A Polícia Civil de São Paulo pode estar bem perto de esclarecer totalmente o assassinato da pequena Isabella de Oliveira Nardoni
(foto à direita, com a mãe Ana Carolina de Oliveira), ocorrido no dia 29 de março. Hoje, serão ouvidas mais quatro testemunhas que a polícia considera imprescindíveis ao inquérito que já indiciou o pai da menina, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá
(foto, à esquerda). A prisão preventiva do casal poderá ser pedida após a conclusão do inquérito e de todas as provas periciais.
Inclusive, os detallhes desse inquérito seriam apresentados ontem, em entrevista coletiva dos delegados que cuidam do processo e dos peritos. Mas, a Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Civil resolveram adiar essa apresentação. Antes, eles querem anexar os depoimentos dessas quatro tesemunhas ao inquérito policial. Esse adiamento deu-se também devido às afirmações dos advogados de defesa, que alegam incorreções no trabalho da Polícia e do Ministério Público.
Avô e tia depõem
Hoje, a Polícia irá ouvir o pai de Alexandre, o advogado Antonio Nardoni, e a sua irmã, Cristiane Nardoni. Conforme o próprio avô já disse à imprensa, ele foi a primeira pessoa a chegar no apartamento, onde a perícia afirma que ocorreu o crime. Onde Isabella teria sido esganada pela madrasta e, em seguida, jogada do sexto andar pelo pai, Alexandre. Por sua vez, Cristiane já disse também que foi ela a última pessoa a sair do apartamento, onde a polícia encontrou uma fralda lavada dentro de um balde com água. A fralda continha sangue de Isabella. Os nomes das outras duas testemunhas são mantidos em sigilo pela Polícia.
GPS esclarecedor
Mas, além dos depoimentos de mais de 60 pessoas, de provas técnicas da perícia que indicam o casal Nardoni como os principais culpados do crime, a Polícia conta agora com uma outra preciosa informação que pode ajudar a elucidar esse bárbaro assassinato. E, curiosamente, a informação vem de um equipamento instalado no próprio carro da família.
Trata-se de um GPS (Sistema de Posicionamento Global), instalado no Ford Ka onde família chegou ao Edifício London. O aparelho mostra que o veículo foi desligado por Alexandre Nardoni, já dentro da garagem do prédio, às 23h36. Portanto, quase 14 minutos antes do primeiro telefonema de pedido de socorro, feito exatamente às 23h49m59s por um morador do primeiro andar.
Estimando-se que o vizinho tenha demorado cerca de dois minutos, após a queda, para saber do fato e chamar o resgate, o casal ficou 12 minutos no prédio até a menina ser atirada pela janela. Para a Polícia Civil, se Alexandre e Anna demoraram pelo menos a metade desses 12 minutos no sobe-e-desce, o restante do tempo seria muito curto para a hipótese de o crime ter sido cometido por uma terceira pessoa. Ela teria, nessa suposição, seis minutos para invadir o apartamento, abrindo a porta sem deixar marcas, espancar e esganar Isabella por três minutos. Depois teria de limpar o sangue da menina, cortar a rede com uma faca e depois com uma tesoura. Em seguida, atirar a menina, guardar a tesoura na cozinha, lavar a fralda e a toalha usadas para limpar o sangue do rosto de Isabella, fechar a porta e ainda fugir.
Essas informações, dando detalhe do tempo, derruba por completo a alegação do casal e da família Nardoni de que o crime teria sido praticado por uma terceira pessoa. Inclusive, há informações de que outros membros da família poderão também ser indiciados por terem "modificado" o cenário do crime.