A aparente união entre os petistas de Osasco, demonstrada nesta foto, que traz, da esquerda para direita, o deputdo Federal, João Paulo Cunha, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que veio prestigiar a convenção do partido em 2011, o prefeito Emidio de Souza, e o prefeito eleito Jorge Lapas, na verdade, não representa a situação atual da legenda. Pelo clima de falta de harmonia que impera hoje e pelo andar da carruagem, esta foto poderá logo, logo significar apenas um passado distante.
Esta foto foi feita durante a convenção petista, em 2011, quando a mega coligação de 20 partidos festejou a oficialização do nome de João Paulo para prefeito em 2012. Só que este clima de festa estampado pela foto, nem de longe representa o clima de desconfiaça de hoje, depois de tantas águas que rolaram desde a convenção. Como todos sabem, João Paulo Cunha desistiu da candidatura depois de ter sido condenado pelo STF, quando foi substituido, em agosto, pelo então secretário de Governo do Emidio, Jorge Lapas, que acabon sedo eleito prefeito.
Ontem e hoje
Então, esse clima de alegria e de festa em torno do nome do João Paulo durou mesmo apenas até a sua condenação. Imposto pelo prefeito Emidio, o nome de Jorge Lapas começou não agradando tanto a mega coligação. Contudo, ele foi indicado, tendo como vice, o vereador Walmir Prascidelli, um aliado de João Paulo Cunha.
E quem conhece a história do PT, sabe que se trata de um partido com muitas discussões internas para tratar dese a escolha de suas cúpulas diretivas, como de candidatos a cargos eletivos. Porém, é um partido que sempre demonstrou também grande capacidade de evitar que crises internas prejudiquem o partido publicamente.
Agora, no entanto, o caso de Osasco parece destoar dessa história de superaççao, mesmo depois de fortes disputas internas. Está claro que após a eleição de Jorge Lapas instalou-se um racha no partido e que não dá sinais de ser superado. Ao contrário, parece que Osasco já tem dois PTs distintos: o de João Paulo Cunha e o do Emidio e de Jorge Lapas.
Isolados
Essa separação tem sido evidenciada, por exemplo, em reuniões do grupo de Emidio/Lapas, sem a presença do vice-prefeito eleito, Walmir Prascidelli. Isso aconteceu em duas ocaiões recentes. A primeira foi durante coletiva no Gabinete, quando foi criado o governo de transição, instalado no Parque Chico Mendes, onde Jorge Lapas passou a despachar com a equipe de transição.
Outra ausência de Prascidelli foi notada na coletiva desta quarta-feira, quando o prefeito eleito Jorge Lapas anunciou os nomes de seus cinco primeiros secretários. Indagado a respeito de uma informação de que Prascidelli não teria aceitado convite para ser secretário, Lapas negou e disse isso não é verdade. "Ao contrário, o Walmir já declarou que está disposto a colaborar com o governo e foi uma falha da nossa equipe não tê-lo conviado para esta coletiva". Segundo informações, Prascidelli confirmou que quer mesmo contribuir com o governo, mas, de preferência como vice-prefeito.
E esse clima de racha no PT de Osasco poderá se solificar ou diminuir nos próximos meses. E vai depender muito da nova composição da Câmara Municipal. O PT, que tinha quatro vereadores, perdeu uma cadeira e elegeu três vereadores e mais um da coligação.
Os primeiros cinco secretários já escolhidos são petistas e o prefeito Lapas já anunciou que pretende governar com todos os partidos da coligação, dando sinais de que outras secretarias poderão ser comandadas por aliados. Assim, se os coligados sentirem-se contemplados, Lapas poderá manter a maioria no Legislativo. Caso contrário, poderá vir a ter dificuladades com a formação de blocos independentes, aumentando ainda mais o racha no PT.
Desagravo
O fato é que nos bastidores políticos já se nota comentários claros de petistas que defendem lados diferentes. Outro evento em Osasco, que também marcou essas diferenças foi no ato de desagravo aos petistas condenados pela Ação Penal - o mensalão - realizado recentemente no Colégio Misericórdia.
No evento, que contou com toda a cúpula estadual do PT, além de deputados Federais e Estaduais, prefeitos e vereadores de diversas regiões do Estado, estiveram presentes também o ex-presidente do partido, José Genoíno e o ex-ministro José Dirceu, condenados, respectivamente, a 8 anos e a 10 anos pelo STF.
Na ocasião, o prefeito Emidio de Souza, anunciado como palestrante que iria falar sobre os assuntos da pauta - Eleições Municipais e Ação Penal 470 - preferiu não entrar no mérito das questões e limitou-se saudar os presentes. Por outro lado, o vice-prefeito eleito, Walmir Prascidelli, fez um longo e inflamado discurso em defesa dos "companheiros" João Paulo, José Genoino e José Dirceu. No final, Prascidelli foi aplaudido de pé e cumprimentado por toda a mesa. Jorge Lapas, que estava viajando, não compareceu.
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