Críticas de Cláudio LemBUIU preocupam pefelistas e tucanos
Durante os ataques terroristas do PCC na semana passada, o governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL-foto) teve uma espécie de surto afro-socialista e criticou o domínio histórico de brancos sobre negros no Brasil. Lembo concedeu uma entrevista à Folha de S.Paulo que, além de abrir o fogo amigo na oposição, continua fazendo estragos nas relações pefelistas/tucanas, ao mesmo tempo, que serviu para municiar a campanha de Lula (PT) à reeleição. Na entrevista, Lembo afirmou que o problema da violência no Estado só será resolvido quando a "minoria branca mudar sua mentalidade", acrescentanto que "a elite branca precisa abrir a bolsa para socorrer os miseráveis do país".
Na mesma entrevista, possivelmente, sentindo-se abandonado por correligionários, Cláudio Lembo ainda criticou e ironizou o ex-prefeito José Serra e o ex-governador Geraldo Alckmin, respectivamente, candidatos tucanos ao Governo de São Paulo e à Presidência da República. Sobre Serra, Lembo afirmou: "talvêz ele não me ligou porque não tem acesso aos meios de comunicação" e, sobre a "falta de solidariedade de Alckmin", o governador ironizou: "os pulsos telefônicos estão realmente muito altos". Lembo ainda disparou sua metralhadora também sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Comentando uma possível declaração de FHC, que teria criticado um "acordo" entre o Governo paulista e a facção criminosa para o cessar fogo, Lembo afirmou: "era melhor o ex-presidente ter ficado calado".
No final da semana, Cláudio Lembo ainda continuou criticando os correligionários e, o pior, teceu elogios a adversários políticos como Aloísio Mercadante e ao próprio presidente Lula, pela forma como foi tratado pelos petistas durante os ataques criminosos. Como seria natural, as declarações de Cláudio Lembo serviram para acender a luz vermelha entre os aliados PSDB/PFL e para que as cúpulas desses dois partidos tomassem providências no sentido de acalmar o governador paulista. Tucanos e pefelistas querem evitar que Lembo continue aumentando a munição petista. O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen tem encontro marcado com Cláudio Lembo nesta segunda-feira, quando vai tentar colocar um ponto final nas desavenças internas e, com isso, diminuir a força do fogo amigo. Uma coisa é certa, neste final de semana, o presidente Lula esteve em São Paulo e aproveitou para se encontrar com Lembo no aeroporto. Depois de um aperto de mão e sorrisos, dignos de políticos afinados ideologicamente, Lula reiterou o apoio do Governo Federal ao governador de São Paulo. Se tucanos e pefelistas não acordarem rapidamente, daqui a pouco Cláudio LemBUIU poderá se tornar no principal cabo eleitoral de Lula em São Paulo.
O que não está ainda bem explicado nessas acusações de "acordo" do governo paulista com o PCC e, agora, nessa inédita troca de afagos entre Lembo e a cúpula petista é que, primeiro, Lembo não aceitou a ajuda do Governo Federal e foi duramente criticado pelos petistas. O próprio ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) teceu severas críticas ao "acordo", inclusive, culpando o ex-governador Geraldo Alckmin. No entanto, após a visita do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, tudo se acertou. As rebeliões terminaram em diversos presídios ao mesmo tempo e começou então a troca de elogios entre o governador e as lideranças petistas. Quem será mesmo que está por trás de possíveis "acordos" entre autoridades e criminosos, se de fato eles existiram?
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