nos municípios, como, por exemplo, se as alianças continuarão existindo, se novos partidos passarão a fazer parte da situação, se haverá rompimento ou mesmo se quem rompeu voltará a se compor com as atuais administrações. Essas dúvidas serão desfeitas a partir de fevereiro. É só aguardar.

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quarta-feira, janeiro 17, 2007

No futebol, Barueri passa a perna em Osasco

Já vem de longe, praticamente desde que foram emancipadas, a briga salutar entre as cidades de Osasco e Barueri, para saber qual é o município mais importante da região Oeste da Grande São Paulo. Osasco sempre esteve à frente na área econômica, uma vez que foi sede de grandes indústrias e empresas, como a Eternit, Santista, Braseixos e Cobrasma, dentre outras. Mas, com a mudança do perfil econômico da região, estas grandes indústrias foram saindo à procura de uma melhor logística em outras regiões do Estado e, então, Barueri foi chegando e já faz tempo que Osasco ficou para trás.
Com a instalação de grandes empresas e de luxuosos conjuntos residenciais nos bairros de Alfhaville e Tamboré, Barueri é hoje uma cidade rica. Só para se ter uma idéia, Osasco tem o dobro de habitantes e praticamente o mesmo orçamento anual, o que significa que o prefeito de Barueri tem o dobro de dinheiro para gastar com cada habitante de sua cidade.
Mas, hoje não vamos falar apenas da briga salutar desses dois municípios na área econômica. Vamos entrar na área esportiva, mais precisamente no futebol, esporte que Osasco também sempre esteve à frente, mas, hoje, com certeza, curte uma grande inveja da vizinha Barueri. Com uma outra visão empreendedora sobre o futebol, Barueri investiu pesado no Grêmio Esportivo Barueri, que começou a disputar o campeonato paulista profissional em 2001. Com total apoio do prefeito atual, Rubens Furlan, que cumpre seu terceiro mandato, e de seu antecessor, Gil Arantes, o GRB obteve todos os acessos consecutivos, indo da B-3 à Séria A-1 e, hoje à noite, estréia na elite do futebol paulista, jogando contra o poderoso Santos Futebol Clube, jogo que será transmitido para todo o Brasil, pelas TVs Globo e Bandeirantes, além dos canais fechados. E não é somente no Estado de São Paulo. Em 2006, o GRB disputou a Série C do Campeonato Brasileiro e se classificou para disputar a Série B em 2007.
Enquanto isso, Osasco, que já teve tantos times no futebol profissional, continua patinando na séria A-3 com o Esporte Clube Osasco. Sem um apoio forte da Administração Municipal e, muito menos dos empresários, o ECO teima em continuar disputando o campeonato, mas a cada ano que passa, enfrenta mais dificuldade e decepciona o torcedor. Agora, em janeiro de 2007, não se classificou nem na Copa São Paulo de Futebol Júnior, torneio em que o Barueri segue em frente. A lição do Grêmio Barueri deve servir, portanto, para todos os administradores públicos e empresários da região. O futebol é o esporte mais popular do Brasil e, consequentemente, traz resultados. Basta investir. Nesta sexta, por exemplo, o prefeito Rubens Furlan, convocou uma sessão extraordinária da Câmara para votar um projeto de mudança no estatuto do clube, que passará a viver com as suas próprias receitas.
Hoje, à noite, portanto, os osasquenses que gostam de futebol e torcem pela região Oeste, vão ficar ligados na TV, torcendo por uma grande vitória do surpreendente Grêmio Barueri. Sãopaulinos, palmeirenses e corintianos serão também Baueri contra o Santos.

terça-feira, janeiro 16, 2007

Ajudem o "Meu Pequenino Miraí"

Há 10 dias, a minha pequena e querida cidade de Miraí, fincada lá na zona da Mata de Minas, na região de Juíz de Fora, tem sido notícia no Brasil e no mundo, depois que foi vítima, mais uma vez, da irresponsabilidade dos adminitradores de uma mineradora. Acredito que muitos brasileiros não conhecem e, talvez , nunca ouviram falar em Miraí. Mas, acredito também que basta lembrar do saudoso sambista e compositor miraiense, Ataulfo Alves, e começar a cantar uma de suas mais belas músicas - Meus Tempos de Criança - para que todos se lembrem do nome Miraí. A música é aquela que fala: "Que saudades da professorinha, que me ensinou o be-a-bá, onde andará..." e que, dentre outros versos, diz: "Aos domingos, missas na Matriz -da cidadezinha onde eu nasci, ah...meu Deus eu era tão feliz - no pequenino Miraí".
Mas, deixemos de lado o romantismo e a beleza de Miraí e vamos falar da dura realidade que os seus moradores vêm passando nos últimos dias. A cidade, que já vinha sofrendo com as fortes chuvas, constantes nesta época na região, acabou sendo surpreendida por um verdadeiro mar de lama, após o rompimento de uma barragem da Mineradora Rio Pomba Cataguases, no dia 9 de janeiro. A lama invadiu propriedades rurais e caiu no leito do rio Fubá, que corta a cidade de Miraí. Por sua vez, o rio Fubá desagua no rio Muriaé, que segue em direção ao norte do Rio de Janeiro, banhando várias cidades dos dois estados. Este foi o segundo acidente ambiental provocado por rompimento de barragem da Rio Pomba, em menos de um ano. Além de uma pesada multa, a mineradora deverá ser fechada definitivamente pelo Governo de Minas Gerais, segundo fontes ligadas ao Palácio da Liberdade.

SOS Miraí
Muitas pessoas, vítimas das enchentes e da lama, continuam desabrigadas na cidade. Conforme dados do Corpo de Bombeiros, divulgados nesta segunda-feira, dia 15 de janeiro, existem ainda 765 pessoas desalojadas e 61 desabrigadas, que estão na Escola Municipal Dr. Justino Pereira. Segundo esses dados, 35 residências foram destruídas e 235 danificadas. O mesmo relatório indica que 4 indústrias e 51 estabelecimentos comerciais foram afetados de alguma forma pelas enchentes e pelo lamaçal da mineradora.
Se você tiver condições, ajude o povo desabrigado. O Lions Clube de Miraí iniciou uma Campanha para Ajuda aos desalojados por essa catástrofe. Os interessados em ajudar podem enviar roupas, colchões e alimentos aos cuidados do Lions Clube de Miraí. O local de entrega é na Rua Afonso Alves Pereira, 70, Centro - Miraí - MG. Quem quiser colaborar com doações em dinheiro pode contribuir através de depósito na conta do Lions Clube de Miraí, no Banco do Brasil - Agência 1098-7 - conta nº 3.055-4. Os miraienses de lá e de cá agradecem. (Fonte site: www.interminas.com.br).

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Governo x Governo

Os aliados de Lula fazem o máximo para demonstrar que tanto a candidatura de Aldo Rebelo (PC do B-AL) - à direita - um aliado de primeira linha de Lula, como a de Arlindo Chinaglia (PT-SP), representam os intereses do Governo, mas a cada dia que passa, fica claro que isso não corresponde à realidade. De candidato preferido de Lula, Aldo passa a ser um nome que vem perdendo terreno para Chinaglia, que além do PT, já recebeu apoio formal do PMDB e do rachado PSDB, respectivamente, primeira e terceira bancadas da Casa. A segunda bancada é a do PT.
Depois de ver o crescimento da candidatura de Arlindo Chinaglia, o presidente Lula deixou de defender abertamente o nome de Aldo, fato que revolvou o deputado alagoano. Este, por sua vez, numa autêntica briga de governo versus governo, passou a tecer críticas a Lula, na tentativa de atrair votos da oposição. E, se por um lado, Chinaglia vê aumentadas as suas chances de se eleger presidente da Câmara, Aldo Rebelo reafirma que não abrirá mão de sua candidatua, deixando claro que essa briga entre dois candidatos do governo terá que ser definida no plenário.

Terceira via
Depois do rempentino e inexplicável apoio do PSDB a um candidato petista, o grupo que defende uma terceira candidatura ganhou força. O apoio formal dos tucanos não significa que Arlindo Chinaglia terá todos os votos do PSDB, que rachou após esse apoio. Deputados e tucanos de primeira plumagem de todo o Brasil, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, não concordam que o partido dê apoio a um petista.
Com essa divisão, a possibilidade de um terceiro candidato ganhou força nos últimos dias. Já foram ventilados os nomes de Luiza Erundina (PSB-SP), Chico Alencar (PSOL-RJ), Fernando Gabeira (PV-RJ) e Gustavo Fruet (PSDB-PR). Hoje, o grupo suprapartidário deve definir o nome desse candidato e o de Gustavo Fruet é o mais indicado. Um terceiro candidato poderá não ter forças para se eleger presidente, mas poderá provocar o segundo turno e, assim, beneficiar a candidatura de Aldo Rebelo, que parece ter a simpatia do grupo independente.

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Dançando conforme a música

Até agora, mesmo diante das atrocidades praticadas pelo crime organizado em todo o Brasil, o presidente Lula e sua base de sustentação tem afirmado que o problema de segurança pública é de responsabilidade dos Estados.
Esse discurso poderia soar bem antes das eleições, quando o crime organizado agia mais ostensivamente em São Paulo e no Rio de Janeiro, estados governados por políticos de oposição ao Governo Lula. Mas, agora as ações criminosas se intensificam no Rio de Janeiro, cujo govenador eleito é o peemedebista Sérgio Cabral Filho, aliado de Lula, como também no Espírito Santo, onde o governador Hartung (PMDB), é outro aliado do PT. Tanto é que o presidente Lula já tratou de mudar o discurso. Agora ele classifica esses crimes de "terrorismo" e fala até em mudar a legislação para punir com maior rigor o crime organizado.
Mas, como o crime organizado não pode ser combatido apenas com discurso, parece que os atuais governadores estão entendendo muito bem essa regência de Lula e estão dançando conforme a música. No início desta semana, os quatro governadores do Sudeste se reuniram no Rio de Janeiro para tratar de colocar em prática políticas comuns de segurança pública.
Só que eles estão chamando o presidente Lula para a roda e cobram dele a responsabilidade que o Governo da União tem com a segurança pública, que é um problema de norte a sul do Brasil. Eles participaram da primeira reunião oficial do chamado Gabinete Integrado de Segurança e criticaram o governo federal pela redução dos recursos previstos no Orçamento de 2007.

Veja, a seguir, a íntegra da carta do Rio, assinada pelos governadores José Serra (São Paulo), Sérgio Cabral Filho (Rio), Aécio Neves (Minas Gerais) e Paulo Hartung (Espírito Santo):

Os governadores do Espírito Santo, de Minas Gerais, do Rio de Janeiro e de São Paulo vêm propor e solicitar a Vossa Excelência que o Governo Federal adote um conjunto de providências, necessárias ao aperfeiçoamento da segurança pública na região Sudeste e que passam a indicar:

- Aumento substancial dos efetivos da Polícia Federal em seus territórios, o que permitirá o pleno exercício, por esse órgão, de suas relevantes funções, entre elas o combate ao tráfico de armas e de drogas, bases fundamentais da existência do crime organizado. Em relação ao tráfico de armas não justificada, do ponto de vista legal, a ação das Forças Armadas nas fronteiras.

- Intensificação da integração dos serviços de informações federais e estaduais, com a participação ativa, além da Polícia Federal, das Forças Armadas, COAF, Banco Central e Receita Federal.

- Aumento substancial dos efetivos da Polícia Rodoviária Federal, medida essencial para que ela possa realizar, em sua ampla esfera de ação e com a máxima eficiência, o patrulhamento ostensivo das rodovias federais e as operações destinadas a assegurar ali a livre circulação e a preservar a ordem, a incolumidade das pessoas, o patrimônio da União e de terceiros; as perícias de sua competência; fiscalizar e adotar medidas relativas aos serviços de remoção de veículos, escoltas e transporte de cargas indivisíveis; colaborar e atuar na prevenção e repressão aos crimes contra a vida, os costumes, o patrimônio, o meio ambiente, os furtos e roubos de veículos e cargas, o tráfico de drogas, o contrabando e o descaminho.

- Suplementação do orçamento federal para permitir, no mínimo, a manutenção dos valores de 2006, relativos ao Fundo Nacional de Segurança Pública e ao Fundo Nacional Penitenciário. A determinação de que os recursos desses dois Fundos fiquem isentos do contingenciamento orçamentário e sejam empregados integralmente com a necessária agilidade no atendimento dos fins para os quais foram criados.

- Repasse financeiro de recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública, conforme valores solicitados e relativos a projetos concretos apresentados para o aprimoramento e treinamento profissional dos policiais e a aquisição de equipamentos, necessários, por exemplo, para a modernização da Polícia Técnico-Científica e para o sistema de radiocomunicação digital.

Estas demandas de extraordinário alcance social e cuja importância não pode ser subestimada e certamente hão de ter a compreensão e o apoio da Presidência da República.

quarta-feira, janeiro 10, 2007

O que seria um "candidato perigoso" para Tarso Genro?

Percebendo que será difícil unir a base governista em torno de apenas um candidato à presidência da Câmara dos Deputados, o Governo já admite a possibilidade de disputa entre Aldo Rebelo (PC do B-AL) e Arlindo Chinaglia (PT-SP), principalmente, depois do apoio formal do PMDB a Chinaglia. Mesmo não sendo de forma oficial, até o momento o candidato preferido do presidente Lula era o atual presidente Aldo Rebelo.
Mas, o que me chamou a atenção sobre a eleição na Câmara foi a entrevista do ministro "tapa buraco" de Lula, Tarso Genro (Relações Institucionais), que alertou sobre a possiblidade de a terceira via - um grupo suprapartidário de parlamentares - apresentar um "candidato perigoso". "Temos que esperar o lançamento desse nome e, se for possível, evitar o episódio Severino", disse Genro, referindo-se à eleição passada, quando também a base se dividiu e propiciou a eleição do deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), que foi um desastre.
Porém, ao criticar Severino Cavalcanti, Tarso Genro está indo de encontro aos interesses de Lula, uma vez que o próprio presidente, logo após a eleição de Severino, disse "que era amigo do deputado pernambucano e que até daria a ele um cheque em branco e assinado".
E o que seria também para Tarso Genro um "candidato perigoso"?. Seria "perigoso" para o Governo Lula, ou "perigoso" para o povo brasileiro?
Porque o que o grupo suprapartidário está tentando fazer é lançar o nome de um deputado que não teve envolvimento com as falcatruas desta legislatura que está no fim. Estão à frente desse grupo, dentre outros, deputados como Fernando Gabeira (PV-RJ), Luiza Erundina (PSB-SP), Raul Julgman (PPS-PE), Gustavo Fruet (PSDB-PR), Chico Alencar (PSOL-RJ) e Paulo Renado (PSDB-SP). Como disse o deputado Fernando Gabeira, o candidato poderia ser de qualquer um desses partidos, ou até mesmo de partidos da base governista, como o PSB e o PMDB.
Ora, será que o ministro Tarso Genso considera qualquer um desses nomes "perigoso", ou que a eleição de um deles poderia repetir o fiasco de Severino? O que a oposição diz é justamente o contrário. Para eles, a eleição de Arlindo Chinaglia, que já demonstra grande interesse em reajustar o salário dos deputados, mesma plataforma de Severino, significaria também o retorno de José Dirceu, deputado cassado, que luta para reaver seus direitos políticos.
Portanto, a preocupação de Genro com o "perigo" de um terceiro candidato parece ser muito mais em relação ao que esse candidato pode representar de perigo para o Governo Lula do que para o povo brasileiro.

terça-feira, janeiro 09, 2007

Por que os políticos preferem ser julgados pelo STF?

Por que será que a maioria dos políticos luta tanto para ver suas encrencas julgadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal)? Inclusive, essa situação é normalmente classificada como privilégio. A gente sempre está lendo na imprensa que fulano de tal tem "foro privilegiado" porque é deputado federal, prefeito, governador, senador ou presidente. O sujeito pode ser o maior pilantra, pode ter cometido os piores crimes, porém, basta ser diplomado pela Justiça Eleitoral que o seu processo vai direto para o STF.
Mas, não deveria ser o contrário? Já que o STF é a Suprema Corte, que julga os casos não resolvidos nas instâncias inferiores, não seria mais interessante para o acusado passar por essas instâncias, tendo várias chances de ser absolvido, e não apenas uma chance no Supremo? Veja bem, se uma pessoa é condenada no Fórum de sua cidade, ela poderá recorrer ao Tribunal Regional, depois ao Superior Tribunal de Justiça, além dos vários recursos entre uma e outra decisão. Mesmo assim, os políticos acusados de crimes não abrem de serem julgados pelo Supremo.
Recentemente, os advogados daquele petista mineiro, de nome Juvenil, acusado de participar de uma quadrilha, fizeram de tudo para que ele recebesse o diploma de deputado federal para poder ser julgado pelo STF. Foi assim também a preocupação dos malufistas com a situação de Paulo Maluf, acusado de evasão de recursos financeiros, e dos petistas com o ex-ministro Antônio Palocci e com todos os demais companheiros envolvidos no caso mensalão. Parece até que os políticos brasileiros não temem o julgamento da Suprema Corte e, sim, o consideram como uma grande chance de absolvição. Por que será que os políticos preferem tanto o STF?

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Rossi diz que rompimento é irreversível e que pode ser candidato a prefeito em 2008

Conforme explicou o ex-prefeito de Osasco e deputado federal eleito pelo PMDB, Francisco Rossi, o seu rompimento político com o prefeito da cidade, Emidio de Souza (PT), é definitivo e não terá volta. Indagado por este jornalista se o rompimento poderia ser revisto caso o prefeito abrisse maior espaço político, conforme ele pretendia, o ex-prefeito disse que não, justamente porque essa decisão, segundo Rossi, já é resultado de um processo de conversações que não teve êxito.
Conforme nota já publicada neste blog, o rompimento oficial entre Rossi e Emidio se deu na semana passada com o pedido de exoneração de sua filha, Ana Paula Rossi, que ocupava o cargo de Secretária de Assistência e Promoção Social.
"Já vínhamos conversando com o Emídio há algum tempo. Nós o apoiamos em 2004 e pretendíamos apoiá-lo novamente em 2008, mas para isso seria necessários uma maior participação nossa no governo municipal e o prefeito não concordou. Não tem nenhum problema. Tanto eu como a Ana Paula vamos procurar ocupar o nosso espaço político em Osasco sem depender de ninguém", afirmou Rossi.
Durante uma pequena entrevista, Rossi falou também sobre o resultado da eleição na Câmara Municipal de Osasco, sobre a eleição na Câmara dos Deputados e também sobre as eleições municipais de 2008.

Câmara de Osasco
"A vitória do vereador Osvaldo Vergínio mostrou mais uma vez que o prefeito Emidio precisa melhorar muito a sua articulação política. Tudo indicava que o presidente eleito poderia ser um vereador do PT ou mesmo o indicado pelo prefeito, mas para que isso acontecesse seria necessário uma melhor articulação, que acabou não ocorrendo. Aproveito para desejar muito sucesso ao novo presidente Osvaldo Vergínio".

Câmara dos Deputados
"É outra eleição que vai depender também de muito entendimento político. A base governista está apresentando dois candidatos: o Aldo Rebelo e o Arlindo Chináglia. Isso mostra que é uma base dividida. Quanto ao nosso voto, vamos esperar a decisão do partido para então decidir em qual candidato iremos votar".

Eleições 2008
"O nosso objetivo agora é tomar posse e representar com dignidade o povo de São Paulo no Congresso Nacional. É ainda cedo para se falar em eleições de 2008, mas a gente não sabe do dia de amanhã e, como sempre falo, não somos candidatos de nós mesmos. O povo é quem escolhe e tudo vai depender das pesquisas. A partir de agora vamos procurar ocupar o nosso espaço político em Osasco e são as pesquisas que irão indicar quem será o candidato do nosso grupo: eu ou a Ana Paula. Conforme pesquisas que temos feito, há hoje em Osasco três grupos que têm condições idênticas para vencer as eleições municipais: o nosso, o do ex-prefeito Giglio e o do prefeito Emidio".

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Mais um tapa na cara dos brasileiros

A posse dos suplentes de deputados federais e o consequente pagamento a cada um deles de salário e de todos as demais verbas - num total de quase R$ 100 mil - no período de recesso parlamentar é mais um tapa na cara dos brasileiros e a prova de que ninguém leva esse país a sério. Se houvesse autoridade séria neste país, esse acinte contra a sociedade não seria permitido, sobretudo, num país onde ainda tem gente que passa forme, onde os Poderes Legislativo e Executivo brigam para dar um aumento de 15 reais ao mísero salário mínimo do povão ou onde o presidente da República se gaba de manter programas como o Bolsa Família e o famigerado Fome Zero.
Esperamos que o novo Congresso Nacional, que toma posse em 1º de fevereiro, possa passar uma borracha sobre os escândalos deixados por esta legislatura que não deixará nenhuma saudade, apenas as tristes lembranças de mensalões, vampiros da saúde e sanguessugas, dentre outras falcatruas. Pagar todo esse montante para um suplente que não vai participar de nenhuma sessão no Congresso é, no mínimo, crime contra a sociedade. Será que nenhum promotor público poderia questionar essa arbitrariedade que, mesmo se for legal, é totalmente imoral perante os nossos irmãos que passam frio e fome por esse Brasil afora? Até porque só podemos esperar agora alguma medida moralizadora do Poder Judiciário, porque dos políticos ninguém espera mais nada.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Por falta de maior espaço na Administração, Rossi rompe com prefeito de Osasco

Além das fortes chuvas que não dão trégua e continuam fazendo estragos na cidade de Osasco, como em toda a região Metropolitana de São Paulo, parece também que o ano de 2007 não começou muito bem para o prefeito Emidio de Souza (PT) em termos políticos.
Depois de ver o seu candidato Mário Luiz (PSB) derrotado na eleição para a presidência da Câmara Municipal, em dezembro de 2006, Emidio acaba de perder um de seus aliados na eleição de 2004: o ex-prefeito e deputado federal eleito pelo PMDB, Francisco Rossi (ao lado de sua filha Ana Paula). O rompimento oficial entre Rossi e o PT de Osasco se deu na semana passada com a exoneração de sua filha, Ana Paula Rossi, que pediu demissão do cargo de Secretária de Assistência e Promoção Social. Segundo informa o lado rossista, o rompimento foi de "forma amigável".
Ana Paula, que era titular dessa Secretaria desde que Emidio assumiu o poder, disputou a Prefeitura ficando em terceiro lugar. No segundo turno, ela e Francisco Rossi apoiaram Emidio, cujo apoio foi decisivo para a vitória do petista sobre o ex-prefeito Celso Giglio (PSDB).
Segundo o ex-prefeito, o rompimento se deu porque o prefeito Emidio "não teve interesse em abrir um espaço maior politicamente para o grupo político de Rossi na Admnistração Municipal". Rossi disse que apoiou Emidio em 2004 e que estava decidido em apoiá-lo novamente em 2008. "Porém, uma aliança política implica que quem apóia tenha também participação no governo. E a nossa participação era muito pequena, quase nada. A Ana Paula ocupava uma Secretaria muito importante na área social, só que não tinha verba. A continuação dela nessa Secretaria não significaria nada em termos de maior espaço político para o nosso grupo que dava apoio à Administração do Emídio. Então, achamos que era melhor deixar a Administração e o prefeito concordou", disse Rossi.

Lula fica indignado com crimes no Rio - Antes tarde do que nunca!

Antes tarde do que nunca! Já dizia a minha bisavó, quando se referia a alguém que tomava uma atitude para consertar algo que fizera errado. Atualmente, acho que podemos usar essa mesma expressão para nos refirmos à "indignação" que tomou conta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diante da onda de crimes bárbaros que vem aterrorizando o Rio de Janeiro.
Confesso que, ao mesmo tempo em que fiquei feliz, também me surpreendi com o discurso indignado de Lula durante a sua posse, quando chegou a classificar os crimes de terrorismo. Fique feliz porque o presidente se indignou e disse até em mudar a legislação para punir com maior rigor membros do crime organizado, mas, também fiquei surpreso, pois, não vi essa mesma indignação de Lula quando esse mesmo crime organizado barbarizou São Paulo em maio de 2005. Aqui, não foram apenas 18 mortes e dois ônibus incendiados. Foram mais de 100 pessoas barbaramente assassinadas, dentre elas jovens e policiais, além de dezenas de ônibus e carros queimados.
O que o presidente Lula teria contra os paulistas? Houve, sim, aquele dialogozinho de "compadres" entre ele e o governador anti elite branca, Cláudio Lembo, com críticas aos tucanos e promessas de envio da Força Nacional de Segurança e nada mais. O crime organizado continuou mandando em São Paulo, mesmo diante do que reza Constituição Federal, que manda a União intervir nos Estados em casos de desordem e falta de segurança pública.
Seria a causa dessa indiferença com São Paulo o fato de que quem governava o Estado era o tucano e seu principal adversário na campanha, Geraldo Alckmin, ou porque quem disputava a eleição para governador com Aloísio Mercadante era o outro tucano José Serra? Se for isso, o Lula foi muito injusto com os paulistas.
E essa dúvida aumenta aida mais, agora, com essa preocupação rempentina com os cariocas, que há décadas vêm sofrendo nas mãos do crime organizado. Será que lá também, durante todo esse tempo, Lula não tomou essas mesmas providências porque os governadores Anthony e Rosinha Garotinho viraram seus inimigos e quem vai governar agora é o seu amiguinho Sérgio Cabral Filho? Se for isso, coitado dos cariocas.
Mas, antes tarde do que nunca, não é mesmo? Vamos ver se existe mesmo esta tal Força Nacional de Segurança, que ninguém nunca viu atuando, e se o Exércio vai mesmo para as ruas do Rio de Janeiro. Se isso acontecer, sorte dos cariocas e de todos nós que amamos e gostamos de visitar a Cidade Maravilhosa. Quanto aos demais Estados, se continuar essa política pequena de se governar só com os companheiros, que São Paulo, Minas, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco e outros estados, arrumem um jeito de seus governadores se filiarem ao PT. Ou então esperar por outro Presidente.

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