segunda-feira, outubro 31, 2005

Esquerda e direita - Governo do PT confunde tudo

Durante mais de 20 anos, o que mais o PT e o Lula pregaram era que o Partido dos Trabalhadores, quando chegasse ao poder, seria o primeito Governo de esquerda no Brasil. No Senado, na Câmara dos Deputados, nas Assembléias Legislativas, nas Câmaras Municipais ou em qualquer movimento de rua, o que se via era um festival de críticas contra o Fundo Monetário Internacional, contra as políticas neoliberais, contra os Estados Unidos, contra os juros altos, contra a CPMF, contra a falta de políticas sociais e mais uma montanha de críticas.
Como num passe de mágica, no entanto, ao assumir o poder, o que o PT fez foi cumprir a máxima de que o poder é como o violino, pega-se com a esquerda e toca-se com a direita.
Ninguém falou mais nada contra a CPMF - um dos mais injustos impostos do planeta - e nem contra o FMI. Muito ao contrário. Com três meses de antecedência, o governo petista supera a meta do superávit primário, enquanto o povo continua sem saúde pública, sem emprego, sem educação, sem estradas e sem segurança. Esse é um governo de esquerda do PT, ou uma verdadeira direita na cara dos brasileiros?

Brasil continua escravo do FMI

Não adiantou nada todo o alarde feito pelo Governo Lula (PT), ao anunciar que o País não assinaria mais o acordo com o Fundo Monetário Internacional. Os governistas batiam no peito e diziam: "Agora, o Brasil andará com as suas próprias pernas". Ora, não é nada disso. O que ocorre de verdade na política econômica brasileira, comandada pelo ministro Palocci, é uma relação de escravidão do Brasil junto ao FMI.
Se não, vejamos: De janeiro até setembro, ou seja, com três meses de antecedência, a meta do superavit primário (receitas menos despesas, excluindo juros), estipulada para todo o ano de 2005, já foi ultrapassada, mostrando que o FMI nem precisa pedir nada. O Brasil é um "excelente" servo.
Nesses nove meses de governo petista, a economia feita pelos governos federal, estaduais e municipais e pelas empresas estatais para pagar os jutos da dívida, já alcançou a casa de R$ 86,502 bilhões, o equivalente a 6,1% do PIB (Produto Interno Bruto), quando a meta estipulada era de R$ 83,849 bilhões, ou 4,25% do PIB, o que já é altíssmo para um país em desenvolvimento.
Isto é que é ser um país sem voz ativa e subserviente ao capital estrangeiro. Pobre povo brasileiro.

O povo não quer saber apenas de cassações

A crise que paralisa o Governo Federal, o Congresso e, consequentemente, paralisa o País, já se arrasta há mais de quatro meses, isso, se a gente não levar em conta que o Governo já vem cambaleando desde fevereiro de 2004, quando surgiu a fita, que mostrava Waldomiro Diniz, assessor do até então principal ministro e colaborador do Presidente Lula, José Dirceu, pedindo propina a empresários de jogo. Já em 2005, são três CPIs que investigam crimes de corrupção envolvendo políticos, empresários da iniciativa privada e empresas públicas.
O novelo da crise foi puxado pelo ex-deputado federal, Roberto Jefferson (PTB-RJ), que, de uma hora para outra, foi transformado numa espécie de santo, de salvador do Brasil, até que foi cassado na Câmara dos Deputados. Depois, outros deputados renunciaram para não perder os direitos políticos, assessores foram demitidos, tesoureiros de partidos foram afastados, mas, até agora ninguém ainda foi indiciado ou foi dado ao povo brasileiro a certeza de que os verdadeiros responsáveis por esse esquema de corrupção, jamais visto no País, serão punidos exemplarmente.
Muito ao contrário. Como sempre viveu sorrindo, desde os tempos de Collor, quando fazia parte de outro esquema de corrupção, Roberto Jefferson foi cassado, mas não perdeu a pose. Parece estar rindo da cara dos brasileiros. Confessou que recebeu R$ 4 milhões do PT, mas disse que não falaria sobre o destino desse dinheiro.
Isso é mais do que uma afronta à Lei. Fosse aqui, um país sério, certamente, esse indivíduo já estaria preso. Mas, nada disso. Teve o mandato cassado e, poucos dias depois, ganhou uma aposentadoria de R$ 9 mil por mês da Câmara. Ou seja, o sujeito confessou um crime, foi cassado por falta de decoro parlamentar e, mesmo assim, o povo será obrigado a pagar-lhe um salário 30 vezes maior do que o salário mínimo. Enquanto isso, Delúbio Soares, um ilustre desconhecido e protegido do PT, confessou que montou um esquema de caixa 2, fez empréstimos milionários e continua sorrindo, como se nada tivesse acontecido.
Conversando com jornalistas, empresários e o povo em geral, a gente sente que o brasileiro está cansado dessa roubalheira e, sobretudo, dessa impunidade que emperra o desenvolvimento do País. Não será mais uma ou meia dúzia de cassações que irá mostrar que a corrupção política foi banida. O dinheiro do povo foi criminalmente usado nesse esquema de mensalão, com fraudes em processo de publicidade para a lavagem de dinheiro público. Então, muito mais do que meras cassações de mandatos, com perda dos direitos políticos, o povo simples do Brasil, o povo que trabalha, ou o empresário sério que gera empregos e riquezas para o País, quer ver na cadeia os verdadeiros responsáveis por esse crime de lesa pátria. Quando acabar a impunidade e quando todos os corruptos forem punidos de acordo com o crime praticado, aí sim, nossos políticos poderão viajar para o exterior e afirmar que estão, por exemplo, acabando de verdade com a fome e a miséria no Brasil. Fora isso, é bravata para inglês ver.

domingo, outubro 30, 2005

Fecha-se o cerco contra o PT

A cada dia que passa vai se fechando o cerco contra o PT e o Governo Lula. Além das três CPIs que investigam a corrupção, diversos partidos, como o PSDB, PFL, PDT e PPS já afirmaram que vão entrar com representação junto ao Ministério Público solicitando investigação por crime de responsabilidade contra o Presidente da República. A situação do Governo se complicou ainda mais após as denúncias de que o caixa dois para a campanha do PT, em 2002, teria recebido dinheiro de Cuba, conforme matéria da revista Veja. Logo no início da crise, há quatro meses, o próprio Presidente Lula, talvez tentando minizar o impácto das acusações de mensalão ou compra de deputados, disse em Paris, que "o PT apenas fez uso do caixa dois, fato corriqueiro na política brasileira".
O pior é que agora está se descobrindo que esse caixa dois, que é crime mesmo feito com moeda nacional, era feito também com dinheiro vindo do exterior. O ex-deputado Waldermar da Costa Neto já declarou que o dinheiro que o PL recebeu do valerioduto foi usado na campanha de Lula. Um assessor do ministro Ciro Gomes afirmou também que o dinheiro que ele recebeu foi para fazer campanha de apoio a Lula no segundo turno.
Os governistas retrucam e dizem que tudo é denuncismo e alegam falta de provas. A embaixada de Cuba também nega. Mas, como diz o ditado, onde há fumaça, há fogo. E, se a qualquer momento, alguém que fez parte dessa possível maracutaia internacional, abrir o bico, aí os 25 anos de história do PT vão parar no ralo da história.

sexta-feira, outubro 28, 2005

Bolsa Família é prova da miséria brasileira

Por mais que um político brasileiro tente mostrar que seus programas sociais são melhores do que os do adversário, o que na verdade fica claro a cada ano, infelizmente, é que a classe política do Brasil continua ainda é apostando na ignorância e na miséria do povo para se perpetuar no poder através de políticas assistencialistas e paternalistas de quinta categoria.
Seja ele denominado de "Bolsa Família", "Bolsa Escola", "Auxílio Gás", ou seja qualquer outro tipo de esmola, o que todos esses programas revelam é, na verdade, o grau de pobreza de um povo, cujo País é uma das maiores economias do mundo, como o Brasil.
Não existe nenhuma diferença entre o hoje badalado "Bolsa Família" do Presidente Lula (PT), e o de ontem, também badalado "Bolsa Escola" do Presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). No total, eles revelam gastos de bilhões de reais, até porque são milhões de famílias beneficiadas, mas quando se verifica o que cada família acaba recebendo, vemos que são verdadeiras esmolas e que, simplesmente, servem apenas para manter um quadro de pobreza que deveria envergonhar qualquer governante. Porém, o que vimos FHC fazer, se repete hoje com Lula. No exterior, ambos passam a imagem de que gastam bilhões com o social, como se fossem projetos para acabar com a pobreza e a miséria.
Estamos cansados de ver prefeitos, cujas metas de governo são, por incrível que pareça, sempre ver aumentado a cada ano, o número de pessoas cadastradas em suas campanhas de agasalho, de livro escolar ou de brinquedos. Ora, sabemos que dar o peixe é importante, mas, sem dúvida, ensinar a pescar é fundamental. Porém, pela vibração desses governantes ao destacarem um número cada vez maior de beneficiados nessas campanhas, constatamos que o objetivo é manter o status quo.
FHC fazia uma festa danada nas entregas dos cartões do "Bolsa Escola". Mas, veja só: cada família tinha que provar que a renda familiar era inferior a R$ 50, ou seja, tinha que provar que era um miserável para ter direito a R$ 15,00 por cada filho - até três - matrilucados na escola.
Agora, Lula não faz nada diferente. Englobou diversos programas no famoso "Bolsa Família". Mas, para ter direito a receber de R$ 15,00 a R$ 90,00, a família tem também que apresentar um autêntico atestado de miséria. A renda familiar tem que ser inferior a R$ 100,00.
Sabemos o quanto padecem essas famílias desempregadas, sem saúde e sem esperança e o quanto essas migalhas podem significar para elas. Mas, não sejamos ingênuos. Com os altos preços de alimentos e remédios, isso sem considerar roupa ou aluguel, o que uma pobre família dessas poderá fazer com "tanto dinheiro" ao chegar num supermercado? Isto é o Brasil, que continua o seu desenvolvimento a passos de tartaruga.

quinta-feira, outubro 27, 2005

Milagre de Lula em 98

Acusado de ter também usado dinheiro das empresas de Marcos Valério em sua campanha ao Governo de Minas, em1998, o senador Eduardo Azeredo (PSDB), deixou a presidência do partido, fazendo um discurso emocionado no Senado, na última terça-feira.
Ora, caixa 2 é crime, seja ele do PSDB, PT, PFL ou de qualquer outro partido. Contudo, há algumas diferenças entre as condutas dos acusados. Enquanto o Presidente Lula deu aquela patética entrevista em Paris, afirmando na Globo que "caixa 2 era uma coisa de rotina no Brasil", numa coincidência incrível com as entrevistas dadas horas antes por Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, e por Marcos Valério, e continua negando qualquer ligação de seu Governo com o esquema do mensalão, Eduardo Azeredo admite ter feito um empréstimo para a campanha e deixa um cargo importante para ser investigado.
Com essa atitude, o senador mineiro acabou sendo consagrado no Senado. Ele foi aparteado por mais de 40 senadores, inclusive do PT, como Aloisio Mercadante e Júlia Carepa, quando todos elogiaram a sua atitude, afirmando que não tinham nada que o desabonasse. Ninguém falou da atitude de Lula, que acabou confessando um crime eleitoral.
Outra diferença é com relação aos gastos das campanhas de 98, apresentados à Justiça Eleitoral. Azeredo fez questão de mostrar uma lista, que também se encontra na Internet, onde ele prova que gastou na campanha R$8 milhões, justificados, enquanto Lula, que concorreu com Collor e percorreu o Brasil inteiro, informou ao TSE que gastou apenas R$3 milhões. Sem dúvida, esses dados deixam o Presidente Lula numa situação desconfortável, pois, não há como explicar que um candidato à Presidência consiga fazer uma campanha de tanta visibilidade, como foi a do PT em 98, gastando R$ 5 milhões a menos do que um candidato ao Governo de um Estado. Teria sido um milagre do Lula?

Maltratando a Língua Pátria

Todos nós sabemos que no Brasil ainda existe um grande número de analfabetos. Por isso mesmo, a gente não estranha ao ouvir diariamente muitos erros cometidos por pessoas simples, como também erros grotescos em faixas e placas pelas ruas. Recentemente, estávamos numa casa de massas, quando uma atenciosa balconista, disse para a minha esposa: "A gente entregamos também. A senhora pode ligar, viu".
O que a gente não entende são tantos erros em discursos de políticos, pessoas que são eleitas para representar o povo e que, portanto, deveriam se preocupar em estudar um pouco mais para não maltratar tanto a nossa lingua e envergonhar o País.
Outro dia, durante o emocionado discurso do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que se despedia da presidência do partido e recebia apartes solidários de todos os colegas, o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), saiu com essa: "A presença de Vossa Excelência nos envaidece e nos orgulhesse". Coitado, o senador queria dizer: "nos orgulha". Não esqueço de um antigo vereador de Osasco, José Sasso, que sempre se referia à Casa, como: "Câmera Municipal".
Além de concordâncias erradas, temos também colocações totalmente sem nexo, como esta última do deputado José Dirceu, que está prestes a perder o mandato. Na ânsia de se defender no Conselho de Ética, Dirceu afirmou: "Estou a cada dia me conscientizando mais da minha inocência".
Portanto, amigo, se você deseja dar boas gargalhadas basta participar das sessões legislativas das Câmaras Municipais ou ligar a TV nos canais da Assembléia Legislativa, Câmara dos Deputados ou do Senado. Você vai ver como os nossos "dignos representantes" tratam a língua de Camões. Eles conseguem tropeçar mais mais do que jogador de futebol.
Se você conhece alguma pérola de políticos, mande para ser punblicada neste blog.

Celso Giglio - Federal ou Estadual em 2006?

Falando a este blog, na última quarta-feira, o ex-prefeito de Osasco, o médico Celso Giglio (PSDB), disse que ainda não definiu se será candidato a deputado federal ou estadual nas eleições de 2006. Giglio, que já foi deputado federal e prefeito por duas vezes, disse que está estudando esse assunto dentro do partido e ouvindo os correligionários, uma vez que muitos o querem na Assembléia Legislativa para ter mais tempo de trabalhar por uma possível volta à Prefeitura de Osasco.
Muitos ex-companheiros de Giglio, como os vereadores que sonham com uma candidatura a estadual, mas que hoje apóiam a Administração petista, ficam preocupados com a idéia de Celso Giglio sair a deputado estadual, pois, isso reduziria a quase zero as possibilidades de outros pretendentes do mesmo grupo político serem eleitos tendo Giglio como concorrente. "Ainda é cedo para pensarmos em eleição. Serei candidato, mas a definição ficará para o ano que vem", disse o ex-prefeito, que é o atual presidente do IAMSPE (Instituto de Assistência Médica dos Servidores do Estado), e também presidente da APM (Associação Paulista de Municípios).

quarta-feira, outubro 26, 2005

Mais uma derrota de José Dirceu

Depois que deixou a chefia da Casa Civil do Presidente Lula, acusado de comandar o esquema de mensalão, o ex-todo poderoso ministro José Dirceu continua selecionando derrotas que só reforçam a tese de sua cassação. Desta vez, foi na Comissão de Constituição e Justiça, onde Dirceu esperava que o seu processo fosse anulado, conforme já havia parecer favorável.
No entanto, nesta quarta-feira, a maoria dos membros da CCJ votou contra o pedido, fato que mostra que o deputado petista já não tem tanta força no Congresso.
Com essa decisão da CCJ, o processo continua e na quinta-feira, o Conselho de Ética vota o parecer do relator Júlio Delgado (PSB-MG), e todos dão como certa a sua aprovação. A votação, que poderá decretar o fim do mandato e, praticamente, o fim político de José Dirceu, já está marcada para o dia 9 de novembro no Plenário da Câmara.

Prefeito de Osasco é homenageado pela ACM

Graças ao apoio que a Administração Municipal de Osasco, cidade da região Oeste da Grande São Paulo, tem dado às ações sociais promovidas por entidades filantrópicas, o prefeito da cidade, Emidio de Souza (PT), foi homenageado pela ACM (Associação Cristã de Moços), que está há 40 anos no município. Fundada há 150 anos, a ACM está hoje em 125 países e tem mais de 50 milhões de associados, sendo 250 mil no Brasil.
A homenagem foi realizada no dia 20 de outubro, quando o prefeito recebeu um quadro, no qual a ACM o agradece pelo apoio recebido durante o evento promovido no dia 18 de setembro, denominado de “ACM Rede Social e Você, Mobilizando a Comunidade”. Na ocasião, foram registrados mais de 2500 atendimentos sociais, além de atividades esportivas e culturais. "Dou muita importância à essas parcerias com a iniciativa privada, pois, sou consciente de que o poder público, isoladamente, não tem condições de atender todas as demandas sociais", disse Emidio.

terça-feira, outubro 25, 2005

Semana difícil para o Governo nas CPIs

Ainda meio tonto com o sonoro "não" do referendo das armas, que significou também um retumbante "não" ao PT, o Governo Lula enfrenta uma semana dificílima com as CPIs em Brasília.
Nesta quarta-feira, estarão frente a frente na CPI dos Bingos João Francisco e Bruno Daniel, irmãos do prefeito assassinado de Santo André, Celso Daniel, e o chefe de Governo de Lula, Gilberto Carvalho.
Os irmãos Daniel alegam que Celso foi morto por encomenda, portanto, um crime político. E prometem, cara-a-cara com Gilberto Carvalho, reafirmar tudo que vêm dizendo em depoimentos, ou seja, que o assessor de Lula sabia e fazia parte do esquema de corrupção do PT na cidade de Santo André.
E, se só isso não bastasse, a CPI do Mensalão vai também fazer acareação entre Marcos Valério, sua gerente financeira, Simone, o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, e diversos políticos e assessores que sacaram dinheiro nas contas das empresas de Valério. Se até agora, isoladamente, essas pessoas disseram apenas o que lhes interessavam ou se calavam, será interessante ver como elas se portarão quando forem desmentidas na cara.
Poderá se repetir, no mínimo, o espetáculo de acusações mútuas e, claro, de confissão de crime, como foi visto durante a acareação envolvendo Buratti, Carlinhos Cachoeira e Waldomiro Diniz com representantes da G-Tech, promovido pela CPI dos Bingos.

Dirceu tenta sobreviver à morte anunciada

Como um doente terminal, já com diagnóstico de morte cerebral, o ex-todo poderoso ministro de Lula, deputado José Dirceu (PT-SP), tenta ainda se agarrar às últimas esperanças e busca junto ao Supremo Tribunal Federal e às suas "viúvas" no Congresso Nacional, meios de continuar vivo na política brasileira.
Mesmo depois da humilhante derrota no STF, semana passada, onde não conseguiu vitória nem com a intervenção direta do ministro Nélson Jobim, José Dirceu impetrou, ontem, novo mandado de segurança na tentativa de barrar o processo de sua cassação no Conselho de Ética.
Paralelamente aos recursos no STF, o ex-ministro recorre também aos favores de seus amigos na Câmara, que se agarram a todos os meios regimentais para ganhar tempo. No entanto, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, que já está ficando vendido nessa história, afimou que o processo contra Dirceu será votato, impreterivelmente, no dia 9, no plenário da Câmara.
Essas artimanhas petistas que tentam dar sobrevida a José Dirceu depoem contra o próprio Presidente Lula. Depois que viu fracassadas todas as medidas para impedir a criação das CPIs, Lula passou a afirmar que iria cortar na própria pele para mostrar que o seu Governo era a favor das investigações. Na prática, no entanto, isso não vem acontecendo no caso de José Dirceu.

Referendo - Não à incompetência e à hipocrisia

Além de mostrar a consciência política do povo brasileiro e que o eleitor de hoje não é mais aquele de 20 anos atrás, o resultado do referendo sobre o comércio de armas de fogo foi um retumbante "não" - 63% por cento - contra a incompetência dos Governos Estadual e Federal na área de segurança pública e também contra a hipocrisia de artistas de renome e políticos demagogos que defenderam o sim, pois, a primeira medida desses demagogos que defendiam o sim, deveria ter sido, então, mostrar que as suas mansões não seriam mais defendidas por seguranças armados até os dentes. Essa incoerência, com certeza, foi um dos fatores que levaram o povo consciente a votar pelo não.
Quanto aos governantes, incluindo aí muitos governadores e o Governo Federal, se forem inteligentes, devem logo, logo, vestir a carapuça do recado das urnas e partir para uma política séria de segurança pública. Afinal, eles foram eleitos e são muito bem remunerados para administrar e dar segurança ao cidadão que trabalha e paga impostos. Caso contrário, esses governantes e todos os politicos que os apoiam vão sofrer derrota ainda mais acachapante nas eleições do ano que vem. Esperem pra ver onde vão parar os corruptos, demagogos e incompetentes de hoje.

sábado, outubro 22, 2005

Jobim - Magistrado ou político apaixonado?

Todos os brasileiros sabem que o ministro Nélson Jobim iniciou sua vida pública na política. Foi deputado federal, inclusive, com muito destaque como parlamentar constituinte em 1988.
Mas, com certeza, todos passaram a admirar ainda mais esse gaúcho como membro do Poder Judiciário e, sobretudo, como presidente do STF (Supremo Tribunal Federal).
No entanto, após os últimos acontecimentos na Suprema Corte e também com as notícias sobre o desejo que Jobim demonstra ter em voltar à política, pleiteando uma pré-candidatura peemedebista à Presidência da República, ou quem sabe até mesmo como vice na chapa de Lula, muitos políticos e juristas já começam a questionar a falta de imparcialidade do ministro no papel de magistrado.
Esses questionamentos ficaram ainda mais fortes na imprensa nacional, principalmente, após os episódios verificados durante o julgamento do mandado de segurança impetrado pelo deputado José Dirceu. No documento, o petista solicitava a imediata paralisação do processo de cassação contra ele na Câmara dos Deputados, afirmando que, à época dos fatos dos quais é acusado de ter quebrado o decoro parlamentar, ocupava o cargo de Chefe da Casa Civil da Presidência da República.
O placar já registrava dois a zero a favor de Dirceu, com o voto do relator, ministro Sepúlveda Pertence, e de outro colega, quando os demais membros do STF começaram a votar contra, alegando, entre outros pontos, que, mesmo como ministro, José Dirceu jamais deixou de ser deputado, uma vez que recebia salário de parlamentar e que poderia deixar o ministério a qualquer momento para votar projetos de interesse do Executivo na Câmara.
Durante a votação, no entanto, como mostraram as imagens da TV, foram inúmeras as interferências, tando de Sepúlveda Pertence, como de Jobim. O presidente do STF chegou a interromper por diversas vezes o pronunciamente dos colegas, colocando os seus argumentos a favor do mandado de segurança, numa clara tentativa de influenciar no resultado.
Mas, não teve jeito. O placar final foi de sete votos a três e, com a decisão, o STF determinou que a Câmara dos Deputados tem, sim, competência para julgar um deputado mesmo que este tenha ocupado um cargo no Executivo.

sexta-feira, outubro 21, 2005

João Paulo foi abandonado pelo PT?

A política é mesmo ingrata. Depois de dois mandatos como deputado federal e de ocupar o cargo de presidente da Câmara dos Deputados e, até interinamente, a Presidência da República, João Paulo Cunha vive atualmente o outro lado desta moeda.
De postulante à pré-candidatura ao Governo de São Paulo, onde poderia concorrer em condições de igualdade com outros petistas, como Aloísio Mercadante e Marta Suplicy, João Paulo se vê hoje ocupado apenas em se defender das acusações nas CPMIs dos Correios e do Mensalão, onde é acusado de ter recebido propina do empresário e pseudo publicitário, Marcos Valério.
O pior para João Paulo, que corre o risco de cassação, até porque foi na onda de outros acusados e, num primeiro momento, negou que tivesse retirado dinheiro das contas de Valério, é que o deputado osasquense está sendo jogado aos leões pela cúpula petista e até pelo próprio Presidente Lula, que prefere lavar as mãos nesse caso e livrar a própria pele.
A diferença entre esses dois momentos na carreira política de João Paulo, ficou evidente em Osasco - seu reduto eleitoral - no dia 14 de outubro, quando ele esteve na cidade em companhia do ministro da Saúde, Felipe Saraiva, para inaugurar os serviços do SAMU (Seviço de Assistência Móvel de Urgência).
Se, em 2002, a reboque da onda petista que elegeu Lula, João Paulo chegou à Presidência da Câmara e, até com razão, era recebido sempre com muita festa em Osasco, desta vez foi bastante diferente. Cabisbaixo e sem paletó, João Paulo até que teve forças para discursar e elogiar o Governo Lula, mas, claramente e por questões óbvias, sem o entusiasmo de antes. A essa altura do campeonato, parece mesmo que apenas a turma de Osasco, onde o deputado conta com o amigo e prefeito Emidio de Souza, eleito com o seu apoio, ainda acredita que João Paulo possa ser absolvido no plenário da Câmara.
Enquanto isso, a alta direção petista parece que já deletou o nome de João Paulo Cunha. Quem anda sorrindo à toa com a desgraça do "companheiro" é o senador Aloísio Mercadante, que vê assim mais uma grande pedra fora de seu caminho para ser o candidato do partido ao Governo do Estado.

Prefeito de Osasco cobra deputado em público

Nesta sexta-feira, 21 de outubro, durante solenidade de inauguração da Farmácia Popular, o prefeito de Osasco, Emidio de Souza (PT), deu um tipo de "puxão de orelha" em seu amigo, o deputado federal Cláudio Magrão, do PPS, partido que apoiou a candidatura petista no município, mas que no plano federal, rompeu com o PT e critica o Governo Lula.
Ao tentar se defender de algumas críticas que vem recebendo em jornais da região, os quais o criticam por uma dúbia posição em relação às políticas petistas, Magrão fez questão de justificar e disse que "jamais se arrependeu de ter apoiado a candidatura de Emidio de Souza e que apóia a sua administração".
Porém, o deputado não ficou sem resposta. Ao iniciar seu discurso, o prefeito osasquense falou em alto e bom som: "Quero falar para vocês o mesmo que eu estava dizendo ao meu amigo Cládio Magrão. Ou seja, que esta é a primeira solenidade da Prefeitura que conta com a presença do deputado do PPS. Participe de outras, Magrão. Temos o maior prazer em recebê-lo", disse Emidio.

Ninho tucano esvaziou-se em Osasco. Por que será?

Foi impressionante a revoada tucana em Osasco - cidade da região Oeste da Grande São Paulo - após as eleições municipais de 2004, quando o petista Emidio de Souza derrotou o tucano Celso Giglio, eterno presidente da APM (Associação Paulista de Municípios) e atual presidente do Instituto de Assistência Prevideciária do Estado de São Paulo.
O tucano, que disputava o seu segundo mandato e partia para uma terceira administração, contava com total apoio dos vereadores. Só recebia críticas dos seis vereadores petistas.
Para se ter uma idéia desse (apoio?), poucos dias antes do segundo turno, Giglio resolveu apresentar um projeto de Lei que reduzia o IPTU na cidade, além de sinalizar com algumas melhorias para o massacrado funcionalismo público municipal, quando obteve apoio de todos os vereadores da situação.
A tacada de Celso Giglio até parecia que iria ter resultado eleitoral. Com muita festa, ele foi recebido pelo então presidente da Câmara José Barbosa Coelho, na época tucano, e seguiu a pé com uma turma de vereadores até o Diretório do PSDB, onde o projeto foi detalhado.
O apoio era tão esplícito que, além do Barbosa, assinaram um manifesto de apoio mais 14 vereadores que esperavam pela vitória tucana. O documento, publicado em todos os jornais da região, foi assinado pelos seguintes vereadores: Barbosa, Jair Assaf, Cuca, Toniolo, Didi e Terezinha Gaspar (PSDB); Marcos Arruda (PHS); Gilmar Romano, Fumiu Miazaki e Délbio Teruel (PSDC), Cláudio Piteri (PT do B), Dionísio (PDT); Mário Luiz Guide (PSB) e Amando Mota (PFL). Do grupo governista, só quem não assinou o domento foi o vereador Manoel Edvan (PFL), que não se reelegeu. Dos que assinaram, não foram reeleitos Marcos Arruda, que era do PSDB e foi para o PHS no ano da eleição, e Terezinha Gaspar que não se candidatou.
Só que, como ocorre em quase todas as Casas Legislativas, fato que não pega bem perante a opinião pública, principalmente nesses tempos de mensalões e mensalinhos, bastou a vitória de Emidio de Souza para que o ninho tucano ficasse vazio. Hoje, apenas dois vereadores permanecem apoiando o ex-chefe: Jair Assaf, que continuou no ninho, e Cláudio Piteri, peemedebisa histórico, que deixou o PT do B e ingressou no PSDB.
Os demais vereadores, alegando que precisavam de independência para votar os projetos do Executivo, foram para legendas de apoio ao atual prefeito e hoje não cansam de elogiar a administração petista. É impressionanete, mas, isso é fruto de um processo político arcaico, onde o que não falta é infidelidade partidária e falta de respeito ao eleitor. Mas a verdade é uma só: o eleitorado brasileiro mudou e hoje a maioria dos eleitores sabe muito bem diferenciar um político sério de um oportunista.

Não seja um analfabeto político. Mexa-se!

Amigo leitor, queira você gostar ou não de política, saiba q u e são os políticos - vereadores, deputados estaduais e federais, senadores, prefeitos, governadores e Presidente da República - eleitos e pagos com o seu dinheiro, os responsáveis por tudo que ocorre de bom ou ruim em sua vida.
É normal a gente ouvir as pessoas afirmarem que elas têm que trabalhar para ganhar o pão de cada dia e que todos os políticos não prestam ou são ladrões. Elas têm razão. Basta olharmos para a corrupção que hoje impera no País.
O que estas pessoas não entendem é que essa atitude é mais ou menos o que o avestruz faz, ou seja, enfia a cabeça na terra para não ver a desgraça em seu redor.
Mas, saiba que, desonestos ou ladrões, são os políticos que fazem as leis ou as executam e são essas leis que regem a sua vida, tratando de saúde pública, educação, segurança pública, impostos, preço de alimentos e até do seu salário.
Você está satisfeito com a atual situação política e econômica do Brasil e com a sua situção de cidadão honesto, sério e que paga em dia seus impostos?
Se você estiver satisfeito, aplauda os atuais governantes. Caso contrário, saia da inércia política, faça valer o seu direito de cidadão e discuta política. Ela faz parte da sua vida 24 horas por dia. Um analfabeto político é um bem precioso para os políticos desonestos e é por isso mesmo, que não vemos, por exemplo, investimento em educação, o maior bem de uma pessoa. E pense: há políticos sérios que ainda pensam no bem coletivo e no desenvolvimento da Nação.

quinta-feira, outubro 20, 2005

Caixa Dois ainda é crime

Já está ficando insuportável essa insistência do PT e do Governo Lula em tentar desqualificar todas as acusações de corrupção que desmoraliza esse Governo, afirmando que o que aconteceu de 2002 para cá, “foi apenas um problema de caixa dois, fato corriqueiro na política brasileira”. Ora, se o PT tinha convicção, aliás, como está se provando agora, que o PSDB e outros partidos de governos anteriores faziam também uso do caixa dois para campanhas eleitorais, o mais correto era ter apurado tudo logo após a posse de Lula. Ou não?
Não foi com a bandeira da ética que o Partido dos Trabalhadores chegou ao poder? Lula não cansou de dizer que em seu governo não entraria corrupto? E agora, o que é que o Brasil inteiro e o mundo estão assistindo? São três CPIs, todas investigando crimes de corrupção envolvendo o poder público, políticos e empresários; parlamentares renunciando para não serem cassados e outros que, certamente, perderão seus mandatos.
Pois bem. O que a legislação eleitoral diz é que quem faz uso de caixa dois ou de dinheiro não contabilizado, como inovou o PT, comete crime eleitoral. O próprio ministro da Justiça do Governo Lula, Thomaz Bastos, afirmou recentemente que “caixa dois é coisa de bandido”. Mas, enquanto o Ministro da Justiça faz tal afirmação, o Presidente Lula afirma que o “caixa dois é feito no Brasil sistematicamente” e o seu vice, José Alencar, afirma: “Meus santinhos de campanhas não foram declarados. Então, o meu mandato tem de ser cassado também”.
E o pior de tudo isso é que, além de tentarem minimizar questões sérias de corrupção e de uso indevido de dinheiro público, esses senhores, responsáveis pelo destino da Nação, e os governistas de um modo geral, tentam levantar questões do mesmo tipo de governos anteriores, como se isso fosse um salvo conduto para os crimes atuais. Seria a mesma coisa de um inquilino alugar uma casa nova e começar a roubar os vizinhos, afirmando que está agindo dessa maneira porque o antigo inquilino fazia também.
Já está provado, como o próprio Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, afirmou que o partido usou dinheiro não contabilizado, mas que ninguém da Executiva do partido e nem o Presidente Lula sabia de nada. Certamente, eles pensam que todo mundo acredita nessa estória. Mas, se a confissão de crime do inquilino anterior do Palácio do Planalto, mesmo que seja em outras dependências da casa, satisfaz os petistas, na última quarta-feira, 19, o ex-tesoureiro do PSDB mineiro, Cláudio Mourão, afirmou a mesma coisa. Ou seja, que os tucanos de Minas usaram caixa dois em 1998 na campanha de Eduardo Azeredo, mas que este não sabia de nada também.
Ora, seja caixa dois do PSDB, do PT, do PMDB ou de quem quer que seja, como manda a legislação vigente, esse partido e seus dirigentes têm que ser punidos. Ou então, a Justiça Eleitoral fica totalmente desmoralizada. Já ficou muito estranho o fato de o ex-deputado federal, Roberto Jefferson, ter confessado que recebeu R$ 4 milhões sem notas do PT e até a Justiça Eleitoral ou a Polícia Federal não terem tomado nenhuma providência com relação ao réu confesso que acabou tendo o seu mandato cassado na Câmara dos Deputados. Como prêmio, no entanto, além dos R$ 4 milhões que embolsou, Jefferson foi aposentado pela Câmara e receberá R$ 9 mil por mês.

PT e PSDB são iguais?

Ao chegar ao poder no Brasil, o PT, a cada dia, vem demonostrando que inovou em termos de tratamento de questões públicas, principalmente, quando o assunto diz respeito ao envolvimento de governistas em crimes de corrupção. Aí, todo mundo passa a sofrer de amnésia. É um tal de "não sei de nada"; "isso não é comigo"; " desconheço este problema"; "a responsabilidade é apenas de fulano". Eles afirmam todas essas baboseiras, com certeza, pensando que o povo é bobo.
Mas, parece que essa maneira de governar do PT está fazendo escola. O pessoal do PSDB está aprendendo rapidamente as lições petistas e tentam também ignorar a inteligência do brasileiro. Vejam só como os tucanos, que acompanhavam o prefeito José Serra, na última quarta-feira, 19, pela zona Leste da Capital, quando um garoto jogou um ovo no prefeito. Primeiro, o próprio Serra tentou minimizar o problema, afirmando que se tratava de um fato isolado e que o ovo - não se sabe se estava podre - fora jogado por um adolescente de 16 anos.
Em seguida, um dos assessores de Serra se superou. Tentando demonstrar para os jornalistas que tudo estava tranquilo, o homem saiu com essa: "Foi apenas um garoto que disse que ficou muito emocionado ao ver tanta gente e então resolveu atirar o ovo".
Depois querem criticar o ex-governador do Rio, Anthony Garotinho, pré-candidato do PMDB à Presidência da República, quando ele diz que PT e PSDB são a mesma coisa e que o "José Serra é o José Dirceu do PSDB".

quarta-feira, outubro 19, 2005

Ovada no Serra

Se não bastasse a guerra que já enfrenta dentro do PSDB por despontar como o mais forte candidato tucano para derrotar o Presidente Lula (PT) nas eleições de 2006, o prefeito de São Paulo, José Serra, já começou a enfrentar também a ira dos paulistanos. Nesta quarta-feira, 19, ao vistoriar obras públicas em São Miguel Paulista, zona Leste da Capital, Serra foi alvo certeiro de uma pessoa que lhe atirou um ovo na testa.
Não se sabe, porém, se o ovo foi jogado por algum petista preocupado com o crescimento de uma possível candidatura do prefeito, ou de qualquer outro paulistano descontente com a administração Serra. Ao tentar minimizar o problema, Serra disse que o ovo fora jogado por um adolescente de 16 anos, como se isso diminuisse o impacto fisico e moral da ovada. Serra ignorou também que com 16 anos o cidadão já vota no Brasil.

Dirceu perde de goleada no STF

Apesar de ter começado bem a quarta-feira, com um parecer favorável ao seu pedido de supensão do processo na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, o deputado José Dirceu (PT) terminou o dia desgraçadamente. Por 7 votos a 2, os ministros do Supremo Tribunal Federal decretaram que a Câmara dos Deputados pode, sim, julgá-lo por quebra de decoro parlamentar. Dirceu havia entrado com mandado de segurança, alegando que à época dos fatos que lhe são imputados como crime, ele estava ocupando o cargo de ministro Chefe da Casa Civil do Presidente da República.
Apenas dois ministros: Eros Grau e Sepúlveda Pertence, relator do processo, votaram a favor do deputado petista. Os outros 7 membros da suprema corte, já que Cezar Peluso não participou do julgamento por estar em viagem oficial à Espanha, votaram contra. Para esses ministros, mesmo como ministro, José Dirceu deveria reponder por crime como deputado, até porque recebia os vencimentos de parlamentar e poderia deixar de ser ministro a qualquer momento para votar no Congresso.
Esta foi, portanto, a maior derrota de Dirceu depois do parecer favorável à sua cassação no Conselho de Ética. Com esta derrota no STF e, como até mesmo lideranças petistas não acreditam em sua inocência, fica praticamente impossível que o ex-todo poderoso ministro de Lula consiga ser absolvido no plenário da Câmara.

Dirceu tira um coelho da cartola

Depois do brilhante parecer do deputado Julio Delgado (PSB-MG), lido nesta terça-feira no Conselho de Ética, quando o parlamentar mineiro pediu a cassação do deputado José Dirceu (PT-SP), por falta de decoro parlamentar, justificando que a cassação seria uma forma de resgatar a dignidade do parlamento brasileiro, nesta quarta, um outro deputado conseguiu melar esse caso, dando um parecer favorável à extinção do processo contra José Dirceu na Comissão de Constituição e Justiça.
A confusa e melancólica peça foi montada pelo deputado Darci Coelho (PP-TO), relator do recurso impetrado por Dirceu na CCJ. Além de revoltar a oposição e decepcionar a opinião pública, uma vez que ninguém mais tem dúvida da culpapibilidade de José Dirceu nesse lamaçal petista, esse parecer proferido após a conclusão do voto favorável à cassação no Conselho de Ética, provocará, com certeza, uma confusão geral na já conturbada Câmara dos Deputados. Afinal de contas, o Conselho de Ética serve para julgar alguém ou não?
Até mesmo o ex-deputado Severino Cavalcanti, que renunciou para não ser cassado, já colocou as manguinhas de fora e disse que Câmara está parada desde que ele saiu. É mole! Onde fica o moral do presidente Aldo Rebelo? Desse jeito, seria melhor fechar a Câmara dos Deputados.

Garotinho oficializa sua pré-candidatura

Demonstrando que deseja mesmo ser o candidato do PMDB à Presidência da República, o ex-governador do Rio, Anthony Garotinho, oficializa hoje sua candidatura às prévias do PMDB que escolherá o candidato do partido à sucessão de Lula. O evento está sendo realizado em clima de campanha em dos auditórios da Câmara dos Deputados. Um dos organizadores é o governador do Distrito Federa, Joaquim Roriz.
Mesmo tendo outros pré-candidatos que, no entanto, ainda não registraram seus nomes, o PMDB é um dos maiores e mais organizados partidos do país e tem todas as condições de apresetar um candidato forte para as eleições de 2006.
Nessa corrida, Garotinho, que já disputou a eleição em 2002 e obteve 15 milhões de votos, ficando em terceiro lugar, sai na frente de seus concorrentes. O PMDB ten outros pretendentes, como o governador gaucho, Germano Rigotto, ou o presidente do STF, Nelson Jobin, mas, nenhum deles apresenta a densidade eleitoral já conquistada por Anthony Garotinho, que poderá ser um adversário forte numa possível disputa com um PT cambaleante e desmoralizado pela corrupção, ou com um PSDB de passado não muito recomendável pelos mesmos motivos.

Desarmar bandido também é preciso

Tenho acompanhado com muita atenção a discussão nacional que se trava em torno do referendo sobre a proibição da venda de armas e munição no Brasil, que acontecerá no próximo dia 23. Meu objetivo não é influenciar ninguém a respeito do “sim” ou do “não”, até porque ainda tenho dúvidas e levo muito a sério os argumentos de ambos os lados, excetuando, é claro, alguns exageros e até inverdades. Portanto, gostaria apenas de colaborar com a discussão, colocando em pauta alguns itens que considero de suma importância nesse momento tão difícil por que passa o país, sobretudo, no campo da ética na política.
Primeiro, acho que a paz é o sonho de todas as pessoas e, nesse caso, uma arma de fogo, com certeza, não contribuirá em nada na busca desse objetivo. Porém, o caminho para se buscar a paz não passa, necessariamente, apenas por um teórico desarmamento, uma vez que as pessoas de má índole continuarão com as suas armas.
Outro ponto a ser destacado é o momento em que as autoridades encontraram para realizar o tal referendo. Temos questões muito mais sérias, sobre as quais o povo está ansioso para opinar, como o próprio combate ao crime organizado, à corrupção, ao crime do colarinho branco e à covarde concentração de renda, causa principal da desigualdade social.
Com certeza, todas as pessoas de bem, objetivam viver num mundo sem armas. Mas, está claro que esse referendo vai tirar apenas as armas das mãos de quem não rouba e de quem não mata. O marginal, aquele que mata para roubar, ou um simples ladrão de casa, continuará adquirindo suas armas, legal ou ilegalmente.
Argumentos dos dois lados são fortes o bastante para convencer os indecisos. Pelo “sim”, não precisa nada mais contundente do que as lágrimas de uma mãe que perdeu o filho, vítima de uma bala perdida. Mas, é fato também que esse tipo de morte não lidera as estatísticas de morte por arma de fogo. Já, pelo lado do “não”, temos no Brasil, o estado do Rio Grande do Sul, a unidade federativa com mais cidadãos armados e o menor índice de homicídio. Isso ocorre também com o Canadá, país com o maior número de cidadãos armados e o menor índice de mortes a bala.
Em resumo, a violência, ou a criminalidade, está proporcionalmente ligada ao nível educacional de um povo. E, o Rio Grande do Sul, no Brasil, como o Canadá, no mundo, são exemplos dessa realidade. Portanto, além do gasto desnecessário e inoportuno com esse referendo popular, quando o Tribunal Superior Eleitoral gastará mais de R$ 500 milhões com a sua realização, as autoridades brasileiras continuam tentando apenas combater as conseqüências e não as causas da violência. Uma criança educada, com conhecimento cultural do mundo e da sua realidade, que teve condições de aproveitar todos os bons momentos desde a infância até a vida adulta, com certeza, jamais pegará numa arma de fogo para matar.
Uma pessoa que tem a revolta dentro de si, oriunda ou não da desigualdade social e dá concentração de renda, não precisa de uma arma de fogo para matar. Ela mata com as próprias mãos ou com um pedaço de pau, como aconteceu há poucos dias, em Fortaleza, onde um ajudante matou um mendigo, depois que este reclamou por não receber a esmola pedida. E o que falar das vítimas de cães ferozes, verdadeiros animais assassinos, fabricados por pessoas sem responsabilidade, ou das mortes no trânsito, onde as autoridades continuam liberando cartas até para pessoas analfabetas?
Hoje, o estatuto do desarmamento já dificulta para qualquer pessoa adquirir uma arma de fogo. Cabe então ao Governo a responsabilidade de desarmar, sim, mas toda a população, inclusive os bandidos. Jogar para a população o dever de tirar o direito de alguém é a mais clara falta de força de um Governo, que não combate a corrupção e muito menos a criminalidade.

Cavalo "voa" sobre petistas

Um fato inusitado aconteceu há quinze dias, em Osasco, cidade da Grande São Paulo, quando o prefeito Emidio de Souza (PT), visitava obras de reformas no Cemitério Santo Antônio. Um ajudante tentava espantar um cavalo, que vive (?) no cemitério, quando o animal, muito acostumado com vivos e mortos, acabou indo para cima da comitiva do prefeito, que estava acompanhado da primeira-dama, Márcia Abreu, de secretários, vereadores e assessores.
Só não aconteceu um acidente mais grave porque um dos seguranças, corajoso, acabou se colocando literalmente debaixo do animal, evitando que o equino pisoteasse o prefeito e seus acompanhantes.
Como a notícia acabou espalhando-se pela cidade, não faltou comentários políticos a respeito do indomado animal. Os adversários do prefeito Emidio, de bom humor, afirmam que o cavalo vive nesse cemitério desde os tempos do ex-prefeito Celso Giglio (PSDB). E que o mesmo, tomado por um espírito de cavalo alado, voou para cima dos petistas, a serviço do tucanato osasquense.

terça-feira, outubro 18, 2005

Nem petistas acreditam na inocência de José Dirceu

A partir de agora o destino político do deputado e ex-ministro José Dirceu (PT) estará nas mãos do plenário da Câmara. Hoje, o relator do processo, deputado Julio Delgado (PSB-MG), mesmo sendo membro de um partido da base governista, demonstrou independência e deu parecer favorável à cassação de Dirceu por falta de ética e de decoro parlamentar.
Na sexta-feira, o parecer será votado pelo Conselho de Ética e encaminhado para ser votado na Câmara dos Deputados. Conversando com lideranças políticas de Osasco e da região, percebemos que nem mesmo membros do PT acreditam na absolvição de José Dirceu. Para muitos, além de ter culpa no cartório nesse caso de propinas de Marcos Valério que gerou toda essa malha de corrupção no Governo Lula, José Dirceu se distanciou dos deputados quando era ministro e chefe da Casa Civil, fato que dificultará sua defesa no plenário da Câmara.

segunda-feira, outubro 17, 2005

Em mato sem cachorro

Desde que estourou a atual crise política no Brasil, com as primeiras denúncias do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), os parlamentares que apareciam no noticiário como beneficiários das propinas de Marcos Valério não tinham mesmo muita escolha: ou renunciavam e pagariam o preço de um crime confessado, ou enfrentariam o processo no Conselho de Ética correndo o risco de cassação.
Valdemar da Costa Neto (PL), Severino Cavalcanti (PP) - que exigia proprina de restaurante - José Borba (PMDB) e Paulo Rocha (PT) preferiram apostar na complacência do eleitor e renunciaram. Os demais, no entanto, como João Paulo Cunha, ex-presidente da Câmara, Prof. Luizinho e João Magno, todos do PT, e os demais do PP, PL e PFL já acreditam que serão inocentados pelos colegas no Plenário. Estão num mato sem cachorro, uma vez que nem mesmo o Presidente Lula acredita na inocência desses parlamentares.
Uma coisa é certa: mesmo com a cassação desses deputados, incluindo a do Roberto Jefferson e a possivel cassação do ex-todo poderoso José Dirceu (PT) e a renúncia dos outros que se acorvadaram, o brasileiro está é depcionado com o Governo Lula e o jeito de governar do PT.


Renato Ferreira Posted by Picasa

Brincando com fogo

Seria muito bom se as autoridades políticas do Brasil, responsáveis pela administração pública, começassem a prestar um pouco mais de atenção para o aquecimento do termômetro social do País. É verdade que, como gostam de afirmar os políticos, o povo brasileiro é de paz. Porém, até quando durará a paciência do brasileiro? Até quando este povo trabalhador e honesto conseguirá conviver com tantos desmandos políticos?
Não faz muito tempo que a população de uma pequena cidade do sul de Minas Gerais, revoltada com as falcatruas do presidente da Câmara Municipal, acabou destruindo a casa daquele que deveria ter dado exemplo de honestidade, pois, afinal de contas, fora eleito e era pago pelo povo não para roubar, e sim, para zelar pelo bem da cidade.
Há 15 dias, o Brasil inteiro ficou estarrecido com as imagens da revolta do povo de Goianésia, uma pequena cidade do sul do Pará. Lá, o desaparecimento de uma menina, possivelmente, também vítima de violência sexual, foi a gota d´água que faltava para transbordar o copo da paciência dos moradores. Revoltados com a falta de segurança e, com certeza, também com a somatória de todos os problemas sociais que agridem o povo brasileiro, homens e mulheres, velhos e jovens partiram para a destruição. Não sobrou nenhum prédio público, como Delegacia de Polícia, Fórum, Prefeitura, Câmara Municipal e também a casa do prefeito. Tudo foi destruído e queimado. E as imagens violentas de um povo, revoltado com a falta de justiça, foram exibidas no mundo inteiro, escancarando a realidade brasileira.
Diante disso, a gente pergunta: seria o povo do Sul de Minas ou do Sul do Pará, diferente dos demais brasileiros que convivem diariamente com problemas semelhantes e até piores? Antes, que alguém me acuse de estar fazendo apologia da violência, adianto que sou radicalmente contra qualquer tipo de revolução violenta. Por filosofia de vida, acredito apenas em um tipo de revolução: é aquela que vem pelo saber, pela educação, pelo trabalho e pela justiça social.
Infelizmente, tudo isto é, justamente, o contrário do que estamos vivendo hoje no Brasil. As estatísticas dos índices de desenvolvimento humano mostram que estamos na rabeira do mundo. E, enquanto isso, o Congresso Nacional, que existe apenas para aprovar Medidas Provisórias do Executivo, agora se transformou numa mera Delegacia de Polícia para investigar crimes de corrupção cometidos por políticos e empresários.
Por outro lado, o povo continua em sua saga sofredora, trabalhando e pagando uma das mais altas cargas tributárias do planeta, sem ter a contrapartida do poder público. Além disso, tendo que conviver ainda como refém da criminalidade. Pois, como podemos esquecer de fatos tão trágicos, como morte daquele garoto pobre, que foi seqüestrado por engano no interior de São Paulo? Sem dó, os bandidos amarraram as mãos do menino, deram um tiro em sua nuca e o jogaram num terreno baldio. Como esquecer também daquela chacina contra uma família japonesa de São Paulo? É inacreditável e indescritível o depoimento do jovem que sobreviveu, sobretudo, quando ele diz que os piores momentos de sua vida, além de ver seus irmãos mortos, era ouvir os gritos de seus pais sendo espancados sem que ele pudesse fazer nada, já que estava sem forças no chão. Nesta semana, uma empresária foi seqüestrada e morta na zona Leste de São Paulo. Estas são apenas algumas ocorrências. As mortes, os assassinatos, os latrocínios e os estupros que vitimam pessoas trabalhadoras das periferias acabam se transformando em frias estatísticas policiais.
Mas, se não bastassem as falcatruas e os roubos de políticos e empresários que, é claro, vão depor sempre com um hábeas corpus, nos salões verdes ou azuis do Congresso Nacional, o povo tem ainda que conviver com o descaso daqueles que são eleitos para administrar nossas cidades, estados e a União. Um triste exemplo desse descaso aconteceu há 15 dias na Capital paulista.
Um garoto de apenas quatro anos caminhava tranquilamente com os seus familiares durante a noite, na zona Norte da cidade, quando acabou caindo num bueiro aberto, sendo arrastado pelas águas. Seu corpo foi levado pelas águas do poluído rio Tietê e encontrado, anteontem, próximo à cidade de Pirapora do Bom Jesus.
Será que apenas pedidos de desculpas, ou justificativas sem fundamento de nossas autoridades, seriam suficientes para diminuir a dor daquela avó que teve o neto seqüestrado e morto por engano, desse jovem de origem japonesa que viu toda sua família ser brutalmente assassinada, da família que perdeu a mãe empresária, ou dessa família que perdeu um filho graças ao descaso dos administradores públicos? No Brasil, as autoridades estão brincando com fogo e Goianésia pode não ser apenas no Pará.

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