Com certeza, a escolha de vices nunca foi tão importante nas eleições presidenciais, como está sendo neste ano. Dos três principais pré-candidatos, dois já definiram os seus vices. A presidente Dilma Rousseff (PT), já confirmou que vai continuar com o seu vice atual, Michel Temer (PMDB), mesmo diante da rebeldia do PMDB; e Eduardo Campos (PSB-PE)), que na união com o Rede Sustentabilidade, oficializou a ex-senadora Marina Silva como vice. Só o tucano Aécio Neves (PSDB-MG), ainda não definiu o seu companheiro de chapa. E é, justamente, a escolha do vice na chapa tucana que vem movimentando os bastidores políticos nos últimos dias.
Desde o último final de semana que o nome do possível vice na chapa de Aécio Neves vem agitando o ninho tucano e também tirando o sono de seus rivais, principalmente, do PT e do governo Dilma. Isto porque, depois que o tucano José Serra publicou um texto nas redes sociais, descartando a hipótese de ser o vice de Aécio, surgiram fortes boatos de que esse vice poderia ser o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles (PSD-SP), partido da base governista. Isso foi o bastante para acender o sinal de alerta nos meios petistas.
Afagos de Aécio
Conforme o Quintal da Noticia já noticiou, no último de final semana, o pré-candidato tucano Aécio Neves cumpriu uma extensa agenda política na Capital paulista e na Grande São Paulo. Depois de se encontrar com dirigentes do Democratas em São Paulo, Aécio fez sua primeira visita como pré-candidato à região Oeste da Grande São Paulo, onde se reuniu com lideranças tucanas na cidade de Cotia. Nessa reunião, onde estiveram também outras lideranças, como o governador Geraldo Alckmin, o senador Aluísio Nunes, e o próprio Serra, o seu nome foi mais uma vez ventilado para formar uma chapa puro sangue, com o consentimento de Aécio.
Mas, na Capital, o senador mineiro participou de um almoço com empresários, ocasião em conversou por longo tempo com Henrique Meirelles. Na segunda-feira, 19, Aécio voltou a falar no assunto, quando elogiou Meirelles, afirmando que ele seria um excelente vice, mas, que respeita a aliança do PSD com o PT. Segundo o mineiro, o convite só seria feito, caso o PSD mudasse de direção.
Dias antes, visando atrair o PSD em São Paulo, o governador Alckmin acenou também com a possibilidade de ter Gilberto Kassab, fundador e presidente nacional do PSD, como seu vice na campanha de reeleição. No estado, o PSD apoia o governo tucano, como também sempre esteve com Aécio em Minas Gerais. Mas, em nível federal, o PSD apoia e participa do governo Dilma Rousseff.
PT entra em campo
Sentindo cheiro de racha no PSD, o PT tratou logo de entrar em campo para garantir a aliança com Gilberto Kassab. Houve reuniões entre lideranças dos dois partidos e parece que, pelo menos por enquanto, o PT saiu vitorioso.
O vice-presidente do PSD, Guilherme Afif Domingos que, por incrível que pareça, ainda permanece como vice-governador em São Paulo e ministro da Dilma, foi o primeiro a vir a público para descartar a hipótese de Meirelles vir a ser o vice de Aécio, apesar de ele mesmo servir aos dois partidos rivais. Afif disse que isso significaria o rompimento da aliança com o governo Federal, fato que não está na pauta do PSD, segundo o vice-governador e ministro.
Enquanto isso, Gilberto Kassab que nunca escondeu a sua admiração por José Serra, do qual foi vice na Prefeitura de São Paulo, onde foi eleito posteriormente indicado por Serra, disse que mesmo mantendo o apoio com o governo Dilma, "não descarta a possibilidade de ser vice de Alckmin". E, entre as opiniões de Kassab e Guilherme Afif, Henrique Meirelles ainda não se manifestou. Por enquanto, a única notícia oficial é o ex-presidente do Banco Central é pré-candidato ao Senado pelo PSD.
Recado do povo
E sobre esse dilema sobre qual candidato o PSD de Kassab vai apoiar para a Presidência da República, houve um fato interessante, no último dia 12, em Barueri, durante a última reunião do PSD Mulher, sob a presidência de Alda Marco Antônio, que acabou ficando numa saia justa, diante da opinião de uma professora.
Indicada como vice na chapa de Kassab para o governo estadual, Alda Marco Antônio falou sobre as metas do PSD Mulher e também sobre o "apoio oficial" do partido à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Após essa afirmação a plateia não se manifestou.
Mas, quando o microfone foi aberto ao público, uma professora de Barueri pediu a palavra e elogiou o PSD, como também a indicação de Cristina Zsabo como coordenadora regional. Em seguida, a professora protestou: "Só lamento muito, como professora, que o PSD tenha optado pelo apoio à presidente Dilma, que nada fez pela educação no país". Isso bastou para que toda a plateia aplaudisse a professora, inclusive, com aplausos até mesmo dos componentes da Mesa, onde estava Alda Marco Antonio.
Segundo alguns líderes do PSD, a recomendação da cúpula do partido é de que o apoio da legenda ao PT é garantida somente para a reeleição da Dilma. Nos estados e municípios, o partido tem liberdade para fazer alianças de acordo com os interesses regionais.
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