Rádios piratas: perigo no ar
Além dos problemas da falta de infra-estrutura nos aeroportos e da falta de condições de trabalho dos controladores de vôo, surge agora também o problema das rádios piratas no espaço aéreo brasileiro. Conforme matéria publicada na Folha de S.Paulo (www.folha.com.br), na quarta-feira, 30, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, informou que encaminhará ao Ministério Público pedido para que a Justiça determine o fechamento de rádios piratas que estão interferindo na freqüência de comunicação nos aeroportos do país.
Segundo o ministro, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que é a responsável por fiscalizar as rádios piratas, já esgotou todos os "caminhos técnicos", na tentativa de resolver o problema. Na terça, 29, as interferências provocaram um "apagão" no setor de controle de tráfego aéreo de São Paulo. Os aeroportos de Guarulhos e de Congonhas tiveram pousos e decolagens suspensos por seis minutos, quando o controle de aproximação de aeronaves registrou interferências em quatro das seis freqüências de comunicação em operação naquele momento.
"Temos que ser linha dura porque estão desrespeitando as normas de segurança. Pedirei a ajuda da Justiça para responsabilizar criminalmente. A lei prevê dois anos de detenção para quem faz isso", disse Hélio Costa.
O controle de São Paulo tem sob sua responsabilidade o maior tráfego aéreo da América Latina, com mais de 500 mil pousos e decolagens por ano (números de 2006), ou quase duas operações por minuto.
Não se conhece exatamente o número exato de rádios piratas em São Paulo, porém, os registros mostram um aumento assustador de interferências nos contatos entre controladores e pilotos. Segundo o chefe do Serviço Regional de Proteção de Vôo em São Paulo, coronel-aviador Carlos Minelli de Sá, esse foi o segundo caso de "apagão" desde a última sexta-feira.
Desde o ano passado, o número de interferências nas comunicações do centro de controle aéreo de São Paulo pelas rádios piratas cresceu 434,4%, saltando de 32 registros, em janeiro de 2006, para 171 casos em maio. A média passou de uma para seis interferências por dia.